A Amiga Da Nossa Filha (NOVA VERSÃO)

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•ESTELA•
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O dia estava péssimo e não era pelo excesso de estresse em meu corpo, ou pelas horas de aulas chatas e muito menos pelos segredos que andava guardando. Hoje era uma data ruim apenas por ela existir.

Era estranho como uma única situação podia estragar uma semana inteira, um momento pequeno tornava rudo tão traumatizante. E derrepente eu estava a cada segundo me lembrando do exato momento em que cheguei da escola e recebi a pior ligação da minha vida. Tudo começou a desandar a partir dessa data, no momento em que fugi da dor horrenda que era perder alguém para sempre.

Olhei para as dezenas de mensagens da minha mãe e soube que era uma tentativa dela de tentar esquecer sua própria dor. Ela já havia comprado flores, preparado seus próprios rituais anuais e estava a procura de uma distração. Tínhamos nos visto ontem a noite, jantei com ela e senti o peso horrível que era está com minha mãe e não poder contar todos os segredos que guardava, estava acumulada de mentiras onde só podia guardar para mim mesma.

As aulas terminaram e por alguns segundos senti vontade de voltar ao tempo e ficar presa naquela confusão de matérias novamente. Estudos eram uma ótima distração para minha cabeça.

Reuni todos os meus materiais e sai da sala apressadamente, tinha um longo caminho a percorrer. Passei pela pequena multidão de estudantes e só parei quando vi a única figura feminina que conhecia. Emilly deu um sorriso frouxo para mim e correu em minha direção.

Seus braços circularam minha cintura e aceitei o abraço de bom grado. Isso deveria ser tranquilizante, receber o apoio da minha melhor amiga era para ser um motivo de alívio, mas quando ela se demonstrava tão carinhosa e preocupada assim, eu só me sentia uma vagabunda por tudo que vinha fazendo com ela. Como a garota iria reagir caso soubesse da verdade?

— O dia deve ter sido tão desgastante — Foram as primeiras palavras dela, sem parar de me apertar.

Era disso que eu gostava, não tinham perguntas bestas como "Você está bem?" Ela só sabia que eu não estava e um abraço já melhorava tudo.

— Com certeza não foi fácil — Ela me soltou e colocou meu cabelos atrás da orelha.

— Deveria ter ficado no dormitório, eu teria assistido várias séries com você — Um riso triste saiu de mim — Quer ir tomar algum café?

— Não, eu vou... — Senti um nó preso em minha garganta — Eu vou visitar ele.

— Você têm certeza? — Ela me olhou surpresa e eu confirmei — Bom, então deixa eu arrumar minhas coisas e nós vamos.

— Não se preocupe, eu vou ficar bem — Minha expressão foi de súplica, ela sabia que precisava ficar sozinha.

— Tá, mas não deixe de me dar notícias.

Nos despedimos com poucas palavras e depois de mais um longo abraço segui meu caminho. Não passei no dormitório para trocar de roupas, ou deixar a mochila no quarto. Apenas segui direto.

E depois de dois anos eu estaria de novo diante a lápide do meu pai.

•ISABELLA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

O trabalho ficava cada dia mais entediante e estressante quando você só conseguia pensar em outra coisa. Me sentia como se voltasse a anos atrás e os sentimentos bobos adolescentes chegassem novamente para me dominar.

Eu costumava ter essa necessidade constante de está perto do Castiel, isso desde que o conheci a quase três décadas atrás, mas pelo menos conseguia controlar, até que Estela chegou e fui obrigada a passar meus dias querendo a presença deles, desejando ter os dois por perto vinte e quatro horas.