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•ESTELA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝



No final da noite Isabella e Castiel convenceram a todos que dormissem em sua casa, por isso eu e Emilly havíamos ficado, junto com o trisal que se acomodaram no quarto de hóspedes.

O jantar tinha sido estranho e não era pela refeição em si, mas sim o clima que ficou quando Emilly começou a falar sobre Catarina. Eu sabia que não tinha problema nenhum em ficar com mulheres, ninguém nessa casa me julgaria por isso, mas era tímida demais e falar sobre relacionamentos amorosos era um típico que preferia evitar, porém, não foi isso que me deixou incomodada.

Os pais da minha amiga deixaram um ambiente péssimo, ninguém parecia notar mas quando nossos olhos se cruzavam me sentia o ser humano mais horrível do mundo. Castiel carregava uma tristeza no rosto, até chegou a ficar impaciente enquanto todos estavam conversando e Isabella me olhava como se fosse me devorar até que não sobrasse nenhum picadinho de mim, tinha tanta raiva em suas pupilas que a comida quase não descia por minha garganta.

Eu suspeitava que era o estresse do trabalho deles que os deixavam assim, só não entendia o motivo ser descontado em mim.

Não conseguia dormir, meus olhos simplesmente lutavam para não se fechar, diferente de minha amiga que parecia não ter caído no sono a anos. Emilly tinha uma capacidade fantástica de dormir igual pedra.

Quando finalmente desisti de dormir, levantei da cama com cuidado e uma certa relutância, pois além de preguiçosa, Emilly também puxou ao pai e gostava de dormir agarrada. A lembrança do homem me apalpando voltou em uma péssima hora.

Colocava a culpa no álcool por ter feito a baboseira de dormir com os dois, ainda me recuperava daquela noite traumática, evitava a todo custo passar por ruas suspeitas, mas quando estava sozinha e parava para pensar, só conseguia relembrar as malditas sensações que tive ao ficar perto dos pais da minha amiga. Isabella me viu nua e Castiel me tocou pensando que eu era sua esposa, onde eu estava com a cabeça naquele dia? Até mesmo arremessei a almofada que me separava do homem no chão, tudo porquê queria sentir os dois por inteiro.

Será que era por isso que eles estavam bravos? Nem era um bom motivo, aliás, eu que deveria está furiosa, mas preferi não relembrar da pintura que havia visto. Aquilo sim foi traumático.

Sai do quarto da minha amiga de fininho e me deparei com a casa inteira coberta de escuridão e silêncio. A essas horas todo mundo estava dormindo e apenas eu perambulava feito uma assombração pelos cômodos.

Desci as escadas com cuidado e evitei fazer barulho, só precisava de um copo de água, um pouco de ar e muito sono para não pensar nas besteiras de minha cabeça. Entrei na cozinha sem questionar o motivo da luz está acessa e assim que me deparei com as duas figuras percebi que o melhor era ter continuado no quarto.

— Estela? — Isabella e Castiel me olharam.

Eu não queria ficar sozinha com eles, não enquanto sabia que havia uma pintura minha inapropriada em um dos cômodos dessa casa. E principalmente quando a mulher estava com uma camisola curtíssima acompanhada de seu marido apenas com um moletom.

— Não sabia que tinha gente acordada — Falei querendo me afundar no chão.

— Aconteceu alguma coisa? — O homem perguntou e eu obriguei meus olhos a focar de seu pescoço para cima.

— Insônia, eu acho.

— Então estamos na mesma — A morena abriu um sorriso. Por que eu sentia que ela ainda estava com raiva de mim?

Fui até a geladeira e medi cada passo meu, nenhum músculo em meu corpo estava relaxado, mas fingi naturalidade enquanto pegava um copo de água. Sabia que ambos estavam me observando, reparando em cada movimento que fazia.

A Amiga Da Nossa Filha (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora