Capítulo 31

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— Mentira que você já voltou?!
— Falei que era rápido. — de repente até me esqueci um momento do Alfonso.
— Gente! Barraco master rolando no estacionamento. Letícia e Rodrigo estão aos berros!
— Ih filha, você perdeu, o circo começou de lá de dentro, ainda bem que meu pai saiu, ficaria puto com barraco, mas tia Emília apareceu, falou monte!
— Conta mais! — pedi me sentando.
— Letícia o xingou de tudo quanto foi nome, não sei o motivo, embora
desconfie, mas eles estão mesmo terminando, certeza, homem que é
chamado de brocha não volta não...
— Desconfia de que?
— De que tenha sido por sua causa, meu bem. — adorava aquela gingada
de pescoço que ele dava, muito viado.
— Minha causa? Ah tá bom...
— Any, acorda pra vida princesa, você arrumou outro muito melhor que o
Rodrigo! Ele está se mordendo! Se rasgando! E brochando... — Sandro foi
baixando a voz, mas estava tão empolgada que prossegui de onde ele parou, ignorando totalmente o estranho bico que ele fazia.
— Apesar de querer que ele se dane... Não nego que estou muito contente!
Sabe muito? Muito!
— Contente pelo que? — Alfonso me assustou.
— Oi. — totalmente sem graça, olhei de Alfonso para Sandro e ele virou a
cara, acho que aquele bico esquisito estava me indicando o homem se aproximando.
— Letícia foi embora, largou o Rodrigo. — Guilherme respondeu tão tranquilamente, mas Alfonso não reagiu muito bem.
— E você tá “ muito contente!”, por isso?
Aquele momento em que você percebe que a pessoa tá puta, mas está se
controlando? Foi este o momento.
— É... — ok, esse “ é” foi mesmo uma desculpa, não imaginei que ele fosse
ficar com aquela cara de quem comeu comida salgada... pensando em
comida...
— E o tal prato? — mudei de assunto pra ver se resolvia a situação.
— Tudo certo, ficou do jeito que ela esperava.
Alfonso tirou a bermuda e a camisa e mergulhou, acho que precisava esfriar a cabeça, afinal.
— Esse homem é tudo, prima. — olhei para Gui, que olhou para Alfonso, e
concordou com a cabeça, bom, eles pelo menos não são ciumentos — Que
equipamento...
— Ele é tudo sim...
— Meio ciumento. — Guilherme comentou — Mas gostoso até o último
fio de cabelo. — olhei para meu primo que olhou para Alfonso saindo da piscina e concordou com a cabeça.
Será, por Deus! que até pra sair da água ele tem que agir como se estivesse
gravando um comercial desses de perfume que passam na tv a cabo?!?!
Passou as mãos nos cabelos, jogando-os para trás, os lábios entreabertos, a
água descendo em cascata de seu corpo e ele vindo em minha direção.
Meu coração bateu louco no peito. Alfonso visivelmente mais calmo se
inclinou sobre mim na espreguiçadeira, nos beijamos, ele me molhou.
— Vou pegar alguma coisa pra gente beber... Vocês aceitam? — perguntou
para Sandro e Gui que negaram com a cabeça sem dizer uma só palavra.
E lá foi ele com sua sunga boxer preta...
Sandro franziu as sobrancelhas e levantou um dedo indicador, recuou o
dedo o levando até a boca, olhou para onde Gui tomava sol e apontou para o Alfonso..
— Eu conheço aquela tatuagem. — ih, fudeu.
— Tatuagem é uma coisa tão comum, primo... Eu mesma tenho vontade de
fazer uma borboleta no tornozelo, mas dizem que dói né?! Uma estilizada,
de repente...
— Acho que já sei de onde! ...Ah! — hmmm, fudeu mesmo, fudeu, fudeu,
fudeu... ele abriu uma bocona enorme na minha direção, eu tapei o rosto
esperando pelo pior... — Sua vadia! Inacreditável! Como assim que você tá
noiva! Noivah! Desse homem?
— Por favor Alessandro, não comenta isso com ninguém! — pronto, fudeu a
porra toda!!!!
— Lembrou dele de onde, amor? — Gui perguntou casualmente.
— Daquele voo pra Milão! Não sei como não reparei antes!
— Cristo! Ele estava sem camisa num voo? — Gente, que tipo de
pervertido eu tinha nas mãos?
— Ah! Não seja palhaça! Você sabe muito bem do que tô falando.
Maite e Mônica se juntaram à nós rindo tanto. De repente Maite parou, séria.
— Que cara é essa Any?
Quando eu ia falar...
— Descobri de onde conheço o “Alfonso”. — fez questão de pôr o nome dele entre aspas.
— Ih é.... é? Que coisa... — foi isso que Maite respondeu — Any, vem cá rapidinho... Mônica só um segundo...
Nos afastamos um tanto e Maite coçou o rosto disfarçando.
— Fudeu com areia, amiga. — fiz que sim — Onde foi ainda agora?
— Cara, desci até o restaurante, falei com um rapaz que me contou, uma
coisa, se for mesmo o Alfonso, bem faz sentido...
— Pelo amor de Deus! Contou o que?
— Ele falou de uma história de um cara que trabalhou lá quando tinha vinte
anos, a história é antiga por lá, parece... ele foi expulso da casa do pai, a
madrasta, disse que ele abusou dela. O cara trabalhou um tempo por lá e então se mandou com um gringo, depois disseram que ele roubou as joias da tal madrasta...
— Peraí! Peraí! — Maite me interrompeu irritada — Tudo errado! Aquele Alfonso que conhecemos não me parece capaz disso não! Abusar de uma mulher...
Nossa ele poderia ter te estuprado e não fez! Calma lá! Você tem certeza de
que era o Alfonso?
— Não sei... mas agora preciso me concentrar em manter Alessandro de
boca fechada!

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora