Capítulo 16

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Fiquei mais calma quando não entrou em nenhuma estradinha de terra, mas
seguiu com meu carro até o Leblon e parou em frente a um prédio, o vigia se aproximou, ele desceu o vidro e nem precisou falar nada!
O homem deu boa noite senhor e nós entramos na garagem.
— Que lugar é esse? — Alfonso continuou sério, de braços cruzados, nem me olhou direito.
Descemos do elevador no terceiro andar.
Ele tirou as chaves do bolso e abriu a porta. Me entregou as chaves do meu
carro e as coloquei no bolso.
— Entra. — entrei, era bonito, decoração moderna, toda em preto e branco, sofá de couro preto e cadeiras Barcelona brancas.
— Que lugar é esse? Você mora aqui?
— Não. Aqui é um apartamento de apoio, sabe o que é isso?
— Um lugar onde você leva suas comidinhas. — me dirigi a porta e Alfonso me segurou pelo pulso.
— Espera.
— Preciso ir embora, já estou bem, obrigada.
— Você sente o que por mim? — Nossa! Que direto!
— Não te interessa!
— Você me ama?
— Você tá louco? Como amaria um garoto de programas?

Ele me tomou os lábios com urgência num beijo fora de qualquer controle,
com vontade, com tudo.
E me arrastou numa onda de inúmeras emoções das mais loucas e
imprevisíveis! E senti suas mãos percorrendo meu corpo, me apertando, me querendo, me explorando, e não consegui me desvencilhar de seus braços que me puxavam de encontro ao seu corpo, segurava minha nuca enquanto explorava minha boca, mordia meu pescoço ao ponto de me ferir, eu gritei, ele segurou meus cabelos nas mãos puxando firme meu rosto pra trás, arrancando meu último suspiro de sanidade.
Apertando minha bunda, diminuindo a distância já ínfima entre nós, e eu senti minha cabeça girar e girar enquanto era conduzida por um turbilhão
sem fim de desejo, de vontade de amar, praticamente implorando para ser dominada e contida, para ser amada e desejada, querendo que ele fizesse exatamente o que fazia.
Segurando meu corpo firme nos braços, mordendo meu maxilar, arrancando
os botões da minha roupa sem o menor cuidado, puxando meu sutiã pra
baixo, tomando meus seios em sua boca, sugando desesperadamente meus mamilos como quem suga o néctar da vida. Era bom e doloroso.
E minhas mãos lhe puxavam os cabelos, e gemia e arfava e implorava por tê-lo em mim, por não saber mais como me segurar, por não conseguir mais frear aquele impulso, e sentir o seu calor, seus beijos cálidos em minha pele, sua saliva, sua língua, seus lábios, seu rosto no meu corpo.
Estávamos ofegantes por culpa daquele beijo insano e ele me olhou nos
olhos, parecia descontrolado, estava confuso e desesperado e não sei mais
como interpretar tanta angustia em seu olhar, mas era assim, e Alfonso segurou meu rosto, parecia louco e triste.
Suas mãos em meu rosto, seus olhos nos meus.
Me largou de uma vez, rápido, assustado e eu não sabia o que fazer, o que estava acontecendo, então ele se afastou como se diante dele estivesse o
Diabo, como se me temesse, fiquei aturdida, sem saber o que fazer ou o que pensar.
— Desculpa, eu não posso. — se virou de costas e eu fugi.

Apertei seguidas vezes o botão do elevador e por não aparecer de imediato, desci correndo pelas escadas, mas antes de sair prédio afora, sentei, meus lábios inchados, não sabia o que fazer ou o que estava sentindo ou coisa alguma.
Estava no terceiro degrau. Sem ação, coração à mil.
— Meu Deus, que merda é essa? — senti a respiração voltar pouco a pouco ao normal.
Olhei meu estado deplorável.
Da minha blusa não sobrou um só botão, fiquei sem saber o que pensar, o que estava acontecendo.
Ele me ama? Ele me odeia? O quê?
Não, espera aí! Isso não pode ficar assim, como que ele me diz, “eu não
posso” e eu saio correndo?
Mais indignada que corajosa subi novamente aquelas escadas e esmurrei aquela mesma porta branca até que ele a abriu.
Estava descabelada, ofegante, cheia de raiva, de dúvidas e de amor.
Ele me olhou com o cenho cerrado parecia ter a mesma raiva que eu.
Empurrei-o e entrei, a blusa aberta, sutiã de renda preta aparecendo e....
— Eu quero que você me fôda!
Ele se aproximou ainda com raiva no olhar. Então prossegui.
— Eu paguei por isso! Cumpra a sua parte, michê!
Alfonso parecia ferido e ao mesmo tempo com ódio e arrancou minha roupa em seguida, mordendo meu ombro, beijando, me puxando pelo pulso até o quarto e me jogou na cama com colcha de camurça preta.
Bati de qualquer jeito contra o colchão e ele arrancou a própria roupa se
jogando em seguida em cima de mim, nu, segurando minhas mãos nas dele,
apertando desconfortavelmente meus dedos, meu pulso, tomando minha
boca como se fosse morrer se não o fizesse, como se quisesse me matar por ter de fazê-lo.
Abriu minhas pernas nas dele e se forçou contra minha calcinha. E então
fechou os olhos da maneira mais dolorosa que já havia visto. E isso me
machucou.
— Alfonso... Para. — sussurrei e ele parou, me olhando tão terno, de cenho
cerrado, e respiração ofegante — Espera. Desculpa.
Ele desabou ao meu lado, o braço escondia seu rosto.
— Isso não tá dando certo. — ele me deixou confusa com essas palavras.
— O que não está dando certo? Você quer romper o acordo?
E ele disse as palavras que jamais pensaria ouvir de um profissional do
sexo.
— Quero. Porque...
— Por que...
Porque eu tô apaixonado por você, Anahí.

Meu mundo desacelerou até parar completamente. Eu nem bebi nada hoje e já estou tendo alucinações? Ouvindo coisas?
— O quê?
— O que o quê?
— Por que não pode continuar?
— Já disse, não quero que pense que me aproveitei de você.
Peraí, como é que é?
— Pra isso, quero romper o acordo, não quero que se sinta seduzida,
estuprada ou seja lá o que for.
— Você tá de sacanagem?
Para tudo! Eu ouvi quando ele disse: eu tô apaixonado por você, Anahí, ouvi ou não ouvi? Ouvi? Meu Deus o que eu tô fazendo? Eu tô pirando aqui!
Me levantei ainda sem muita reação e fui até a sala catar minhas roupas do
chão, Alfonso veio atrás.
— Eu...
— Alfonso, nem pense em romper o acordo, seria a humilhação suprema e
você não vai me fazer passar por isso!
— Anahí...
— Nos vemos no segundo ensaio, na semana que vem.
E saí.

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora