O Encontro

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A manhã de domingo foi bem tranquila, ficamos em família e aproveitamos bastante com muita música e boas comidas. Depois do almoço meus pais foram descansar, pois mais à noite iam ao restaurante. Asla foi para dos gêmeos italianos. Fiquei receosa se deveria ir à casa da Dona Esra, mas avisei D. Lourdes que estava indo a casa dos Balik, peguei algumas revistinhas e meu segundo preferido " O pequeno príncipe" de Antoine de Saint. Cheguei na porta da residência fiquei em dúvida se tocava campainha,mas quando uma linda senhora com sorriso doce apareceu na janela e fez sinal para entrar, entrei pelo portão e logo ela abriu a porta.

- Vem querida, entre. Todos foram para casa dos Rizzo, até que meu esposo resolveu ficar lá, vem.

- Então... não consegui concluir quando ela disse:

- Tem um rapazinho ansioso aguardando você lá nos fundos, é só seguir até o final do corredor.

- Muito obrigada, Sr. Esra. Sinto o cheiro de canela, logo pergunto.

- E bolo de maçã com canela? Abro um sorriso.

- Sim, minha querida você gosta?

- Eu amo, minha tia Teresa lá de BH faz um bolo de Maçã com canela maravilhoso, eu como gulosa que sou, reconheço o cheiro. Ela também faz um bolo de banana, ai! Que saudades. A senhora gosta de jabuticaba?

- Não conheço essa fruta.

- Quando chegar em casa vou ligar para ela trazer para senhora conhecer, inclusive a geleia, a senhora vai amar. Ela tem uma chácara em Sabará que produz ano todo porque meu tio fez um engenho para jabuticabeira, assim temos o fruto ano todo, a senhora vai amar, pode ter certeza. Ela sorri.

- O que eu tenho certeza é que você é uma menina encantadora e doce, por isso, meu rapaz está encantado com você.

- Que rapaz? Fiquei na dúvida.

- Vai logo, Marcelo está esperando. Logo vou servi-los.

- Estou ansiosa para experimentar. Saio andando até chegar no Jardim. Procurei e não encontrei, quando senti um corpo se aproximando e colocando as mãos sobre o ombro, foi quando rapidamente dei uma cotovelada na barriga e me viro para dar mais golpe, Marcelo está abaixando com mão na barriga.

- Você quer me matar.

- Me desculpa, minha cabeça funcionou na auto-defesa, senta aqui.

- Para uma menina, você é bem forte.

- Eu disse.

- Quais livros você trouxe, sua encrenqueira.

- Algumas revistinhas em quadrinhos e o O pequeno príncipe.

- Esse livro é muito chato. Fiquei em silêncio encarando ele.

- Você realmente gosta desse livro, Dália?

- Sim. Marcelo trouxe livros que realmente gosto de ler, então vamos fazer um combinado, vamos fazer isso mesmo sem gostar, por exemplo eu não gosto de livros de terror, mas poderíamos juntos fazer a leitura, pode ser?

- Combinado?

- Vamos nos acomodar ali na cama?

- Sim,essa cama dossel é maravilhosa,bem embaixo daquela árvore, vamos ficar à vontade.

Iniciamos a leitura do " O pequeno príncipe", lógico que eu fiz a leitura, porque Marcelo não gostava, então eu deveria influenciá-lo e fazê-lo se apaixonar por esse livro. Neste trecho do livro, percebe que ele se emocionou, não sei porque e prefere deixá-lo com a emoção que o envolveu.

" Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: "Minha flor está lá, nalgum lugar. . . " Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância! Não pude dizer mais nada. Pôs-se bruscamente a soluçar. A noite caíra. Larguei as ferramentas. Ria-me do martelo, do parafuso, da sede e da morte. Havia numa estrela, num planeta, o meu, a Terra, um principezinho a consolar! Tomei-o nos braços. Embalei-o. E lhe dizia: "A flor que tu amas não está em perigo... Vou desenhar uma pequena mordaça para o carneiro... Uma armadura para a flor.. Eu..." Eu não sabia o que dizer." página 22

Depois de um tempo lendo acabamos adormecendo, mas fomos acordados pela Sr. Esra com belo chá e bolo de maçã com canela.

- Preciso ir, daqui a pouco meus pais irão para restaurante.

- Tem certeza que não pode ficar mais pouco, queria ter mostrar algo, vamos e por somente 15 minutos. Subimos para seu quarto, isso mesmo ele tem um quarto na casa dos avós. Quando ele abre a porta vejo um ENORME quadro de medalhas.

- Nossa, você pratica qual esporte.

- Natação, gostou? Tenho, mas que você.

- Com certeza, quantos anos começo?

- Aos 5 anos. Queria mostrar que também faço algo.

- Porque começou a nadar?

- Me afoguei quando tinha 4 anos, meus pais colocaram nas aulas para aprender a me proteger, assim como você.

- Marcelo, fico feliz em termos algo em comum,mas você ama nadar?

- Me apaixonei pela natação, agora sou um peixe, não vivo sem água.

- Na minha opinião você está mais para água vivas.

- Porque? Você me acha feio, sei que não sou lindo com Rizzos,mas também não sou sem sal assim.

- E quem disse isso? Olha eu ainda não vi você em uma piscina, mas pelo pouco que conheço de você, com certeza seria águas vivas. Você emite tranquilidade e transparência, quando falou da natação me mostrou uma alegria, então para terminar essa comparação é preciso ter ver competir, você pode me convidar na próxima? Olho para relógio na parede e grito:

- Minha mãe vai me matar, eram 15 minutos, tchau, Marcelo. Saio correndo e tropecei no próprio pé e caio de cara no chão, me levanto rápido e desço correndo.

- D. Esra estava maravilhoso o bolo melhor do que minha tia,mas não conte para ela. Muito obrigada. Tchau, Marcelo. E saio fechando a porta,mas dá tempo para escutar:

- Será que ela se machucou?

- Pelo jeito que saiu daqui, tenho certeza que não. Ela é uma menina encantadora.

Graças a Deus, consigo chegar antes que os pais saírem, me despeço deles e me organizo para finalizar a noite de domingo. Água viva para mim é o animal mais deslumbrante, elegante e imponente quando estão no fundo do mar, assim iria completar minha comparação,mas tive vergonha porque nunca o vê nadar e espero que logo o veja.



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DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora