i remember it all too well

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Notas iniciais:

Não vou me prolongar muito nas notas hoje, mas esse capítulo vai pras minhas do coração - amo vocês, cella, carlinha e maria <3. Obrigada por serem o melhor grupinho e por me apoiarem absurdamente com essa história.

E obrigada também a quem esperou até agora pela atualização. Espero que tenha ficado boa ou, pelo menos, aceitável.

Boa leitura, amo vocês! <3

***

KANSAS CITY, N2

Os dois shows tinham corrido cansativos o suficiente. Puxados o suficiente. Preocupantes o suficiente.

Taylor assistiu o ar deixar a sua boca ao terminar a última nota de Karma, a canção que encerrava a bateria de apresentações na cidade da qual, do fundo de seu coração, desejava fugir. Porque guardava memórias demais. Porque sustentava um segredo pesado sobre o qual ela não queria mais sentir culpa.

Tudo começara depois daquela bendita tarde, na biblioteca pública, no passeio que a cantora resolveu que tiraria para passar um tempo com sua filha – uma distração para lutar contra as lembranças que passavam pela sua cabeça. Ela e Violet estavam tendo um ótimo momento de qualidade juntas, falando sobre romances e agindo como uma dupla normal de mãe e filha, apenas para variar.

As coisas correram bem até aquele ponto. Tão bem que Taylor suspeitou que havia exagerado mentalmente sobre o valor emocional daquela passagem em Kansas City. Talvez só estivesse com a briga que tivera com sua filha adolescente sobre a identidade de seu pai na cabeça. Talvez os gatilhos e as memórias trazidas por aquela discussão tivessem apenas entrado em ebulição depois de anos em latência bem no fundo de sua alma, porque Violet citara Travis em um certo momento com tanta fúria, que a mulher não pôde evitar sentir a culpa pela situação de separá-los fervilhando em seu peito.

Talvez... Ela só estivesse agindo com ansiedade, e aquela viagem não significasse nada, no fim das contas. Somente mais um show entre as suas dezenas àquela altura, um final de semana de trabalho intenso para, na segunda-feira seguinte, conseguir aproveitar a vida ao lado de quem mais lhe importava agora.

Mas é claro que o Universo não havia planejado seguir as coisas da maneira mais simples.

Taylor deveria ter aprendido, àquela altura de sua vida, que nada em seu destino acontecia da forma mais previsível, ou menos caótica.

Porque ele teve que aparecer em seu caminho, justamente no único lugar em que ela decidiu sair com a filha dos dois para espairecer. Porque ele teve que encará-la com aqueles olhos verdes tão acolhedores, tristes e, ao mesmo tempo, furiosos, questionando-a em silêncio durante os poucos segundos em que a fitou sobre o motivo de todas as lacunas em branco da história dos dois.

Já não sentia mais nada por ele, ela tentava se convencer, incessantemente, mas não tinha certeza se aquela informação era totalmente verdade. Porque, durante todas as noites que passou ali, cada vez que se deitava na cama do hotel da cidade que mais parecia uma gaiola preenchida por suas mentiras, era do rosto dele que Taylor se lembrava. Era do corpo dele, da mente dele, que ela se pegava sentindo uma espécie de saudade proibida, com o arrependimento lhe consumindo as entranhas.

Por isso, quando desceu do palco pela última vez naquele lugar, jurando a si mesma que só voltaria à Kansas quando Travis estivesse bem longe dali, a artista respirou aliviada, decidida a pegar Violet pelo braço e partir com ela para o refúgio das duas, em Nova York. Onde ninguém podia acessá-las ou perturbar qualquer centímetro da sua paz.

A loira retirou um pouco os cabelos da frente do rosto, desmanchando o sorriso assim que se tornou invisível aos olhos curiosos do público. Acenou com responsabilidade conforme mandava o figurino e, quando tudo acabou a ponto de deixá-la nos bastidores de novo, apressou-se na direção do lugar onde sabia que a filha a esperaria, para que elas caminhassem até o camarim juntas.

seven (taylor swift)Onde histórias criam vida. Descubra agora