O momento

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O sábado foi marcado por um dia em família inesquecível. Visitamos o Museu de Inhotim em Brumadinho, um lugar mágico que nos transportou para um universo de arte e natureza. Eda e Marcelo se mostraram encantados com o passeio, compartilhando risos e momentos de descontração.

De volta para casa à noite, a chama da paixão se acendeu entre mim e Marcelo. Resolvemos sair sozinhos, buscando um refúgio para a intensidade do nosso amor. O hotel se tornou nosso refúgio, onde nos entregamos a um amor selvagem e arrebatador.

No domingo, a casa se encheu de alegria com a chegada da minha tia Teresa e meus primos para um almoço organizado pelos meus pais. A mesa farta, repleta de delícias da culinária mineira, reuniu a família em um clima de união e felicidade. A música dominava o ambiente, Asla encantado com filhos de Antônio, nosso primo mais velho. Eda conversa alegremente com Juliana. João trouxe os gelatos mais gostosos, da gelateria do meu pai. Marcelo está feliz, faltou nosso amigos de São Paulo.

No entanto, em meio à alegria contagiante, meus pensamentos se voltavam para o Centro Cultural. A angústia com a situação me consumia, me impedindo de aproveitar plenamente o momento.

Em um impulso, tomei uma decisão ousada: sairia sozinha para verificar a situação no local. Sem que Marcelo ou meus pais percebessem, entrei no meu carro e segui em direção à comunidade da Serra.

Ao chegar, me deparei com um cenário vibrante: o evento de inauguração do Centro Cultural estava lotado. Famílias, jovens, crianças e idosos se reuniam em torno do novo espaço, ansiosos para conhecer as atividades e oportunidades que ele oferecia.

Meu coração se encheu de alegria ao ver o sonho se tornando realidade. Mas a felicidade logo se misturou à apreensão ao observar a rua íngreme em frente ao Centro, aberta ao trânsito de carros.

Com a cena gravada em minha mente, tomei uma atitude decisiva: precisava fazer algo para garantir a segurança da comunidade. Dirigi-me à rua íngreme, pronta para confrontar as autoridades e defender o bem-estar das pessoas que tanto me importavam.

O que me aguardava era incerto, mas a chama da justiça me impulsionava a seguir em frente. Sabia que não poderia me calar diante do perigo que pairava sobre o Centro Cultural e seus frequentadores.

Vejo três crianças brincando no passeio do centro, bem em frente a rua. Neste momento, um barulho, quando olho, um carro desce rapidamente a rua sete, desçe em direção as crianças. No impulso e corro, elas estão soltando papagaio, corro e as empurro, mas sinto um bate forte no meu corpo, parece que estou voando, passa a imagem felizes da minha família e de Marcelo que tinham deixados em casa, meu corpo cai, bato forte minha cabeça, minha visão fica escura e não vejo mais nada.

Narrador

O sol brilhava forte na manhã de domingo, enquanto três crianças brincavam despreocupadamente na calçada em frente ao Centro Cultural. De repente, um carro em alta velocidade perdeu os freios e desgovernou, as crianças, sem perceberem o perigo iminente, continuavam suas brincadeiras, alheias ao carro que se aproximava em sua direção. Em um ato de heroísmo instintivo, Dália, que observava a cena a poucos metros de distância, correu em direção às crianças e, com um impulso desesperado, as empurrou para fora do caminho do veículo desgovernado.

O impacto foi brutal. O carro, descontrolado, arremessou Dália para longe, lançando-a contra o solo do estacionamento do Centro Cultural. Sua cabeça bateu com força na superfície dura, causando ferimentos graves.

Ao presenciar a cena trágica, pessoas que se encontravam nas proximidades correram para ajudar Dália. O estado de saúde da jovem era grave, com sinais de traumatismo craniano e perda de consciência.

Enquanto isso, o carro, após colidir com a mureta, vazava combustível, aumentando o risco de uma explosão. Os bombeiros foram acionados imediatamente para conter o vazamento e auxiliar no resgate de Dália.

Apesar das tentativas de reanimá-la no local, Dália permaneceu inconsciente. O som insistente do seu celular tocando ecoava em meio à agitação do momento, mas ninguém ao seu redor o atendia. A cada toque, aumentava a angústia daqueles que acompanhavam a cena.

Os bombeiros, diante da gravidade do estado de Dália, decidiram acionar o resgate aéreo. Um helicóptero foi requisitado para transportar a jovem com urgência para o Hospital João XXIII, referência em atendimento médico de emergência. Um bombeiro percebe o celular chamar e atende:

-Alô, Dália meu amor, onde você está, almoço já está pronto. Marcelo, seu namorado diz.

- Alô, aqui é o tenente Mariano sou do corpo de bombeiros, a proprietária do celular, acaba de sofrer um acidente aqui no Morro da Serra e seu estado de saúde é gravíssimo, estamos levando ela de helicóptero para Hospital João XXIII, peço a gentileza de se encaminharem até o local.

- O quê? Você está brincando? Marcelo está incrédulo.

- Desculpa, senhor, mas infelizmente não é. Preciso que mantenham a calma e vão para hospital que acabei de lhe informar, ela está estado grave. O bombeiro caminha com celular na mãos enquanto os demais levam Dália. Cada minuto era crucial para mantê-la viva.

Com cuidado e precisão, Dália foi transferida para aeronave, seu corpo imobilizado para garantir sua segurança durante o transporte. O helicóptero decolou, levando consigo a esperança de salvar a vida da jovem heroína que, com seu ato de bravura, salvou as vidas de três crianças.

No Hospital João XXIII, uma equipe médica experiente já aguardava a chegada de Dália no heliponto. A sala de emergência foi preparada para receber a paciente em estado gravíssimo, e os médicos se preparavam para uma luta contra o tempo para salvar sua vida.

O destino de Dália era incerto, mas a coragem e o amor que a motivaram a salvar as crianças eram a prova de seu espírito forte e bondoso. A esperança pairava no ar, enquanto os médicos se dedicavam incansavelmente para salvar a vida da jovem heroína.

DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora