why'd have to break what i love so much?

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Notas iniciais:

Esse capítulo era pra ter sido postado no Domingo de Páscoa, mas como ele tem umas doses adicionais de drama, precisei de um tempinho a mais para finalizá-lo. Espero que gostem, e quero avisar pra vocês que caso ele pareça um pouco confuso por agora (acho que não está), as coisas serão esclarecidas nos próximos.

Boa leitura!

P.S.: A tradução da música escrita está no final do capítulo, nas notas finais, para o caso de alguém não entender inglês. Quis colocar só no fim pra não ter uma quebra de expectativas, e optei pela língua "materna" das personagens pra ter um impacto maior.

Um beijo!

***

Terça-feira, 16 de maio, entre os shows de Philadelphia e Foxborough

Violet

Senti o ronronar característico em meus pés enquanto me acomodava no sofá bege – o meu favorito entre os dois – da sala do apartamento da minha mãe. Meu apartamento. Aos poucos, vinha me acostumando a tratar aquela casa como minha também, e devo admitir que acabou ficando mais fácil com o passar dos dias e o crescimento da minha conexão com a mulher que o havia comprado.

Minha mãe era ótima. Mesmo. Às vezes, quando eu me perdia nos momentos com ela, acabava me esquecendo que nós não nos conhecíamos há tanto tempo. Se fizesse um esforço digno, poderia me convencer de que a nossa vida sempre havia sido daquela forma; nós duas juntas, ela me educando e me ajudando com a lição de casa.

Me peguei pensando nesse tópico enquanto acariciava Benji, cuja pequena silhueta tinha, àquela altura, subido para mais próximo ao meu colo e encostado a cabeça em uma das minhas pernas. Eu ri com como ele pareceu confortável no lugar, quase como se me dissesse que aquela região era sua por direito.

— Gato folgado. – Murmurei com um risinho, segurando com a mão contrária o caderno com o qual a minha mãe tinha me presenteado havia alguns meses, contendo segredos que ela escrevera sobre o tempo que esteve grávida de mim. Eu ainda não tinha tido coragem de abri-lo ou sequer de folheá-lo, mas depois do que ela revelou a todo mundo no show de Nashville, achei que não estava sendo justa ao não dar uma chance àquelas páginas.

Sendo assim, minha missão inicial consistia basicamente em criar coragem.

Quando parei de alisar Benjamin, segurei a agenda com as duas mãos e a encarei com força total nos olhos, atenta aos barulhos do restante do apartamento. Minha mãe se encontrava fora, ensaiando para os shows daquele final de semana, e assim era melhor; eu não queria que ela me flagrasse lendo os seus relatos em tempo real, embora não soubesse exatamente o motivo. O que eu suspeitava era que todo aquele atraso era proveniente de um grande medo que eu possuía de enfrentar quaisquer que fossem os sentimentos que aquela mulher – por quem eu já estava criando um amor muito além do que eu tinha sentido por qualquer outra pessoa – descrevera sobre mim.

— O que você acha, Benji? – Perguntei ao meu gato, virando a cabeça para fitar aquele par de olhos grandes que, diga-se de passagem, pareciam me acusar de patética.

Benjamin soltou um miado que praticamente afirmou isso, e se eu pudesse entender perfeitamente o idioma dos gatos, provavelmente apostaria que ele tinha sibilado, em um tom sarcástico: "Vá buscar uma forma de tratamento."

Suspirei, olhando para o bichano, imaginando que eu não poderia ter recebido uma mensagem melhor do que aquela.

No final das contas, o diário já estivera trancado em minha gaveta por dias. Eu não me orgulhava daquela informação; me achava uma verdadeira covarde por ter medo do que encontraria naquelas páginas.

seven (taylor swift)Onde histórias criam vida. Descubra agora