Assim que me levantei, percebi que estava sozinha no chalé. Alfonso foi tão mais carinhoso que o de costume e isso é muito importante para uma
mulher, era muito importante pra mim.
Pensei que o encontraria ao meu lado, mas não, já havia se levantado e acabei por fazer o mesmo, segui para o chuveiro e resolvi tomar um banho
rápido e ver o que havia acontecido para que me deixasse sozinha.
Vesti um short jeans e uma camiseta azul clara, saí do chalé e fui até o salão
onde eram servidas as refeições, não o encontrei.
— Bom dia, tia Ana, a senhora viu o Alfonso?
— Ele saiu bem cedo, mas disse que voltava antes do almoço.
— Que estranho.... Não me avisou nada...
— Homens são todos estranhos, não vê o seu tio Bento?
— O que tem o tio Bento?
— Também saiu cedo e ainda não trouxe o que eu pedi!
— Tia, alguma notícia do Ian? Ele disse se chegava logo?
— Devem estar chegando, passaram a noite no Rio de Janeiro, então já
devem estar na estrada, daqui a pouco chegam.
— O que vai ter no almoço?
— Ah, como eles estavam em clima de praia achei melhor não fazer truta,
vamos servir um cozido!
— Cozido, tia? — sei que minha voz saiu em tom de reclamação e melosa,
mas poxa, precisava ser algo tão pesado?
— Seu irmão e Lulu adoram. Cozido sim!
— Ah tá... mas me dá a opção de frango grelhado...
— Vai emagrecer mais o quê daí? Daqui a pouco sobra apenas a bunda e
sua caveirinha!
Torci um bico contrariada e cruzei os braços.
— Ah! Você sabe que sempre coloco opções! Que menina mais chata! Frango com salada, tá bom?Sorri e lhe dei um beijo, tia Ana era uma matraca, adorava partilhar informações confidenciais ou restritas da vida alheia, queria obrigar-nos a
comer só o que ela achava que tinha de ser, mas ela nunca resistiu a um bico que fazia, acho que se recordava da minha infância e acabava me fazendo as vontades.Realmente não queria, ou melhor, não podia engordar, estava decidida a
desfilar no carnaval, precisava sentir aquela emoção mais uma vez e se antes era pra espantar a tristeza, naquele momento era pra celebrar minha alegria.Alfonso chegou de carro enquanto me balançava na rede da varanda do
chalé principal. Sorriu assim que me avistou e meu coração pulou, estava me sentindo uma garotinha com seu primeiro amor... acho que no fundo era isso mesmo, era uma garota com seu primeiro e verdadeiro amor.
— Oi, bom dia! — se inclinou e nos beijamos, agora sim, parece que meu
dia estava começando, às onze da manhã.
— Bom dia. Foi ver aquele seu amigo?
— Hmmm... Não.
— Então aonde você foi?
— Comprar flores pra você.
— Está brincando?
— Não. Falo sério, mas agora comprei as flores certas, sei que detesta
rosas.
— Não que deteste, mas... espera um minuto, deduziu que eu não gosto de
rosas?
— Bom, mandei algumas para o seu apartamento e todas foram
devidamente jogadas no lixo.
Hmm... Bateu uma certa vergonha com ele falando daquele jeito.— Não foi bem assim, só achei que estivesse tripudiando de mim... E não
quero falar disso!
— Certo...
— Que flores você comprou?
— Flores do campo.
Sorri. Ele acertou, eram minhas favoritas. A mistura das cores alegres me deixavam muito feliz.
— Tem razão, minhas favoritas.
— Bento me contou.
— Você encontrou o tio Bento?
— Sim, na verdade ele e eu fomos juntos e no caminho me disse muitas
coisas interessantes a seu respeito. — arrumou a rede e se sentou de frente
para mim.
— Tipo o que?
— Coisas que você gosta... que não gosta... Coisas.
— Coisas... Tio Bento está me saindo como a tia Ana...
— Por falar em tia Ana, tem algo que gostaria de combinar com você.
— O que é?
— Bem, seu aniversário está chegando e.... gostaria de oferecer uma festa
pra comemorarmos.
— Comemorarmos minha velhice... Vou adorar! — dei-lhe um beijo apenas
colando nossos lábios.
— Bem, gostaria que conhecesse minha família nesta ocasião...
— Ah! Isto será perfeito!
— Na verdade... tem um detalhe que acredito, não tenha se apercebido.
— Que detalhe?
— São muito... como eu digo isso?... Muito como a tia Ana, mas... pior.
Será que havia entendido certo?
— Como assim?
— Todos somos muito unidos e.... É difícil controlar a participação de cada
um em nossa vida.
Segurei o riso.
— Alfonso, fica tranquilo, não sou nenhuma boba, sei que você vem de
uma família de italianos e imagino bem como são, — a essa altura eu já sorria — vou explicar uma coisa, minha questão com a tia Ana é estritamente com ela! Coisas de família... Já passei situações ruins por ela ouvir coisas que não deveria, interpretar do jeito dela e passar adiante, entende? Me resguardo com ela, pois nunca é como contamos, sempre vira fofoca...
— Então, se não é sempre como ela conta... Não foi verdade que caiu no
braço com o Rodrigo?
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Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)
FanfictionNada poderia ter afetado tanto Anahí Puente quanto ter de enfrentar seu ex-namorado como padrinho de casamento do irmão. Como se não bastasse, acompanhado por sua nova namorada, ninguém menos que Letícia, a quem Anahí um dia chamou de amiga. A situa...