Dália

Sou Dália Uçar Mbappé, sou a mistura do meu pai Francisco Mbappé e da minha Kiraz Uçar. Meu pai é nascido e criado no Brasil, mas seus avós vieram da Tazânia país localizado no norte do continente Africano. Minha mãe é turca, nascida em Istambul, mas já veio morar em São Paulo com sua família ainda bebê. Ela filha única, veio á Belo Horizonte no ano de 1986 aos 18 anos  em uma viagem turística, o que não poderia imaginar que bem na orla da Lagoa da Pampulha iria conhecer meu pai, seu príncipe de ébano como costuma se referi a beleza dele.

Minha mãe tem a pele clara, olhos verdes e cabelos lisos castanhos e um corpo 90 60 90, tipicamente padronizada como corpo ideal, já meu pai um negro com altura 195 cm, corpo esculpido nos campos de futebol de várzea e no trabalho na oficina mecânica. 

Eles contam que se conheceram por acaso na "igrejinha da Pampulha" ambos admiram a vista, quando começaram a conversar sobre o designer que parecia um desenho de uma nuvem, ambos caíram em uma crise de risos, mas logo, iniciaram um papo sobre a viagem, família e de tudo mais um pouco, assim quando olharam para entardecer da orla perceberam que já está finalizando aquela tarde que passaram juntos, sendo que no dia seguinte minha mãe está retornando para São Paulo. Meu pai esperto garantiu o endereço para continuar se comunicando com sua bela Kiraz. 

Como esperado, ambos iniciaram trocas de correspondências, ambos totalmente apaixonados. Minha mãe seguindo as tradições turcas estava de casamento marcado com uma rapaz de sua mesma origem, mas com o coração preenchidos pelo seu príncipe de ébano, de olhos negros e profundos que quando se olharam fizeram seu coração palpitar. Seu país tem 3 restaurantes turco no centro de SP, bem famosos e tradicionais, fora participação que seus tinham no ramo de agricultura em Istambul, o que lhe dava uma vida econômica favorável, já meu pai tinha um oficina mecânica que foi deixada sobre sua responsabilidade depois do falecimento do meu avô, e era onde tirava o sustento para sua família.

Meu pai completou o Ensino  médio e cursou curso técnico de mecânica, já minha mãe está iniciando na faculdade de administração, mas trilíngue é bastante culta. Depois de alguns meses entre cartas e viagens de ônibus entre SP e MG minha mãe decidiu largar tudo e se casar com meu pai em BH, o que foi grande tragédia na sua família, forma momentos de incertezas, dúvidas, medos, insegurança e mudança total de vida, mas não fizeram meus pais desistirem um do outro, mas pelo contrário fortaleceu mais decisão que ambos tinham iniciado em sua vidas. Em 1988 nasceu meu irmão Aslan,  em 1990 nasce Dália.

Minha infância foi marcada por muitas alegrias e também tristeza, minha avó paterna veio falecer uma grande dor para meu pai. Saímos do aluguel para morar na casa dela, onde vive e cresce cercada de amor, alegria e doçura. Meu irmão nasceu com todo beleza da minha mãe e eu nasce com beleza africana do meu pai, toda redonda e fofa como uma Dália, por isso recebe este nome. Meu pai escolheu esse nome porque quando me viu na maternidade, disse que meu rosto era redondo e se iluminava como uma linda dália amarelo, minha flor favorita.

No ano de 2000 minha mãe recebeu uma ligação informando da doença do seu pai, o que fez partir para SP naquele mesmo dia. Nunca tivemos um contato afetivo e constante com meus avós maternos, mas cerca de um ano eles decidiram ficar mais próximos da minha mãe, senso assim, engolindo meu pai. Fiquei sem ver minha mãe durante um mês, pois precisou ficar para cuidar dos pais e dos negócios.

Neste período nos divertimos muito na casa da minha tia Tereza foram momentos mais lindos da minha infância. Brincadeiras na rua de casa, h
Foi como conheci minha melhor amiga Juliana, mas infelizmente depois de uma tarde bem quente regada de chup-chup e banho de mangueira, logo uma grande tempestade se armou e uma "pancada" de chuva despencou sobre BH, o que não imaginava que meu pai iria perder tudo neste dia. Depois de muito conversarem, meus pais decidiram se mudar para SP para minha mãe cuidar dos pais.

Chorei muito porque não queria deixar minha casa, minha escola e minhas amizades feitas na rua do bairro Itapuã. Perder os meus passeios no parque municipal e na Lagoa da Pampulha, mas aos 10 anos estou de mudança para bairro Granja Julieta em SP. Durante o trajeto pelas rodovias que ligam MG a SP estou me perguntando, como vai ser minha vida em novo lugar.