A verdade

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+ Desculpa, mas porque minha irmã disse que deveria ter morrido? O irmão dele Dália direciona a pergunta a mim.

Eu acho que ela deveria contar a todos, Asla.

- Você me conhece? Ele pergunta

- Claro, ela tem um painel de fotos com todos que estão presentes nesta sala. Ela sempre fala de todos. Me fez comprar carro na concessionária do Mariano. Diz Natália.

- Por favor, me conta essa história. Asla insiste.

- Eu vou contar. Natália senta.

- Nati, você não tem esse direito. Eu falo.

- Eu tenho esse direito por sou parte envolvida. Ela retruca.

- Ele vai te matar. Falo.

Ela pede que todos se sente.

- No sexto semestre de curso, Dália e eu trabalhávamos em um supermercado próximo da faculdade, mas até aquele momento não tínhamos tido problemas, mas até que um dia, um aluno do curso de medicina, nos humilhou por sermos trabalhadoras e alunas da faculdade. Naquele dia não reagimos, mas ele começou a fazer bullying com a gente na faculdade. Dália estava tão exausta com tratamento do pai, trabalho, sorveteria, estudo e estágio que ela não ligava, mas cada dia se tornava pior. O grupo de elite do curso de medicina nos humilhava por sermos negras, trabalhadoras e pobres. Para mim era difícil, pensei em desistir do curso de engenharia, mas Dália não deixou. Um dia que Dália estava bastante chateada com as notícias sobre tratamento do pai, ela deu uma surra naquele cafajestes, mas um dia depois da faculdade indo para o ponto de ônibus, eles nos cercaram. Eles estavam armados, nos jogaram dentro de uma picape e nos levaram para lugar às margens da BR-040. Lugar com pouco movimento, nos agrediram tanto e depois atiraram na gente. O Tiro que me aceitou meu tórax, bem próximo do coração. O que acertou Dália acertou a barriga. Eu fiquei desacordada, mas Dália fingiu de morta, quando eles abandonaram a gente bem ali, Dália foi arrastando até a rodovia, conseguiu ajuda. Ficamos internadas, mas fora isso, era conviver com impunidade, porque não tinha provas o suficiente para condená-los. A única coisa que reitor fez por nós, foi nos transferir para outro campus bem mais longe de casa para concluir o curso.

A mãe de Dália chorava tanto e batia a mão no peito.

- O nosso pai sabe disso? Asla pergunta.

- Ninguém sabia até agora. Naquel época foi a pior parte do tratamento do seu pai. Ela contou para sua tia Teresa que estava viajando por um trabalho de faculdade. Tipo intercâmbio. Nesta época o senhor Francisco não reconhecia ninguém. As reportagens não falaram nossos nomes. Natália conta.

- Quem são esses infelizes. Marcelo grita, ele anda de um lado para outro.

- Não se preocupem, a justiça não os julgou,mas eles mesmo destruíram suas vidas. Digo.

- Naquela trágica noite foram 5 homens e um somente observou do carro. Dois deles morreram de overdose de drogas, outro morreu em acidente de carro e outro ficou tetraplégico depois de um pulo de cachoeira. O que observou tudo sem ajuda foi um morto vivo, ele se casou teve uma filha que alguns anos depois a bebezinha engatinhou para debaixo do carro, ele não viu, atropelou e matou a própria filha e o outro não temos notícias. Dália e eu nunca desejamos o mau para eles, mas infelizmente colheram todas as suas maldades.

- A vida não deixa a conta passar. Amanhã vocês precisam conversar. Dália é minha melhor amiga. Ela bebeu hoje pela primeira vez por está desacreditada que consiga se reconciliar com vocês, então se resolvam porque pode ser tarde demais se deixarem para amanhã. Eu demorei a perdoar minha família, e perdi todos, poderia ter perdoado antes, mas fui orgulhosa e prepotente. Acho melhor eu ir.

Que isso, vocês são minhas convidadas. Eda, por favor querida acomode elas. Vou subir quero dormir com minha Dália. Fala D. Kiraz.

- Muito obrigada. Digo

- Eu agradeço por cuidar dela. Kiraz agradece

Ela parece desolada. Vamos para o quarto hóspedes, eu e Natália, será uma longa noite.

DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora