Dália Uçar
- Faça uma boa viagem, minha filha! Devagar e pare para descansar, tá bom.
- Sim senhor, Francisco Mbappé! Pode deixar vou me cuidar, ainda mais na minha camionete nova, vou "meter pé" . Começo a rir.
- Para de fazer isso com seu pai, diz tia Teresa.
- Brincadeira, papai. Vou tranquila ouvindo uma musiquinha, tá bom.
- Se revolva com sua mãe e seu irmão, não deixe essa oportunidade passar, faça as pazes com o passado, minha filha. E a hora de ser feliz. Eu errei e acabei arrastando você comigo.
- Pai, pare de se culpar por isso, você não tinha controle da suas ações na época, eu só queria fugir de uma possível decepção. Todos fomos magoados, mas prometo que está aberta para resolver isso, espero que senhor também.
- Verdade, Francisco. Fala tia Teresa.
- Estou velho para isso.
Olho para minha tia e me recuso a ouvir isso.
- Pegou a geleia para D. Esra
- Sim, tia. Vou indo quando mais cedo sair, mais cedo chego. Vou ligando para você. Os beijo e entro na minha camionete Toyota Hilux preta de rodas aro 24 e cômodas, e tomo meu caminho de volta para Granja Julieta. Depois de nove anos longe da minha mãe, meus avós, meu irmão e dos meus amigos, tem muitas coisas para resolver nessas férias. Dirijo pelas rodovias em direção ao São Paulo ouvindo Pato Fu.
Estou ansiosa para ver minha mãe, tenho muitas saudades dela, depois do divorcio forçado pelo meu pai, eu e ela nos distanciamos, nos falamos algumas vezes pelo telefone, mas não participo do encontros familiares, fui ao casamento de Asla e Eda, mas acompanhei a felicidades deles de longe, tive receio de brigar novamente com ele.
Flashback on
No dia que terminei com Marcelo cheguei em casa, meu pai estava de mala pronta para retornar junto com minha tia para BH, eu estava desolada, resolve olhar resultado do vestibular dentro da farmácia descobre que não ingressei na USP e a mentira de Marcelo e meus amigos. Minha mãe não entende o porque meu pai,pediu a separação e estava indo embora, minha tia chorando, eu perdida, quando Asla chega com minhas malas brigando comigo e chamando de dramática e sentimentalista. Começamos a brigar, até que ele me dá um tapa no rosto. Asla nunca me bateu, começo ir para cima mim, meu pai segura ele, e os dois começam a discutir, minha mãe chorando implorando para meu pai não ir, quando eu grito:
- Eu vou com meu pai, para BH.
- Ah, começou show da filhinha do papai.
- Seu babaca.
- Sua idiota insensível, olha o que você e o papai estão fazendo com minha mãe.
- Você fica, Dália. Tem faculdade. Diz minha mãe
- Eu não passei, vou com meu pai e ponto.
- Minha filha, fica aqui comigo. Já perdi seu pai, não vivo sem vocês.
- Vive, olha seu filho, vai contigo.
- Vou mesmo, sou ingrato igual a você, ingrata.
- Eu odeio você, Asla.
- Eu também te odeio, Dália.
Flashback off
Depois de muita discussão, volto com meu pai para Belo Horizonte, e nove anos depois estou indo passar quatro meses na casa da minha mãe, de férias do trabalho. Me formei como arquiteta em faculdade particular, trabalho atualmente no grupo Azevedo, eles possuem escritórios de arquitetura em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Fortaleza. Hoje é administrado pela minha amiga Clara Azevedo. Sua família faz parte da elite mineira, nos conhecemos na universidade, ela trabalhava e estudava a noite, pois na época seu pai a deserdou porque ela engravidou do namorado que abandonou com criança, mas infelizmente a quatro anos ela perdeu a mãe, o filho e o irmão morreram em um acidente na BR-381. Eles estavam indo buscá-la no interior, em um trabalho pela empresa depois, depois que se reconciliaram, essa fatalidade aconteceu. Precisou assumir os negócios, pois seu pai entrou em depressão.
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Dália
RomanceDália, uma flor diferenciada entre tantas flores, mas que carrega em seu coração um amor por seu vizinho e amigo Marcelo, entre desencontros, reencontros, desilusão, perdas e amizades, podemos ter certeza que AMOR irá vencer.💌💌💌💌💗💗💗