seven (taylor swift)

i can't dare to dream about you anymore

Notas iniciais:
Como de costume, gostaria de agradecer pelos 4K de views. Vocês tornam essa história viva – e eu estou muito ansiosa pelos próximos capítulos. Obrigada por tudo!

***

Lilah Hilton adentrou o seu escritório de publicidade com uma caneta na boca e as mãos prendendo o próprio cabelo ruivo em um coque bagunçado. Usava óculos de grau na ponta do nariz, e embora não precisasse inteiramente deles, gostava de exibi-los como uma forma de demonstrar intelectualidade.

Era uma típica manhã de sexta-feira, e embora ela tivesse que ir buscar a sobrinha às onze e quarenta no colégio, para que ambas pudessem almoçar em seu programa semanal na BusStop, estava enfrentando um conflito de horários. Taylor tinha lhe pedido para que marcassem uma reunião sobre um "assunto importante" às 13h, e, por mais que soubesse que a The Eras Tour ainda precisava ter alguns detalhes selados – afinal de contas, faltavam poucos dias para a turnê e Lilah era uma reconhecida perfeccionista –, duvidava que qualquer tópico que a artista quisesse discutir sequer passava perto de sua tour internacional.

Na verdade, podia apostar que o tal diálogo importantíssimo e urgente tinha alguma coisa a ver com a criaturinha de olhos azuis e cabelos loiros rebeldes que lhe aguardaria na escola, dali a algumas horas. E, se fosse para ser sincera, Lilah não estava nem um pouco animada para aquele assunto ressurgir mais uma vez em suas conversas com a artista a qual chefiava a carreira, pelo simples motivo de que, em sua cabeça, se aquela história toda viesse à tona bem naquele momento, as consequências que traria para a turnê seriam catastróficas, e Hilton não sabia até que ponto uma onda massiva de hate seria capaz de fazer Swift perder contratos e dinheiro.

Em resumo, precisava manter o assunto longe. As duas, mãe e filha, longes uma da outra, como sempre tinha acontecido durante toda a existência da adolescente. Só que a cantora vinha se tornando cada vez mais intransigente com a história, assumindo um ar de passivo-agressivo todo momento em que elas tocavam no nome da menina, e Lilah – apesar de gostar de sua amiga e cliente verdadeiramente – estava começando a se irritar.

Ainda assim, disse que tentaria encaixar um horário quando a mulher lhe ligou naquela manhã, assim que ela se largou na poltrona de visitas de seu escritório no centro de Manhattan.

— Você tem alguma reunião com uma outra pessoa? – Swift perguntou, em resposta à tentativa de flexibilidade nos horários oriunda de Hilton. — Horário no salão?

— Que tal às quatro? – A ruiva ignorou as duas perguntas, retirando os óculos falsos de grau do rosto e os atirando na mesa de apoio ao lado do local onde estava acomodada.

— Tenho ensaio a partir das três, no mesmo estúdio de dança de ontem. – A cantora rebateu, algo na sua voz parecendo um pouco cansado. — Você não... Não pode mesmo na hora do almoço?

Lilah pensou um pouco, mordendo a boca. Dados os últimos conflitos que havia protagonizado com a sobrinha, não sabia se era uma boa ideia desmarcar mais um almoço com a menina. Ela gostava da amizade que as duas tinham, e não queria – nunca havia sido do seu feitio fazer isso, afinal – destruir a relação construída em anos por causa do trabalho. Além disso, não tinha sequer se desculpado com Violet pelo seus gritos sem motivo algum, na sala de estar delas do início da semana. Não estava podendo dar outra bola fora.

No entanto, enquanto fingia checar a agenda ao conversar com Taylor, um pensamento bem relâmpago acabou lhe ocorrendo, mais ou menos como uma luz divina. Era fato que Lilah sempre tinha evitado encontros de ambas, mãe e filha biológica, para que conflitos e crises maiores como a que ela suspeitava estar enfrentando agora, não surgissem eventualmente. Em sua cabeça altamente profissional e administrativa, a melhor forma de manter Swift distante de sua filha biológica era literalmente afastando-a de sua existência, evitando que revelações bombásticas pudessem sair eventualmente, sem querer.