glendale, n1

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Notas iniciais:

É com muito orgulho que eu digo "I'll be your host tonight" e "Welcome to the Eras Tour!". Hahaha, espero que eu tenha suprido as expectativas de vocês sobre o capítulo novo e que, acima de tudo, a mensagem dele seja passada. Como sempre, gostaria de agradecer pelo acolhimento da história e das personagens e de fazer um pequeno adendo: se não me engano, a Gracie não tocou como ato de abertura nos primeiros shows da The Eras, mas eu optei por deixá-la para facilitar o enredo.

Boa leitura!

***

Violet

Encarei o prato de comida sem sentir a mínima vontade de colocá-lo para dentro. À minha frente, Scott e Andrea conversavam cordialmente, discutindo alguma coisa sobre alguém que costumava ser a vizinha dos dois em Nashville.

Depois do desastre do período da tarde, quando passei na cara da minha mãe totalmente sem querer que a sua ausência acabou me trazendo a obrigação de conseguir me virar sozinha desde nova, as coisas ficaram esquisitas entre a gente. Tínhamos feito progresso em nossa relação torta: dormimos na mesma casa, conversamos sobre a minha ida à The Eras – a qual ela me assegurou veementemente que Lilah não iria conseguir impedir – e eu até deixei a palavra " mãe" escapar de meus lábios em um certo momento, para me referir à ela.

Em resumo, estávamos bem. Fiquei animada com a nova lasquinha de esperança em acompanhá-la na turnê, mesmo que Lilah tivesse proibido isso na noite anterior, quando discutimos. Taylor falou com tanta convicção que uma parte de mim chegou a acreditar que, na semana seguinte, eu estaria em um avião, indo parar em várias cidades dos Estados Unidos apenas para estar junto dela.

Bom, isso até eu estragar tudo.

Até ela dizer que precisava resolver algumas coisas da carreira e me enxotar para a casa da sua mãe, onde eu estive pela primeira vez quando descobri sobre a existência dela.

Andrea era legal. Eu não conhecia muito sobre os pais da minha mãe, mas eles pareciam ser bem apoiadores dos sonhos dela, e isso me deixava com uma boa impressão de ambos. Taylor com certeza tinha sorte em tê-los, e apesar de não ter ficado muito satisfeita em ser enviada para a casa de uma outra pessoa enquanto minha mãe dava prioridade à vida profissional dela – mais uma vez –, me convenci de que aquilo era muito mais do que eu merecia. Depois de ter dito aquela frase horrível, acho que se eu estivesse no lugar dela, nem ia me querer de volta como filha. Me mandaria direto para um orfanato, ou sei lá.

A lembrança da frase me deixou irritada e, sem querer, enquanto eu, Scott e Andrea estávamos jantando em uma mesa num dos restaurantes chiques do último andar do Manhattan Mall – eles acabaram me levando ali porque disseram que queriam um jantar especial –, soltei um grunhido com a boca, lamentando meu comportamento de mais cedo. Imediatamente, assim que me dei conta da reclamação involuntária, fiz uma careta, e então percebi os olhos de meus avós – ainda era um pouco estranho falar assim deles – sobre minha figura.

— Você está bem? – Andrea perguntou, atenciosa como sempre. — Tem algum problema com seu prato?

Olhei para a porção de comida sofisticada praticamente intocada na minha frente.

— O prato está ótimo – Falei, mas não podia ter tanta certeza assim, já que eu ainda não tinha provado-o. —, só estou... Deixa pra lá.

Minha avó balançou a cabeça em silêncio, concentrada em terminar de mastigar um pedaço do filé que tinha acabado de levar à boca.

— Ok. – Ela deu um sorriso simpático, parecendo achar graça. — Eu entendo, Taylor já teve a sua idade. É difícil ser adolescente, não é?

Tentei não suspirar alto, um pouco na dúvida se a mãe da minha mãe falava sério ou se estava apenas tirando uma boa com a minha cara. Não havia nada em seu tom que sugerisse sarcasmo; pelo contrário, ela parecia querer mostrar que compreendia meus desapontamentos, ou que estava tudo bem em demonstrá-los.

seven (taylor swift)Onde histórias criam vida. Descubra agora