Hora de partir

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Narrador 

A luz prateada da lua entrava pela janela do apartamento, iluminando o rosto abatido de Marcelo. Dália, com lágrimas nos olhos, tentava se explicar. Três meses e quinze dias se passaram desde que ela chegará a São Paulo para passar férias, e a chama da paixão que os unia parecia estar se apagando sob o peso da angústia.

- Não consigo entender, Dália! Por que você insiste em voltar para Belo Horizonte? Aqui você tem tudo: seu trabalho,sua família, amigos e a mim!

- Marcelo, você sabe que independente de namorar ou não com o Sun, Natália já viria morar aqui, mas eu tenho uma vida em BH, responsabilidades, e não posso tomar uma decisão precipitada sobre o nosso futuro.

- Seu pai abriu mão de tudo para voltar a morar aqui com a sua mãe. Por que você não pode fazer o mesmo?

- Marcelo, eu não sou meu pai! Eu preciso organizar meu trabalho, minhas coisas pessoais… tem muitas coisas. Vamos conseguir resolver tudo se estivermos juntos, por favor, compreende.

- Dália, se você me ama, por que está dificultando tudo? Eu quero me casar com você! Quero construir uma vida juntos, mas você insiste em colocar obstáculos.

- Marcelo, eu te amo, mas preciso de tempo para resolver as coisas em BH. Se você não consegue me compreender nesse momento, então fica difícil de resolver esse problema.

A voz de Dália se embargou com a emoção. Ela deu um passo para trás, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

- Então vá! Vá para Belo Horizonte e viva a sua vida! Se não for para ser com a gente, que seja assim!

Dália se virou e saiu do apartamento, deixando Marcelo sozinho com a sua frustração. A lua, antes símbolo de união, agora testemunhava a dor da separação. O futuro dos dois, antes promissor, pairava no ar, incerto como a luz da lua naquela noite tempestuosa. Dália chega em casa, e recebida pelo pai, ele a abraça dizendo que tudo vai se resolver, que eles vão conseguir resolver essa questão Belo Horizonte ou São Paulo. Ela chora, mas decidi partir naquele momento para Minas Gerais. Sua mãe pede calma, mas ela sobe no seu quarto e pega suas malas. Ao descer, seu pai tenta convencê-la.

- Filha, foi assim que vocês terminaram da última vez, calma! Também dirigir assim até BH e a noite.

- Pai, eu amo ele, mas eu preciso organizar tudo, para a gente sentar e decidir, eu não estou terminando com ele, simplesmente adiantando o que iria fazer amanhã.

- Meu bebê, dorme amanhã você vai, descansada, sua mãe diz, abraçando Dália.

- Não, mãe, vou agora. Sei bem o caminho. Já viajei outras vezes à noite. Ela caminha com uma das malas até a garagem.

Dália coloca a bagagem na carroceria da sua Hilux preta. Ela se despede dos pais, e começa dirigindo pelas ruas do bairro Granja Julieta. Ela para na frente da sua antiga escola, e manda mensagem para Marcelo avisando que está retornando para Belo Horizonte naquele momento. Ele visualiza e não responde. Ela então segue o seu trajeto de volta para Minas Gerais. Com o coração pesado e angustiado com futuro dela com Marcelo.

DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora