Capítulo 10

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Sábado chegou, as meninas chegaram, meu apartamento ficou lotado e
graças ao meu bom Deus, a vagabunda da Letícia não resolveu aparecer.
Em compensação meu irmão, que estava ao telefone com Luiza, quis falar
comigo.
— Alô, oi Ian.
— Oi é o caralho! Eu ouvi uma coisa da Luiza que não tenho certeza se
estava com muita maconha na ideia... ou se ouvi direito. Você está morando
com uma cara?
— É, mais ou menos...
— Mais ou menos? Como assim mais ou menos?
— Ele passa a maior parte do tempo aqui, mas ainda não nos juntamos, se é essa sua preocupação. E outra coisa! — caiu a ficha que ele não tinha o
direito de falar assim comigo — Além de ser dona do meu nariz, me respeita! Sou sua irmã mais velha!
Luiza levantou os olhos e fiz sinal que iria a estrangular!
Passei o telefone e ela ficou toda sem graça.
Ian estava muito enganado pensando que poderia se meter desse jeito na
minha vida!
Ele tinha vinte e oito anos e desde que assumiu a gerência da pousada dos
nossos tios, estava se achando a última ruf les do pacote!
Nossos tios estavam morrendo de orgulho dele, o que só fazia aumentar-lhe o ego. Também... meu primo Sandro resolveu se assumir e se mandou para viver com seu bofe magia em Macaé! Vida louca... Ainda me lembro, no Ano Novo o sem noção resolveu presentear os pais, levando o Gui pra conhecer a família,
ficamos de cara! Tipo, uma coisa é “será que ele é?” outra coisa bem diferente é ele aparecer com o boy lá em pleno Ano Novo!

Maite estava mais animada que nunca, chegou primeiro que todas e já foi
logo se enfiando apartamento adentro, fuxicando nas coisas do Alfonso,
cheirando, analisando, fazendo várias caretas!
— Menina, mas esse homem é muito chique... Olha só essa gravata lilás!
Anahí você já viu a marca dessa gravata? É Chanel! Que tipo de garoto deprograma usa gravatas Chanel? Anahí! Você reparou nisso?
— Lógico que eu reparei! E também me liguei que boa parte desses luxos, somos nós quem vamos bancar nos próximos meses! Sua piranha!
— Ah deixa de ser escrota e aproveita então, otária!
— Aproveitar o que exatamente, sua quenga?
— O homem! Sua burra! Um homem desses, com uma piroca dessas a gente não encontra por aí não, eu mesma já andei conferindo essa semana
umas coisas que... Deus me livre... cara, ontem fui lá na boate que te falei na
Barra, com a Michele, garota... acabei me rolando num canto com um gato! Mas quando botei a mão dentro da cueca dele.... Puta que pariu...
— O quê? Era pequeno?
— Pior.
— Pior como?
— O cara tinha piru de bengala.
— Como é piru de bengala? — a essa altura já estava rindo.
— Ué, bengala! Não sabe como é uma bengala? Fina e torta na ponta.
— O quê? — cai na gargalhada — Você tá zuando...
— Não tô não! Tirei foto e tudo!
— Mentira!
Foi quando ela puxou o celular do bolso e me mostrou, não sabia se
continuava tendo uma crise de riso ou se me lamentava. Caralho! O cara
tinha mesmo a piroca mais torta da face da Terra! Era grosso na base, perto da pélvis e ia afinando e na ponta entortava pro lado esquerdo de uma tal maneira!
Nunca vi algo assim antes!
— Amiga que roubada!
— Pior é que ele queria que eu chupasse, vê se eu tenho cara de quem fica chupando caramelo natalino?
Tentava parar de rir, mas a Maite é mestra em falar coisas sérias como se
fosse uma piada!
— Fuder, nem pensar! Como é que isso aí entraria em mim, nem que ficasse
brincando de bambolê! — ele ficava virando o quadril num semicírculo e eu meacabando de rir!

Nesse momento, as meninas começaram a chegar, trazendo cada uma o combinado. Eu daria as bebidas, elas os aperitivos.
Estava tudo tão animado que até me esqueci por um momento do Théo.
Maite estava inspirada na bobeira! Luiza radiante com as roupas intimas que estava ganhando.
Só mesmo um conjunto que a Geovana deu que não daria nela de jeito
nenhum, Luiza é muito magrinha e muito pequenininha, o conjunto rendado extremamente sexual de cinta liga, meia, sutiã meia taça e calcinha fio dental ficou parecendo uma fantasia de carnaval! Rimos à beça dela!
— Experimenta você, Anahí. Com seu tom de pele moreno vai ficar melhor
que em mim! — Luiza era bem branquinha de cabelos curtos castanho escuro, parecia uma sósia da Branca de Neve.
— Tá! Vou experimentar! — já estava muito chapada a essa hora, de tanta
caipirinha de vodca misturada com cuba libre.
O conjunto caiu perfeitamente em mim!
Apareci na sala, vestindo a lingerie, e coloquei um sapato de salto vermelho
de vinil só pra zuar mesmo. Comecei a dançar conforme elas ficavam cantarolando música de streap tease.
Não é pra me gabar não, mas meus cento e dez de quadril fazem a diferença numa dança dessas em que a gente vai rebolando até o chão e isso pra mim, sobre um salto agulha não é nada! Quem aguenta ensaio da Mocidade meses à fio, uma reboladinha sensual até o chão é fichinha!
E estava eu, rebolando quase encostando a bunda no chão, de costas para as meninas e resolvi subir como uma dançarina de poli dance, empinado a bunda exposta com um fiapo microscópico que desaparecia por baixo da cinta liga, me sentindo a Beyonce do Largo do Machado! Joguei minha cabeça para trás, levando meu cabelo junto, que bateu feito um chicote no meio das minhas costas e me virei toda sensual pra olhar as meninas.
Elas estavam gritando horrores, e dei de cara com Alfonso, parado na porta da sala. Ninguém o viu chegar!
Aquela cara de safado dele, me deixou com uma leve contração no baixo
ventre. Que nervoso! Ele estava segurando o lábio inferior nos dentes, de olhos semicerrados e fazendo que sim com a cabeça.
Gelei. Parei toda sem graça. E foi minha reação totalmente inesperada que fez com que as meninas se virassem para ver o que havia me feito paralisar. Alfonso. De calça social grafite e blusão social branco, com um paletó pendurado no braço cruzado, me encarando.
— Oi Alfonso! — Maite estava muito mais embriagada que eu! — Meninas
esse é o noivo, namorado marido da Anahí!
Éramos dez no total, uma zona do cacete, todas pra lá de Bagdá! Cerveja,
Vodca, caipirinha, rum e muita tequila foram o combustível alcoólico para
nos manter no brilho!
Elas começaram a rir e a gritar “Hmmm, Anny", "arrasou meu bem!
entre outras coisas...

Alfonso cumprimentou a todas meio por alto e veio até mim. Me deu um selinho atoa com a mão na minha cintura.
— E aí Alfonso? Tá aprovada? — Será que a Maite não sabia calar a boca??
E eu morri! Quando ele me apertou a cintura e deslizou a mão até minha
bunda apertando de leve e me puxando pra ele. Depois se virou pra Maite e
respondeu...
— Essa já é a roupa da nossa Lua de mel?
As meninas gritando e rindo ainda mais! E eu com a cara no chão! Mas aí me deu um calor absurdo, ainda com a mão na minha bunda, colou seus lábios na minha orelha, sussurrando...
— Muito gostosa. Tô de pau duro querendo meter fundo nessa bocetinha melada.
Senti latejar lá em baixo e um arrepio percorreu minha nuca.
— Deixa de ser safado.
— Não tem como. Vou tomar um banho e tocar uma punheta pensando na
recepção que tive.
Alfonso acenou para as meninas como se estivesse encabulado e seguiu pra
dentro do quarto.
As meninas ficaram eufóricas com a chegada do Alfonso. E tenho certeza de que ele ouviu os gritinhos agudos que elas dispensaram quando ele fechou a
porta do quarto atrás de si.
Não demorou nada pra que fossem embora! Luiza levou os presentes e
Maite decidiu que a festa continuaria no apartamento dela, mas foi a última a descer. Claro! Precisava me dar instruções!
— Se você não der pra ele, nossa amizade acaba hoje!
— Você tá louca?!
— Você que tá de não aproveitar! São dezoito mil Reais! Acorda sua
retardada! — então gritou bem alto — Tchau Alfonso! Estamos indo!
E saiu do apartamento empurrando a língua na bochecha, me dizendo “paga um boquete!

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora