A Amiga Da Nossa Filha (NOVA VERSÃO)

20

•CASTIEL•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

Eu não havia dormido nadinha durante a noite, tudo isso pela culpa que me corrompia. Tínhamos feito uma bobagem, a maior de nossas vidas e isso nunca mais teria um concerto.

Beijamos Estela, eu e Isabella fomos levados pela imprudência e cometemos esse erro imperdoável. Não tínhamos nenhum interesse na garota, claramente não, o que aconteceu foi as coincidências que incitaram a gente a fazer coisas tenebrosos. Michael encheu minha cabeça com aquela barbaridade de gostarmos da Estela, nos preocupamos com o que Catarina era capaz de fazer a nossa sobrinha e isso acabou sendo confundido com ciúmes, também têm o fato de ficarmos sozinhos na cozinha e isso criava um clima que não existia. Qualquer um beijaria a amiga da filha depois de uma discussão como aquela.

Mas a gente não gostava da Estela, não do jeito malicioso pelo menos.

Olhei para o cômodo onde tudo tinha acontecido e lembrei do gosto que a boca da loira tinha, os lábios eram macio e a cena dela com minha esposa era inspiradora o suficiente para me fazer pintar uns dez quadros. Estava alucinando, só podia.

Não conseguia me concentrar o suficiente no café da manhã, já tinha queimado uma torrada e duas panquecas e todos sabem que o ingrediente principal de uma comida era amor e concentração, no momento não sentia nada disso.

Levei a bandeja cheia de suplementos para todos e assim que avistei minha esposa trocamos olhares de cúmplices. Em baixo do seus olhos tinham grandes olheiras que destacavam nossa noite mal dormida, foi a madrugada toda se enchendo de remorso e arrependimento.

— Pai, você está bem? — A voz da minha primogênita fez com que meu corpo ficasse ainda mais tenso.

Era difícil olhar para Emilly, depois das barbaridades que falei, pensei e fiz com a sua amiga, eu mal podia ficar no mesmo ambiente que minha filha. O que ela acharia se soubesse que tive o prazer de experimentar a boca de Estela? Meu Deus, eu só conseguia pensar nesse maldito beijo!

— Sim, querida — Dei um sorriso fraco que não pareceu a convencer.

Fui pego sendo observado por Michael, o moreno guardava um sorriso idiota no rosto que me mostrava o quanto ele estava se divertindo com a situação. Babaca, até podia imaginar as coisas que se passavam por sua cabeça.

Alguns passos vieram do corredor e assim que notei que só faltava uma pessoa diante a mesa, meu extinto foi relembrar cada detalhe da loira, cada sensação que degustei quando minhas mãos estavam em seu corpo. Estela entrou na sala de jantar parecendo tão acabada quanto nós, ela estava com as bochechas vermelhas.

— Bom dia — Quase não pude ouvir sua voz.

A garota foi em direção a sua amiga e se sentou bem a nossa frente, senti um chute leve em minha perna vindo de Michael. O olhei como se pudesse repreender o homem por telepatia.

— Sabia que você ficou se mexendo a noite inteira? — Emilly falou deixando nós três visivelmente preocupados — Você não conseguia dormir, né? Teve pesadelos?

— Ah... Não — Estela respondeu ficando ainda mais vermelha — Você costuma dormir igual um morto, como percebeu?

— Com você se mexendo igual pulga não consegui dormir direito — Pensei em várias maneiras de cometer suicídio.

Eu estava apavorado, com medo do que minha filha acharia se soubesse o que fizemos, com receio de que talvez nossa carreira fosse por água abaixo caso Estela resolvesse dizer algo. Mas principalmente, estava ainda mais assustado por olhar a loira e só consegui vê a forma como seu corpo se encaixou tão bem com o da gente. Que droga!

•ISABELLA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

Meu cérebro parecia agir de forma automática procurando energia para aguentar o dia. Tinha dormido no máximo umas três horas a noite inteira e meu corpo seguia como se um caminhão tivesse passado por cima dele.

Estela era um vício, daqueles que você tinha contato uma vez e desde então pedia por mais. Ela era ingênua, doce e um amor com todos, mas a forma que agiu ontem foi uma verdadeira droga e agora eu só a queria para mim e meu marido.

Estava passando por tantos limites éticos que era difícil ficar em um ambiente com minha família e fingir que estava tudo nem. A verdade é que minha cabeça estava desregulada implorando para voltar ao passado e não ter feito bobagens tão grande. Infelizmente não podia fazer isso.

Coloquei toda a louça suja dentro da máquina própria para lavar e vi Castiel guardando os ingredientes que tinha usado para fazer nosso café da manhã. Meu marido estava abatido e eu gostaria de concertar isso de algum jeito.

— Nós não somos tão horríveis assim, sabia? — Disse atraindo a atenção dele.

— Como não? Beijamos garota que vimos crescer, Isabella.

— Não fale como se tivéssemos passado a vida inteira interessados por ela, Estela é uma adulta agora.

— Estamos interessados por ela? — A pergunta me pegou despreparada. Estávamos?

Olhei Castiel como se a resposta fosse sair de minha cabeça diretamente para a sua. Ele sabia a verdade, sabia que ela era proibida e mesmo assim existia algo da qual não estava sobre nosso controle, mas a solução para tudo isso era só uma. Estela não deveria ficar com a gente, de maneira alguma.

A presença de outra pessoa adentrou a cozinha e quando a garota nos viu seu corpo inteiro pareceu entrar em colapso. Ela usava um vestido verde que destacava seus olhos. Por que tinha que ser tão bonita? Atrapalhava tudo.

— Desculpa — Suas palavras saíram como se fosse a resposta para tudo — Eu volto outra hora.

— Estela, espera! — Fiz a garota parar e trazer a atenção para mim.

Eu tinha sido horrível na noite anterior, estava sobre o efeito da irritação e não consegui pensar direito. A tratei como se fosse uma das pessoas da qual transávamos onde eu podia ser possessiva e grossa, mas não podia, Estela era diferente, fui burra ao ser tão bruta daquela maneira.

— Sobre ontem... — Castiel não ia conseguir dizer o que precisávamos, eu tinha que ser mais firme.

— Não podemos ficar juntos, Estela —Falei de uma vez.

— O quê? — A loira sussurrou.

— Exatamente isso, você sabe que nós não... Isso é errado, tá legal?! E por mais que eu e Castiel fomos dois tolos ao fazer algo daquele jeito nós não deveríamos, foi imprudência, um erro.

— Eu sou um erro? — A pergunta dela atingiu diretamente meu peito.

— Não, de maneira alguma! — Castiel afirmou desesperado — Não foi isso que Isabella quis dizer.

— Então o que ela quis dizer? — Ela estava ficando irritada?

— Que talvez o mais correto seja... Esquecer — Falei apreensiva com sua reação.

Estela olhou para nós dois como se fossemos os vilões de sua história, podia vê mágoa em seus olhos e por mais que eu me odiasse por isso, sabia que tinha que ser responsável. Essa garota não era para gente, jamais seria.

Mas senhor, como era difícil olhar para esse vestido e saber o que continha por baixo dele, saber como era sensação de seus lábios e principalmente saber a maneira delicada que era o toque dela, da inexperiência que ela tinha com duas pessoas.

— Tudo bem — Foram as únicas palavras ditas pela loira antes de sair.

Talvez fosse melhor dessa maneira.