Capítulo 44

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[...]
— Ah por favor, Miguel, ser ridículo tem limites!
— Quero fazer isso direito, Pietro.
— Vai esperar mais uma semana? Leve de uma vez sua bambina pra jantar e a peça em casamento!
— Não. Já está decidido. Ian volta esta semana e haverá um almoço para recebê-los.... e.... preciso me desculpar com todos pela forma com que fui
embora.
Pietro caiu na gargalhada mais uma vez, tornei-me o motivo de suas piadas.
— Melhor mandar buscar a nonna e....
— Trazer toda a família? Não mesmo.
— Mas que estúpido! Dio Santo, Miguel, é desta maneira que quer fazer as
coisas certas?
— Não é isso, vamos chamar a todos depois, sei lá... num jantar para
apresentar nossas famílias.
— Está com medo? — e mais uma vez, se pôs a gargalhar — Medo da nonna! Miguel, não seja tão idiota, claro que todos vão gostar da sua ragazza, Anahí é muito bonita e muito educada. Mas tome cuidado com o primo Enzo,
ele hmmm, non rispetta...
— Teria de estar louco para tentar alguma coisa com a minha bambina, lhe atravesso a cara no murro!
— Eu te ajudo, depois jogamos o corpo em alguma vala e pronto.
— Tentador.
— Acho que tem de se preocupar mais com a nonna não no sentido de gostar da Anahí, mas a primeira coisa que vai perguntar será sobre filhos. Já estou até vendo... “Quando i bambini arrivano?” — era tão palhaço que
imitou a voz rouca de nossa avó.
— Quando virão as crianças? Se depender da Anahí, nunca.
— Oh! Isso é mal.... Por quê? Ela não pode?
— Não quer.
— Hmm... muito mal.... E você?
— Deixando as coisas acontecerem, um passo de cada vez. Temos tempo, ainda quero aproveitar muito só com ela.
— Entendo... mas de toda forma, avise-a sobre o que terá de enfrentar ou perderá a noiva, namorada, sei lá o que vocês são... Não se esqueça de que o
Enzo não pode ter filhos, seria o par ideal para ela... — Soquei lhe o peito, não sei porque ainda conto as coisas pra ele.
Pietro era um idiota, irônico e debochado.
Fomos criados por uma legião, dizer que foi apenas pela nonna seria mentira, mas desde o falecimento de meus pais e da mãe de Pietro, a família inteira nos abrigou, crescemos juntos, escolhemos faculdades correlatas.... e
quando jovens, dividíamos as namoradas, bem, isso antes dos vinte anos.
De um batalhão de primos e primas, havia o Enzo, um sujeito desprezível.

*
Anahí estava a cada dia mais linda, sempre que vinha em minha direção
sorria tão feliz. Já era costume almoçarmos juntos, estranhamente achei que nos veríamos mais durante o dia, mas ela mal saia da sala e eu da minha, de alguma forma, acredito que estivesse compensando o fato de estarmos juntos sendo uma profissional incrível, a cada dia me convencia mais disso.
O único momento que era realmente nosso, era no almoço e nem sempre
almoçávamos, de fato, mas era um momento nosso e das três vezes que
voltamos do almoço com um pacote de fast food, tivemos a “sorte” de encontrar Pietro, no estacionamento ou no corredor, sempre nos oferecendo um sorriso irônico.
Poderia facilmente me distrair das minhas obrigações, pois Any era uma
fonte inesgotável de distração, mas ela não permitia que me desviasse,
passou a checar minhas reuniões das 14 horas e nunca nos atrasávamos. Era uma companheira em todos os sentidos.

No fim da tarde de sexta, viajamos para Penedo e dessa vez faria diferente.
Seguimos viagem nos divertindo muito com as histórias da Maite, falei um
pouco mais sobre minha família e fizemos várias paradas no caminho, queria prolongar ao máximo o tempo que ficaríamos à sós.
Comecei a reparar em coisas que ela fazia que não havia me atentado
antes, claro, estava mais ocupado com seus lábios, seios, pernas e bunda.
Anahí demora enquanto pisca toda vez em que acha absurdo algo que tenha dito. Tem manias canibais como tentar arrancar uma cutícula imaginária do
canto do polegar esquerdo, e sempre faz isso quando está distraída com
algum pensamento. Estala as costas a cada vinte minutos e todas as vezes me pergunta num misto de espanto e divertimento “escutou isso?!”. Claro que eu escutava, não sei como não quebrava a coluna fazendo aquilo.
Ela sempre tirava o sapato ao entrar no carro e dobrava as pernas no banco,
nunca havia reparado como ela ficava quando relaxada, outra pessoa, mais
leve, menos preocupada com tudo, menos insegura. Ou seja, teria de deixá-la sempre relaxada, isso não seria um problema, afinal.
E quando olhava para ela, o jeito como enrolava o cabelo pra nada, pois se
soltava do coque quase que imediatamente, o modo como sorria cada vez que nosso olhares se encontravam... Quando olhava pra ela, nada mais no Mundo importava e eu só queria apenas olhar pra ela e receber aquele sorriso de volta.

**
Quase dez da noite chegamos em Penedo, como de costume precisava
cumprimentar um velho amigo de meus pais, o dono do restaurante que
servia a melhor truta ao molho de maracujá de toda a região. Foi estranho, Anahí parecia envergonhada quando a apresentei ao Hans.
Assim que entramos no carro ela me contou o que havia feito.
Primeiro, acho que pisquei os olhos umas cem vezes seguidamente. Depois, fiquei só admirando o jeito dela, cenho franzido e segurando um lado do
lábio inferior nos dentes, antes que ela começasse a arrancar os pedaços de seu polegar, balancei a cabeça em negativa e lhe dei um beijo. Ela sorriu.
— Não tá com raiva?
— Não. Tudo bem, nós dois nos divertimos muito mais do que nos
estressamos.
— Fale por você. Eu passei o tempo todo uma pilha!
— Você é uma boba e eu te amo.
— Também te amo.
Ela estava certa, no fundo sabia disso, brinquei bastante com fogo e deu no
que deu, mas o fogo que realmente valeu a pena me queimar, foi o dela.
Nem de longe alguma vez encontrei uma mulher que me complementasse tanto, profissionalmente, como amiga e como amante.
*

Tia Ana estava acordada e bem falante, buscou todas as informações possíveis sobre o que nos aconteceu, fico impressionado em como a Anahí não tem muita paciência com isso e talvez, se torne um problema para nós.
Minha família é italiana e não há nada que não partilhemos uns com os outros, querendo ou não.
Percebo, ainda quando sorri, que fica muito incomodada com as perguntas
da tia Ana. Bem diferente de como age com o tio Bento.
— Fico feliz que tenham se acertado. — o velho senhor a abraçou e me
dirigiu um sorriso amável.
— Obrigada, tio, é muito bom saber que posso contar com o senhor.
— Sempre. E você, rapaz, acabaram-se as dúvidas... pelo visto.
— O senhor tem uma boa visão, senhor Bento.
— Tem coisas que não se pode esconder. Apenas para que descansem
sossegados, tive uma conversa muito séria com Rodrigo.
— Ah... tio...
— Disse a ele que era bem-vindo apenas quando chamado pelo Ian, mas depois de contar o que aconteceu ao seu irmão...
— O senhor contou? — ela parecia surpresa.
— Óbvio que contei! E ele ficou um tanto bravo.
Um tanto bravo não é muito bom.
— Como assim? — não entendia do que falavam.
Anahí me explicou que o irmão certa vez quebrou um bar inteiro num
acesso de ira, tempos passados ele classificou o incidente dizendo que estava “um tanto bravo, naquele dia”.
Passamos pelo ritual da tia Ana, jantamos, conversamos até a madrugada nos alcançar com tio Bento e por fim, voltamos ao chalé, que ela disse não ser mais seu preferido. Achei que devia a ela, bons momentos naquele Chalé, para que voltasse a ser seu preferido.
— Pensei numa coisa... — disse a ela enquanto lhe esfregava as costas.
— No que pensou?
— Na verdade pensei em duas coisas. Amanhã, quer dizer, hoje, depois de
almoçarmos com seu irmão, que acha de um passeio?
— Passeio? Tá bem. E a outra coisa?
— A outra coisa... — beijei seu pescoço enquanto a água do chuveiro caia sobre nós — ... pode começar aqui, debaixo d’água ou... se preferir... na
cama. — Anahí se virou e nos beijamos.
— Sexo?
— Ahamm...

Senti o sorriso dela se formando em meus lábios. Sorri junto.
Ela fazia meu corpo reagir tão rápido. Escorreguei minhas mãos por suas curvas bem desenhadas, sentindo o toque de seus dedos em meus braços, os lábios macios e quentes. Poderíamos ter feito ali mesmo, estávamos muito
excitados, mas não. Queria que ela estivesse confortável, então nos
enrolamos nas toalhas e a levei para a cama.
Era bom olhar em seus olhos enquanto a penetrava. Senti-la por dentro, da
maneira incrível como se apertava em meu sexo. Precisava estar atento ao
que ela ansiava, que não fosse apenas uma foda gostosa, mas que ela percebesse que me importava em vê-la feliz, em satisfazê-la.
O sexo com ela era complicado, exigia muito de minha atenção e controle,
era fácil se perder em seu corpo e seria imperdoável que gozasse antes dela.

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora