Capítulo 38

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Foi uma longa noite... Não tão boa quanto ela desejou, se bem que pelo tom de voz, sem dúvida estava me desejando que tivesse pesadelos!
Insônia dos infernos!
Não podia imaginar que me sentiria daquele jeito quando ela entrou na
minha sala com aquela merda daquele vestido verde, por que ela não usa
nada menos provocante?? Mas que porra! Tudo o que ela veste fica tão...
Sorte minha que teria alguns dias longe dela.
Mas que merda que eu tô pensando?? Quando já estava me acostumando
com ela longe, aquela safada aparece na minha frente, na minha equipe! Com aquele vestido justo no quadril, com aquele decote... emoldurando os seios que eu adoro chupar...
Deus! Além de gostosa ela precisava ser tão inteligente? Minuciosa, detalhista! ...aposto que estava usando aquela calcinha fio dental branca...
não havia nenhuma marca de calcinha na bunda...
Ela usou as diretrizes da empresa contra mim! Vaca! Debochou da minha cara! E ainda por cima usou um salto fino que deixa as pernas dela
incrivelmente desejáveis... Aquelas pernas macias...apertavam tão gostoso me empurrando mais fundo naquela bocetinha apertada que ela tem...
Bruxa! Desgraçada! Puta que pariu! Eu me recuso a bater umazinha por causa dela! Me recuso! Mas não consigo parar de pensar que esteve aqui na minha cama, no meu chuveiro, no meu sofá, ela se entregou de um jeito...
Com tanta vontade... Estávamos sempre tão famintos do corpo do outro... tão
molhada, melada, um gosto delicioso, o cheiro da pele dela... o som dos seus
gemidos...
Aaaaarght!
Puta merda! Eu de pau duro de novo!
Não posso ficar pensando nela desse jeito, até sei lá quando talvez fique na
empresa. Preciso colocar minha cabeça no lugar. Anahí me tira do sério!

Não acredito que ainda estivesse usando a nossa aliança! Ela não vale
nada! Não peraí, mas o que é que eu tô pensando? Isso não é normal...
Como é que ela voltou com o cara e manteve a aliança? Isso é loucura demais até pra ela.
...
— Não queria ser desagradável Miguel, mas você está um trapo.
— Obrigado Pietro eu não havia notado que depois de passar a noite sem dormir ficaria assim.
— Por causa da tal mulher.
— E a Nádia? Acabou mesmo? Vocês sempre voltam, acho que você gosta
de ser o tapete da Nádia... — Paulo se manifestou falando lentamente
enquanto estacionava o carro no aeroporto — Eu avisei que isso de bancar o Don Juan nãobdaria certo...
— Cala a boca, Paulo.
— Pior, hein... Pietro... — parou de falar de repente para puxar o freio de mão e nos olhar com uma cara de deboche — que o gênio aqui mandou contratar a moça, começou ontem.
A gargalhada de Pietro me cortou os ouvidos!
— Diga em nome de Deus que ela pelo menos é boa profissional?!
— Você leu as minutas do contrato?
— Claro que eu li! — fiquei em silêncio, escorregando os óculos escuros do
nariz para olha-lo nos olhos — Hmmmm... Jura??
— Cada projeção...
— Espera aí, ela chegou ontem e já pegou tudo? Cara, preciso conhecer
essa mulher!
— Vamos, por favor? — eles estavam me irritando profundamente.
Seguimos para dentro do salão de embarque e durante todo o trajeto desde que saímos do carro, Pietro simplesmente me enlouqueceu. Paulo colocou bastante lenha na fogueira e eu estava a ponto de ter um troço!

Até que finalmente Paulo me parou um pouco antes de entrarmos no jatinho.
— Ela esteve na minha casa mais uma vez. Disse que foi um mal-entendido
e que te ama.
— Ela não fez isso, você tá de sacanagem comigo.
— Ah ela fez sim. E tenho certeza de que estava sendo muito honesta.
— Como tem tanta certeza?
— Depois que depositei o valor na conta da amiga, conforme você pediu... bem, você comentou sobre a viabilidade da tal loja de bolinhos...
— Você conversou com a Maite. — não acredito que ele fez isso! Apenas
assentiu — E você só me conta isso agora???
— Eu falei com ela e fui trabalhar Queria o que? Que eu perdesse a
embarcação? — fiz um bico, não gostei — E por acaso eu tenho tele
transporte pra vir do meio do oceano Atlântico pra cá num piscar de olhos? — nós entramos no jatinho — Eu trabalho na Battlestar não na Enterprise!
— Conhece rádio? Telefone? E-mail? Sinal de fumaça!
— Ela é bonita? — Pietro se interessou em perguntar, antes que lhe
dissesse que não, Paulo se meteu...
— Linda! Morena, pele bronzeada, um corpão!
— Cala a boca Paulo!
— Santo Dio...
— Carinha de falsa séria.... Sabe como ela entrou lá no prédio? Disse que
era do senso!
Pietro gargalhou mais uma vez!
— E você acreditou?
— Porra, por que não acreditaria? Nunca participei de um senso antes! A
danada é esperta feito uma raposa!
— Percebi... Se bem que você não mora num lugar muito bom... por que não
se muda?
— Porque aquele apartamento foi da minha mãezinha e quero manter minhas raízes lá. Além disso a garota entrou uma segunda vez e disse que o
portão estava aberto... deve de ter é esperado alguém subir e foi junto.
— Estou ainda mais ansioso pra conhece-la, afinal de contas... Alguém
amarrou o “Alfonso” ... Cara ainda não acredito que usou nosso segundo nome...
Você é uma piada Miguel.
— Vocês estão me irritando.
Agora mesmo que não conseguiria viajar em paz! E eu a tratei tão mal.
— Sinceramente primo, admita que foi a coisa mais idiota que já fez até
agora.
— Com certeza não foi a mais idiota, Pietro... — Não deveria ter me
precipitado tanto, ela podia ter precisado da minha ajuda com aquele filho da puta na piscina e eu não estava lá. Merda!
— E a causadora de tudo isso... tem notícias da Nádia?
— Me ligou assim que chegou no Cairo ontem.
— Como ela reagiu quando vocês terminaram pela sei lá... vigésima vez?

Pietro perguntou sem muito interesse.
— Me desejou boa sorte.
— A cara dela... Se bem que desde que você começou essa farsa com a
morena que a coisa entre vocês  desandou de vez...
A verdade é que Nádia não era uma mulher que se prendia por homem,
quando nos conhecemos, simplesmente por estarmos no mesmo bar do hotel
em Lisboa, ela me pareceu uma pessoa tranquila, mas na verdade aquela nômade era uma mulher fora do comum. O fato de termos namorado, ainda com idas e vindas, para ela era novidade, namorar alguém por tanto tempo quanto ficamos.
Totalmente diferente da segurança que Anahí me passava, de saber que
ela sempre estaria lá, que não me ligaria de repente, com um “querido mildesculpas, vamos deixar a brincadeira para quando eu voltar”.
O trabalho da Nádia era a vida dela, acho que foi o jeito mais barato que ela arrumou para conhecer o Mundo, se tornando assistente de produção na NatGeo. Ela respirava aquela
produtora.
Diferente da Anny que vivia coisas normais, Dio, quando me disse que era
passista... na mesma hora a imaginei com aqueles trajes deliciosamente
minúsculos. Minha realização foi vê-la naquele chá de calcinhas, Anahí
exalava sensualidade e tenho certeza de que ela não faz ideia do quanto me deixa maluco.
— Miguel! — Pietro me gritou — Caspita! Pare de suspirar um minuto e
amarre a merda do cinto! Parece um adolescente!
Quando o piloto iniciou os procedimentos para a decolagem me dei conta de que cinco dias longe dela era muito.
Precisava voltar o quanto antes.

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora