Capítulo 17

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Dirigi ouvindo a maldita música do Justin Timberlake, mirrors, e chorando e cantando e estacionei na garagem do prédio, chorei tanto que adormeci no
carro.
Levantei já de madrugada e entrei no apartamento.
Haviam trinta ligações no meu celular, cinco da Maite cinco do Ian e vinte do Alfonso.

Não respondi a ninguém. Passei uma manhã de domingo de merda! Me
escondendo do Mundo, enrolada no edredom num puta calor lá fora e eu com o ar condicionado ligado no máximo do frio.
Me acabei num trakinas meio a meio e foi essa minha refeição.
Peguei no sono e quando o sol já estava sumindo senti uns dedos no meu
cabelo. Despertei assustada, Alfonso.
— O que você tá fazendo aqui?
— Recebi uma mensagem da Maite, pra ver o que está acontecendo com você e te encontro assim.
— Assim como?
— Um lixo.
Olhei séria pra ele.
— Alfondo, dá o fora.
— Não mesmo. Você tomou banho hoje?
— Não.
— Claro que não.
— Só falta dizer que estou fedendo. — não quis saber de coisa alguma, acho que até queria espantá-lo quando cheirei minhas axilas, mas o invés de ter repulsa, ele riu.
— Não tá fedendo não, só está com a mesma roupa de ontem.
— Não sei o que me deu.
— Você surtou. Colocou pra fora toda a raiva que estava sentindo por tudo
que aquele babaca do seu ex te fez passar, só isso.
— Me desculpa?
— Não tem nada pra ser desculpado. — Alfonso olhou o pacote de biscoitos
sobre a cama — Você comeu, hoje? Comida?
Fiz que não.
— Imaginei.
Observação: enquanto estava largada na cama, Alfonso preparou talharim ao sugo. (O melhor que já comi)

Me levantou da cama e me despiu, isso está se tornando um hábito. Mas a cada vez que me vê nua, sinto-me menos constrangida.
Despiu-se também e entrou comigo no chuveiro, esfregou minhas costas
com bastante espuma, e começou a conversar sobre um programa bobo de
televisão e começamos a comparar com The Big Bang Theory.
Alfonso passou a esponja em meu abdome, ainda de costas para ele e
encostou nossos corpos, fechei os olhos ao senti-lo, apoiei minha cabeça em
seu ombro, ele desceu um pouco a esponja até a parte interna da minha coxa e subindo lentamente alcançou meu sexo.
A esponja caiu no meu pé, Alfonso manteve a mão direita sobre mim, levou a mão esquerda do para meu seio. A mão direita se manteve em concha em minha pelvis e me apertava com cuidado rotacionando os dedos sempre que chegava na direção de meu clitóris. Gemi baixinho.
— Assim? — me perguntou, não consegui responder — É? — ele insistiu.
— É. — respondi gemendo e senti o sorriso se armando em minha orelha.
— Nunca quis tanto fazer amor com alguém quanto quero com você.
Mais uma vez estava ouvindo coisas, essa falta de sexo anda mexendo
demais com meu cérebro.
— O que?
Alfonso me virou me abraçando e esperou até que eu abrisse os olhos.
— Eu disse que quero fazer amor com você.
E de repente minha mente voou como um abutre sobre a carniça e me
lembrei do Hyundai e do “apartamento de apoio”, das roupas e perfumes
importados, sapatos italianos, Ian falando dos nossos bens.
Mas ele estava me olhando nos olhos, e havia uma tremenda confusão de
sentimentos, a mesma confusão que vi no apartamento do Leblon. De repente ele se esqueceu de tudo que havia me dito? Fiquei tão confusa...

— Então faz. Faz amor comigo, Alfonso. — ignorei totalmente meu bom
senso.
— Não posso. Quero, mas não vou. — ele não ignorou o meu bom senso?
E lá estava ele com aquele papo novamente.
— Porque...
— Porque não posso misturar as coisas.
— Que coisas não quer misturar?
— Desculpa, Any. — voltou a me abraçar e deixou um selinho na minha
boca — Vem, vamos comer comida de verdade.
— Isso não se faz, você está sendo cruel.
Sabe o que ele me respondeu? Nada! Sorriu e me fez um carinho no
rosto. Pela segunda vez, esse cara quer me enlouquecer?

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora