Capítulo 41

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Seria o fim de semana mais longo da minha vida! Duas semanas sem o calor dos braços dele, sem o afeto de Alfonso e havia ainda aquele silêncio que se
perpetuava entre nós.
O que fazer? Encher a cara parecia a solução mais óbvia!
Recebi duas mensagens; Ian, adorando Fernando de Noronha e Maite, aflita em busca de notícias minhas e marcamos de sair.
Paramos em um barzinho em Copacabana e depois de desfiar o rosário ela balançou a cabeça despreocupada.
— Ai Maite! Ele está me enlouquecendo!
— Ora! Enlouqueça-o também, já que ele adora sua bunda, vá na segunda-
feira com aquele seu vestido marfim. — Maite esfregava as mãos como quem
planeja algo terrível.
— Ele vai me demitir! Estou em período de experiência... Além disso, ficou
todo irritado por causa de um vestido social! Imagine ir pra lá ao estilo
Marilyn Monroe?
— E o tal Ricardo?
— Você iria gostar de conhece-lo.... de repente marco alguma coisa...
— Pena que está tão longe do Centro, né?!
— Acho um desperdício logístico trabalhar na Barra da Tijuca se precisamos estar próximos ao terminal na Praça Mauá.
— Sugere lá uma mudança...
— Parece que o outro sócio, Pietro... Piter... sei lá, ainda não decorei o
nome de todos, bem, ele não quer, Ricardo me disse.
— E o Ricardo sabe que você e o Alfonso...
— Ninguém sabe, e também não entro muito nesse foco com ele.
— Ele já viu que você não tirou a aliança?
— Se viu, fingiu que não reparou, não disse nada.
...

*

Onde estava com a cabeça de levar Maite à sério? Agora estavam todos me olhando!
Certo, a parte de cima do vestido era estilo anos sessenta, bem fechadinho
com a gola reta ombro a ombro e meia manga, mas logo abaixo da cintura o
vestido se abria em godê até um pouco abaixo do joelho, duas anáguas
também rodadas garantiam a não transparência do tecido fino nas saias. Optei por um sapato scarpin nude e uma bolsa tipo carteira preta.
Fiz um rabo de cavalo preso na nuca e nenhum acessório além do brinco de
pérola e a aliança de ouro.
Gabriele me chamou quando passei pelo corredor para elogiar minha roupa e sapato, as outras moças do escritório também eram muito educadas e
divertidas, um ambiente bem diferente do que estava acostumada, onde as pessoas mal se falavam e a intriga rolava solta.
De repente elas ficaram sérias e Gabriele arregalou um par de olhos, Renata foi de fininho para seu lugar, apesar de imaginar que Alfonso estava parado nos observando, virei para me certificar.
Estava com uma cara horrorosa! As mãos na cintura, o terno aberto e me
olhava sério. Ao lado dele um homem muito bonito, loiro de olhos claros,
idade próxima a do Alfonso, parecia se divertir com a cena, chegou a se virar um tanto e tapar a boca, disfarçando um sorriso num falso bocejo. Então o homem deu- lhe dois tapinhas no ombro, disse um bom dia alto e seguiu na direção contrária.
Alfonso ergueu um dedo indicador na minha direção me chamando, realmente como uma pessoa zangada o faria.
Me aproximei e ele saiu andando, fiquei parada, não sabia o que fazer.
— Me acompanhe, dona Anahí. — disse sem ao menos se virar.

Cara, esse não era o Alfonso.
Passou pela secretária dele, olhei para Sabrine ela fez que não com cara de
“ prepare-se”.
— Feche a porta.
Fechei a porta, ele ficou me olhando de braços cruzados pensativo, uma tromba enorme.
— O que foi que falei sobre sua roupa? — abri a boca pra responder e ele
continuou — Sabe qual é o comentário dos seus colegas lá na copa? — fiz
que não — Que a supervisora é a maior gostosa! Estavam comparando a sua
bunda com a dessas mulheres fruta!
Segurei os lábios com força para não rir. Ele estava sendo ridículo!
— Não estou achando graça, — falou sério — eu digo pra você não vir de
um jeito e você faz pior!
— Pior? Mas esse vestido é lindo! — debochei um pouco que não sou de
ferro...
— Esse vestido, — disse pausadamente — marca sua cintura fina e quando
você anda, ele... quando... Você fez de sacanagem não é?
— Não senhor.
— Você viu seus e-mails hoje?
— Não senhor.
Ele passou a mão no rosto, visivelmente irritado. Sinceramente, eu quem
deveria estar irritada! Ele poderia solicitar a análise que quisesse, mas
mandar na minha roupa? Ele? Quanta hipocrisia! Ele era um tarado!
— Se a sua casa não fosse tão longe, faria você voltar pra trocar de roupa!
— Me diz uma coisa, estou realmente muito curiosa... Qual é a sua? Quero
dizer, você é pervertido! Não deveria estar feliz de me ver com esse vestido?
— ficou confuso, suas sobrancelhas se juntaram e eu prossegui, para provocar mesmo — Não se preocupe que ninguém saberá o que não estou usando por baixo.
Arregalou os olhos e sua respiração falhou.
— Co-como é?
— Já que o senhor se interessa tanto pelas minhas roupas, acho que se
interessaria pela falta delas também. — além dos olhos abriu a boca também sua postura mudou um pouco.
— Não me chame na sua sala pra falar babaquices, Senhor Miguel Alfonso Herrera Rodriguez. Com licença. — Ai Meu Deus! Não acredito que disse isso!
Saí apressada e retornei para minha sala marchando, as pessoas me
acompanhavam com os olhos, mas nada disseram.
Joguei-me na cadeira, respirando fundo. E-mail.
Ele respondeu minha mensagem de sexta-feira com um outro link, Celine
Dion... torci para que não fosse o tema de Titanic, ou estava certa de que
tudo foi por água abaixo...
Ouvi atenta. Segurando firme, mas aquela merda de nó se embolava e
crescia na minha garganta, segurei os lábios pois as lágrimas, não fui
capaz...

Meu coração deu um salto louco, me senti gelada.
De onde veio aquele sentimento, não sei e sinceramente, já não estava
preocupada em cair sobre ele ou que caísse sobre mim! Foi no instante que
decidi isso que me vi realmente tirando a calcinha de cetim, enfiando-a em um
envelope pardo e retornando para a sala do Diretor Comercial.
Sabrine abriu a boca, mas a ignorei e entrei na sala sem bater, Alfonso apoiava  a cabeça nas mãos, parecia ler alguma coisa, levantou o olhar com o som da porta batendo, fechando ruidosamente. Joguei o envelope sobre a mesa, Alfonso desviou os olhos de mim para o envelope, e do envelope para trás de mim. Naquele instante ouvi um pigarrear e um bom dia.
Não sabia onde enfiar a cara, acho que fiquei tão envergonhada por aquela
falta de educação que ao invés de ficar vermelha, a cor fugiu da minha face.
Virei me.
— Bom dia. — respondi ao homem loiro que sorria, provavelmente divertido
com a cena.
— Pietro Alfonso. — esticou a mão, o cumprimentei tentando manter a
calma que me fugia segundo a segundo.
— Anahí Puente.
— Pietro. — chamou-o com a voz falhando, então limpou a garganta antes de prosseguir — Pode.... nos dar licença um instante?
— Claro, continuamos depois. — tentou segurar o sorriso e saiu.
Alfonso estava com o envelope aberto, olhando-o com uma expressão
diferente das que eu conhecia.
— Você... você... tá usando o que por baixo desse vestido? — foi difícil,
mas ele conseguiu perguntar.
Eu queria ter-lhe dito: nada. Mas mantive a coragem inicial.
Dei a volta na mesa inclinando-me o suficiente para empurrar-lhe a cadeira
um tanto, recostei-me na mesa apoiando o salto fino entre suas pernas abertas.
Ele me assistia surpreso e ansioso.
Subi o tecido do vestido e anáguas até o meio da coxa, ele inclinou o rosto para o lado direito, segurando o lábio inferior nos dentes. Inspirou com força fechou os olhos, prendendo o ar em seus pulmões, levou um tempo até que
o libera aos poucos pela boca.
Inclinou o corpo para frente e pude sentir sua rigidez em meu tornozelo.
Apertou um botão no telefone.
— Sabrine, não estou pra ninguém.
— Sim senhor. — respondeu a voz pelo viva voz.
Então soltou o botão para acariciar minha panturrilha, deixou um beijo em meu joelho escorregando os lábios para minha coxa, os olhos fechados,
respirando em minha pele.
De repente segurou-me firme pela perna e cintura, levantando-se e me deixou sobre a mesa.
Sentir os lábios dele sobre os meus ainda de maneira tão urgente foi minha redenção.
Suas mãos firmes em meu rosto, massageando minha língua na sua. Puxou- me pela perna e deslizei para a beirada da mesa, abriu-me um pouco mais as pernas e enlacei seu quadril sentindo sua virilidade crescente.
Como me fez falta aquele calor que saia de seu corpo e me invadia a alma, como me fez falta suas mãos e braços fortes apertando-me de encontro a ele.
Quem era eu sem aquele homem? Apenas um receptáculo vazio.
Minha vida estava pulsando novamente com o toque de Alfonso em minha pele, senti-lo apertar o alto da minha coxa acariciando timidamente meu sexo com o polegar. Abafar o gemido que ele me provocou em seus lábios, ouvi-lo arfando ao soltar meus lábios para morder-me o pescoço.
Minhas mãos podiam finalmente sentir a textura de seus cabelos mais uma
vez, a força de seus ombros e bíceps, seu cheiro, a saliva queimando minha
pele, inebriante toque. Reviro os olhos.
— Eu ouvi... a música... — sussurrou mordendo-me o maxilar.
— hmmm..ahh... eu... eu ouvi... a... sua.
— Quero te comer... em cima dessa mesa.
— Então me come.

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora