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CASTIEL
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Tínhamos resolvido os assuntos pendentes com a Estela, isso deveria significar um pouco de alívio a minha dor de cabeça, mas não era isso que vinha acontecendo, pelo contrário.

Combinamos que tudo voltaria ao normal, a garota era nossa sobrinha de coração, vivia em nossa casa, não podíamos simplesmente ignorar a existência dela só por causa de um beijo insignificante. O único problema era que minha mente não se acostumava com isso, era como um disco arranhado que sempre voltava na mesma música e por conta disso meu caderno de desenhos estava repleto de rabiscos obscenos de uma certa loira com minha esposa. Estava sem paz nenhuma.

Precisava dá um basta nisso, fazer minha mente entender que Estela era apenas uma presença da qual eu guardava carinho, e não o motivo de uma ereção. Cacete, mal podia lembrar do nome da praga sem levar sinais direto ao meu pau, era um inferno mesmo.

Por sorte Amanda havia aparecido e me feito sair de meu escritório antes que eu enlouquecesse dentro daquela sala. O pior era nem conseguir conversar com minha esposa sobre isso, não queria vê Isabella brava comigo, já estava sendo torturado o suficiente.

A mulher de cabelo loiro curto, com terno cinza que combinava com sua aparência e uma expressão mais abatida que o comum, se colocou na minha frente junto de dois cafés que havia pegado no refeitório da empresa. Vi Amanda se sentar e evitar meus olhos.

— Desembucha, quem é ela? — Perguntei já sabendo o motivo de seu problema, ela me olhou surpresa.

— Do que está falando?

— Você está me evitando, anda distraída e me chamou para tomar café as quatro da tarde, suspeito que a razão disso use vestidos curtos, tenha um perfume barato e uma buceta da qual você não consegue esquecer — Ela abriu um sorriso e eu revirei os olhos. Era sempre por uma mulher.

— Ela não têm perfume barato — Uma risada frouxa escapou de mim.

— Quando vai aprender, Amanda?

— Sei que parece difícil de acreditar, mas dessa vez é diferente.

— Ah, claro, você disse isso das últimas vinte vezes.

— Mas é sério, Castiel — Seu olhar se fechou — Têm algo de errado comigo.

— Quem é ela?

— Você não conhece! — Sua afirmação deixou o clima suspeito. Quanto nervosismo — Quer dizer, ela é... Cacete, ela é incrível. Estou rendida por essa garota, o sorriso dela, o jeito e até o maldito cheiro que parece que agora é minha nova fragrância favorita, ela é do tipo confiante que passa arrancando suspiros alheios, por sinal detesto isso, mas tenho que admitir que nunca vi igual, se você escutasse a risada dela saberia o motivo por eu estar louca, essa garota têm poder nas mãos.

— Uau, você está apaixonada, Amanda — Seu rosto virou uma mistura de medo e desentendimento.

— Não! Claro que não.

— É a primeira vez que você fala de uma mulher sem mencionar apenas o corpo da coitada — Ri da expressão assombrosa que ela fazia — Qual é o problema de estar apaixonada?

— Todo! Meu Deus, não posso gostar dessa garota, não pode passar de sexo com ela.

— Para de ser assim — Me acomodei na poltrona e assisti de camarote minha amiga entrar em um conflito interno — Olha só, se você gosta dela então assuma a menina, não importa a diferença, a idade ou gênero, se está mesmo gostando de verdade dessa tão mulher especial têm meu apóio.

Amanda me olhou como se eu tivesse falado algo impossível, mas a realidade era que seu problema podia ser mais simples de ser resolvido. Minha amiga só era orgulhosa demais para admitir os reais sentimentos.

Queria eu que o meu problema fosse só isso, gostar de uma garota da qual não tenho nenhum empecilho para assumir, do que Amanda tinha tanto medo?

•ESTELA•
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A noite estava com uma brisa gostosa e uma lua enorme no céu, minha companhia era agradável e eu tinha acabado de ter um dos melhores encontros de minha vida. Estava tudo nos eixos finalmente.

Catarina se aproximou de mim e juntou nossas mãos para poder me guiar por dentro do prédio onde ficava os dormitórios. Já estava cansada o suficiente para querer deitar em minha cama e capotar.

Seguimos em direção ao corredor e assim que paramos em frente a minha porta, olhei para ela com um sorriso nos lábios.

— Então, obrigada por hoje, foi tudo incrível — Agradeci sendo sincera nas palavras, gostava da companhia da garota.

— Fico feliz que tenha gostado, só espero que não tenha odiado a comida do jantar.

— Não se preocupe, estive na Colômbia por um tempo, aprendi a comer comidas um pouco mais temperadas — Ela riu e se aproximou de mim.

— Você é maravilhosa Estela.

Catarina me pegou de surpresa com um beijo e minha única reação foi acompanhar seus lábios. Quando pensei que seria apenas uma despedida vi nossas línguas se aproximarem. Meu coração saltou.

Não era uma santa quando se tratava de sexo, claro que não, mas também não era das mais experientes e mesmo achando Catarina incrível ainda assim parecia errado ser tocada por ela. A mulher não me causava a reação que precisava para chegar até esse momento.

— Você disse que sua colega de quarto não iria dormir aqui hoje — Suas palavras fizeram meu corpo congelar.

Eu deveria gostar disso, de ser desejável aos olhos dessa garota, mas mesmo assim sempre que sentia a sua mão pousada em minha cintura, ou seus beijos pelo meu pescoço... Não era certo, de maneira alguma. Não era tão bom quanto foi com... Bloqueei os pensamentos no mesmo instante.

— Cat — Me afastei dela e me senti culpada por não conseguir — Acho que ainda não tô pronta.

Por alguns segundo tive medo de qual seria sua reação, mas mesmo me importando muito com o que ela pensava, ainda assim não era a pessoa da qual precisava para isso. Ela abriu um sorriso e seu olhar me mostrava compreensão.

— Durma bem, Estela — A garota deixou um beijo na minha testa antes de se afastar.

Qual era o meu problema?!

A Amiga Da Nossa Filha (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora