Capítulo 32

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Voltamos, tensas, e meu querido primo me olhou confuso.
— Olha Anyy, você pescou um tubarão com anzol pra sardinha. Não se preocupe o segredo de vocês está seguro, afinal é muito louco estar com
um homem como ele não é mesmo? Não vou contar pra ninguém, fique
tranquila — Sandro arrumou os óculos escuros estalando a língua no céu da boca — gente excêntrica! — então se levantou puxando Guilherme pela mão e foram para a piscina.

Me senti sem chão. Mônica não pareceu se importar com nada da conversa,
amarrou os cabelos cacheados em um coque apertado, deu um selinho em
Maite e foi também para a piscina.
Maite se sentou ao meu lado, a boca envergada para baixo.
— Deu merda.
— Deu merda. — concordei.
— Espero que o Sandro fique de boca fechada.
— Eu também... Pelo visto ele sabe das atividades do Alfonso como garoto de
programas.
— Estou mais preocupada com você considerar as atividades dele antes, vai com calma, Any, esse é um terreno desconhecido...

*

Sandro agiu normalmente, o que foi um grande alívio, mas Alfonso ficou de
conversar com ele antes de irmos embora. Ficou bem surpreso quando disse que o reconheceu pela tatuagem, perguntei se havia feito algum tipo de streep tease no avião e ele além de não responder, caiu na gargalhada! Chegou a jogar a cabeça para trás de tanto rir!
Se acalmou aos poucos ao perceber minha cara carrancuda, esfregou os
olhos, com a cabeça balançando em negativa.
Por fim me olhou demoradamente.
— Any, vamos parar de fantasiar... eu não tenho culpa de ser um cara
atraente. — passou a mão no cabelo com um puta olhar convencido, apesar
de falar em tom divertido, achei aquele um jogo muito perigoso.
— E se eu disser que posso saber de você mais do que imagina?
— Então eu diria que você é muito xereta e impaciente. — Alfonso se
aproximou desfazendo meus braços cruzados e os levando para enlaçar seu pescoço — Talvez eu possa ter uma boa explicação pra te dar...
Suas mãos deslizaram pela lateral do meu corpo até apertar minha cintura,
seu olhar era intenso, deslizou as mãos um pouco mais, não se importando
de estarmos no jardim à vista de todos e me apertou a bunda levando-me um
pouco de encontro ao seu corpo, colando nossos lábios.

*
O almoço ficou maravilhoso! Havia como sempre três opções para o
cardápio principal, mas o tal Caldo Mediterrâneo foi um sucesso, Alfonso
entendia mesmo de cozinha e caiu nas graças da tia Ana e tio Bento.
— Como é que um homem tão bonito sabe tanta coisa de cozinha?
— Tia Ana, quando era criança passava férias na casa da minha avó, o
passatempo preferido dela era cozinhar... Passei minha infância e boa parte da adolescência na cozinha. Va bene? — no caso de ser uma mentira, foi muito bem contada.
Ele sabia como conduzir uma conversa, como desviar dos assuntos que não
queria falar, de levar todo mundo no bico, seduzindo todas as mulheres com aquele sorriso e então consegui reparar bem no que fazia......Uma timidez fingida, cabeça abaixando um tanto, ainda sorrindo levantava somente os olhos de repente, mirando os da outra pessoa, enquanto seu sorriso se apagava pouco a pouco.
Que safado!
— Para com isso. — sussurrei em seu ouvido sutilmente.
— Parar com o que? — sínico!
— De seduzir as mulheres à mesa!
— Não estou fazendo isso... — me apertou o joelho e deixou um selinho
em meus lábios.
— É sério, não faz que me irrita.
— Mas me diverte. — sussurrou ainda mais em meu ouvido.
— Filho da puta. — sussurrei de volta, sorrindo.
— Que tanto vocês cochicham — Rosane minha prima (assanhada)
perguntou.
— Estamos falando sobre a Bíblia, quer participar do assunto?
— Bíblia? Não obrigada.
Hmpf - não vou nem comentar sobre isso, nem comentar!
*
Entrei no chalé bufando! Estava furiosa com Alfonso! Mesmo depois de pedir,
ele insistiu em flertar com a Rosane!
— Amore mio, você está imaginando coisas!
— Alfonso, de tudo que você é capaz de fazer... com a Rosane não! Ela mal
completou os dezoito anos!
— Mas como?! Você tá louca! Coloca uma coisa na cabeça e fica com ela,
batendo e batendo! Já lhe disse que não fiz nada! — estava se curvando para
me encarar, fazendo cara de cachorro que caiu da mudança!
— Alfonso, só me levantei por um minuto pra buscar o suco e quando volto vocês estão tocando na mão um do outro! Eu imaginei isso??
— Posso explicar? Eu....
— Se quiser ficar com ela vai ser apenas pelo sexo, vou te avisando, o pai dela morreu e não deixou um centavo!
Alfonso arrumou a postura de repente, levou as mãos a cintura e negou com a
cabeça, cara de insatisfeito, suspirou pesado e então percebi o que havia
insinuado e me senti mal por isso.
— Está equivocada. Quando você esfriar a cabeça a gente conversa. —
respondeu com outro tom de voz, autoritário, arrogante.
Virou-se para sair do chalé, mas eu em minha infinita estupidez prossegui.
— Eu não disse que podia sair!
— Como é que é? — perguntou-me pausadamente irritado virando o rosto
lentamente em minha direção.
— Você trabalha pra mim, ainda. Não aceito que vá se esfregar naquela
cadela!
— E se eu for? Vai desfazer a transferência do meu dinheiro? — estava tão sério.
— Dinheiro, no fundo sempre foi pelo maldito dinheiro.
Alfonso cerrou os olhos e saiu do chalé batendo a porta.
Eu o magoei.
Aquele definitivamente não foi um bom dia.
Alfonso se manteve distante durante toda a tarde e ao cair da noite aproveitei que não havia ninguém na piscina aquecida para relaxar um pouco. De repente Alfonso estava certo e eu, tão assustada com tudo o que andava sentindo, posso mesmo ter me equivocado.

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora