old habits die screaming

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Notas inicias:

Feliz dia das mães [atrasado]! Ainda não consegui narrar um jogo de futebol americano pra vocês - infelizmente percebi que vou precisar de um pouco mais de estudo sobre o assunto para que isso aconteça -, mas acho que a narração que fiz vai dar pra ter um vislumbre do que é importante para essa história.

Espero que esse capítulo esteja tão bom quanto vocês merecem que esteja! Obrigada por serem tão constantes nessa história e por abraçarem-na de uma forma tão maravilhosa. Amo todos os que usam um tempinho de seus dias para comentarem, curtirem ou apenas lerem.

Boa leitura!

***

Taylor

Quando eu era mais nova e estava começando na música, basicamente fiz os meus pais se mudarem por minha causa. Nós vivíamos em Reading, onde eu nasci, na Pensilvânia, e na época passei meses implorando à minha mãe que fôssemos para Nashville, onde as coisas aconteciam para os artistas country. Eu queria ir morar lá para conseguir alavancar a minha carreira, para me tornar uma cantora grande, mas não imaginava que meus pais realmente fossem fazer aquilo por mim – deixar família, empregos e nossas vidas para trás para irem viver meu sonho.

Um dia, vários anos depois, quando eu já dominava as principais paradas das rádios norte-americanas e tinha idade suficiente para beber, perguntei para minha mãe o motivo dela e meu pai terem decidido realmente atender aos meus pedidos de garotinha. Era muito difícil que adultos ouvissem as vontades dos seus filhos realmente, e o fato da minha mãe ter desistido de tanto para me ver realizar os meus sonhos – que, diga-se de passagem, nem eram sonhos concretos, mas apenas possibilidades – me fazia acreditar que ela era algum tipo de super-heroína.

Na ocasião, achei que ela fosse me responder com alguma resposta daquele tipo. Mas, para a minha surpresa, enquanto estávamos sentadas durante a preparação para mais um dos meus shows, ela me assistindo terminar a maquiagem do espetáculo, que na época não era feito por nenhum artista além de mim, mamãe apenas disse:

"Taylor, acho que não tenha nada que uma mãe não faria por um filho."

Fiquei na dúvida quanto a isso, e acho que ela só percebeu o peso de suas palavras depois que as sílabas saíram de seus lábios. Afinal de contas, eu tinha aberto mão de muita coisa na vida da minha filha na época, e mal me considerava uma mãe.

Mas eu era uma mãe. Sempre fui uma mãe, pelo menos desde o momento em que segurei Violet pela primeira vez, quando deixaram-na descansando em meu peito assim que nasceu, para conseguir o contato pele-a-pele que um bebê recém nascido precisava receber daquela que deveria amá-lo para sempre. Me tornei uma mãe, mesmo tendo renunciado daquele papel no período, colocando-o debaixo do tapete das minhas emoções.

No entanto, eu tinha certeza daquela frase da minha mãe agora, quando assistia minha filha observar a cidade de Kansas crescer ao seu redor, pela janela do carro em que estávamos. Quando sorria ao percebê-la vibrando, usando uma camiseta do seu time preferido que guardava, nas costas, o número e o sobrenome do pai dela. No momento em que decidi pegar um avião apenas para vê-la radiante daquela maneira, enquanto tagarelava que aquele ia ser o melhor jogo do mundo, eu esquecia das consequências que aquela noite poderiam me trazer e só focava no que mais importava para mim: a sua felicidade.

E eu não sabia que podia fazê-la tão feliz. Ela parecia prestes a cair dura de tanto sorrir, suas mãos inquietas abrindo e fechando o vidro da janela, o celular filmando alguma coisa vez ou outra. Naquele final de semana, prestes a ir assistir o primeiro jogo de Travis ao vivo como filha dele, Violet com certeza era a jovem mais realizada do mundo.

seven (taylor swift)Onde histórias criam vida. Descubra agora