i found myself running home to you

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Notas iniciais:

Esse é um capítulo delicado. Por causa disso, pensei se eu deveria falar sobre ele, ou se só deveria publicá-lo sem dizer nada em adicional, soltando as coisas e deixando que vocês fizessem a interpretação que coubesse em seus respectivos corações.

No fim das contas, achei que eu deveria falar.

Não é um capítulo baseado totalmente em fatos reais, é mais o contrário disso. A minha mãe não foi como a mãe da Violet, esqueceu a história e ficamos por isso mesmo. Às vezes eu não sei se ela me amaria apesar disso. Mas a gente vai seguindo com um dia de cada vez, e apesar de eu não ter escutado as palavras que gostaria quando foi comigo, fico feliz em dizer que as minhas personagens da ficção, sim. Porque um dia eu posso querer que minhas filhas escutem a mesma coisa.

Espero que tenha feito sentido, e que ninguém se sinta ofendido com as palavras que vão ler a seguir. Eu amo muito vocês e desejo que ninguém se limite ou tente ser aquilo que não é apenas para caber na caixinha que alguém criou pra você.

Com muito amor, uma boa leitura,

Mel. xx

***

Taylor

Precisei me acalmar enquanto estava sentada no banco do passageiro de meu próprio carro, com Travis ao volante. Minhas mãos tremiam ao ouvir cada uma das palavras dele, me contando exatamente o que aparentemente havia acontecido na escola de nossa filha.

Eu não me encontrava preocupada com quem – ou de qual gênero – ela estava acompanhada no momento em que foi encontrada pela coordenação do colégio. Aquele fato isolado não me importava nem um pouco. O que de fato me deixava incomodada eram outros dois pontos importantes, os quais zuniam no fundo do meu subconsciente e me deixavam acreditar, em certos momentos, que eu provavelmente tinha agido como uma péssima mãe.

Primeiro, o problema de eu nunca ter percebido. Ou nunca ter aberto espaço para minha filha pensar que era seguro falar comigo sobre esses assuntos.

E segundo – não sei qual dos dois era o pior –, a desconfiança que crescia no fundo do meu estômago com a ideia de que a escola não estava conduzindo aquela situação de uma maneira exatamente igualitária. Porque, pelo que Travis havia descrito, outras adolescentes estavam com seus respectivos namorados na mesma hora em que Violet foi flagrada – será que aqueles pais também tinham sido chamados pela direção?

— Fale alguma coisa. – Pedi, vagarosamente, quando meu ex-namorado pousou a mão em minha coxa, numa provável tentativa de me acalmar. Ele estava focado na estrada, o vinco em suas sobrancelhas e a ruga na testa denunciando que se sentia tão intrigado quanto eu, mas abriu a boca assim que lhe chamei.

— Eu não sei. – Disse, pausadamente. — Estou no caminho certo?

— Está. – Mordi os lábios, soltando o ar pelo nariz. — O que a gente vai fazer?

— Acolhê-la? – Travis perguntou, e juro por Deus, senti tanto amor por ele naquele momento que quase achei que ficaria sem ar. — Sei lá, parece uma forma meio traumática de... Como é que eles dizem? Ser tirada do armário?

— Trav... – Eu pronunciei seu apelido com leveza, soltando um suspirinho triste, e então o encarei com carinho. — Quis dizer sobre a escola. Mas fico feliz que você pense assim.

— É claro que penso assim, Tay. – Por um momento ele também parou para dar um sorriso, seu rosto se tornando levemente mais suave ao voltar aqueles olhos verdes perfeitos para mim. — Eu amo aquela menina. Acho que ela ainda não entende isso direito, mas... Quero que Violet seja tão feliz quanto sei que podemos fazê-la, recuperando o tempo que passamos separados. – O jogador voltou a atenção para a estrada, virando à esquerda em uma rua que indicava que estávamos perto da escola. — Enfim. Escola. Certo. Precisamos focar nisso agora.

seven (taylor swift)Onde histórias criam vida. Descubra agora