Capítulo 26

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A primeira pessoa que vi, foi justamente quem queria ver mesmo! Maite!
— Vem cá, vem cá, vem cá!
— Ui! Bom dia pra você também, Any!
— Ai Maite! Ele disse que a gente é namorado, que assim que voltarmos
vamos conversar sobre o que ele chama de detalhes, que vai me contar tudo!
E... — enquanto eu pulava e sacudia a Maite ela ficava rindo com aquela cara de tonta que fazia bem quando estava achando a maior graça da situação.
— Vocês passaram a noite toda trepando, né?
— Como você sabe?
— Você tá andando estranho e com olheiras profundas...
— Ah! Pomada e maquiagem resolve! Ai... Maite... — falei melosa mas
mudei o tom de voz pra um agressivo louco — O Alfonso é um cavalo!
— Cavalo? Do tipo... — ela fez com a mão indicando o comprimento e eu
complementei com as mãos em um círculo grande — Hmm, grande e
grosso, parabéns, está em falta no mercado.
— Imagina uma cobra comendo um boi.
— Uma cobra comendo um boi? ... tô imaginando...
— A mandíbula dela.
Maite deu uma risada alta.
— Nossa, sofrido hein...
— Por cima e por baixo.
— Não quero nem saber quando esse cara quiser comer teu cu.
— Sem chance! Eu não tô afim de dar ponto nas pregas.
— Hmm, falemos de outra coisa que o assunto tá vindo aí.
— Não conta isso que te disse! Ouviu?

Alfonso tinha umas roupas bem legais, a blusa branca com a manga até o
antebraço e gola V estava perfeito naquele peitoral largo, a bermuda jeans azul marinho também lhe caía bem.
— Bom dia, Maite.
— Bom dia senhor cavalo. — Vagabunda! Saiu andando na frente.
— Senhor cavalo... Anahí.
— Não falei nada! Você que postou uma foto nu na internet...
— Sei... Tudo bem, Maite , só me diz se ela deu detalhes ou parou nas
preliminares? ...
Maite se virou para nos olhar andando abraçados, a mão de Alfonso em minha cintura, a minha no bolso de trás de sua bermuda.
— Vocês ficam lindos juntos. E não, ela não deu detalhes, não deu tempo,
você chegou.
— É, safada? — Af ... Ele me chamou de safada! Mas em seguida me puxou
para um beijo.

Sentamos os três para o café da manhã, a pousada estava lotada, mas o
bom de ser filha de um dos donos, ainda que falecido, irmã do administrador e noivo, era ter minha mesa reservada no canto, próximo à piscina.
— Gente, cadê esse povo? — constatei ao perceber que não havia ninguém
da família por perto, apenas os empregados da pousada que passavam por nós me cumprimentando sempre com um “Bom dia dona Anahí”, “ bom dia”, respondia.
— Acho que estão fazendo o que deveríamos estar fazendo.
— O que?
— Arrumando o cabelo.
— Hmm, é ruim hein d'eu ir arrumar cabelo...
— Por que essa revolta toda? — Alfonso me perguntou.
— Ontem gastei uma grana pra escovar o cabelo e você o destruiu em poucas horas.
— Hmm... querem que eu saia daqui? O papo tá ficando meio... intimo.
— Ah! Maite, que segredos temos nós três? Até o meu pau você conhece.
Carol deu uma gargalhada boa e tocaram as mãos. Gente, como eles se
parecem, Alfonso e Maite, igualmente depravados e desprovidos de um filtro
que os impeça de falar besteiras o tempo todo.

Acho que é por se parecerem tanto que os adoro.
Finalmente alguém da família apareceu, meu primo com o namorado. Veio andando todo sorridente e feliz da vida ao me ver.
— Diva! Any, minha lindah!
— Oi meu amor! — cara como eu estava com saudades do Alessandro, ou Sandro para nós (e Sandrico para o Guilherme, mas só quando meus tios
não estavam por perto).
Ele é muito divertido! Muito alto astral! Sempre com um sorriso estampado
no rosto e uma piada na ponta da língua. Guilherme também era divertido, mas um pouco mais contido e másculo.
— San-San, esse é o meu noivo, Alfonso.... Amor, esse é meu primo
Alessandro, e o namorido dele Guilherme.
Ao se cumprimentarem Sandro virou o rosto um tanto de lado, com aquela
expressão de “ eu conheço você”.
— Prazer em conhece-lo.
— Eu acho que te conheço.

Para tudo rapidinho!:
Caraca, ouvi claramente o som da sineta de um ringue de box e o Mundo
parou naquele segundo.
Meu primo vivia em baladas gays e também em todos esses lugares
frequentados por garotos de programas, boates, festinhas, e um tanto de coisas que ele nos contava. Esse meu primo disse “ acho que te conheço”.
Fudeu.
E de volta a realidade de um tempo que passa por minuto seus
sessenta segundos por vez...
— É possível, — respondeu Alfonso simplesmente — mas não sou bom
fisionomia, então não saberia dizer de onde.
— É, de repente é uma impressão mesmo.
O ar saiu de meus pulmões de uma vez, que alívio! Fico de cara com o Alfonso, como ele é louco e como consegue sair dessas situações sem uma gota de suor na testa! Perito.

Agindo normalmente, sentamos os cinco à mesa, conversando amenidades e vendo o povo dos arranjos chegarem, a van com a comida, o pessoal do
serviço, mas nem sinal dos noivos.
Julguei que não havia perigo em deixar Alfonso e Sandro conversando e só
com um olhar Maite entendeu tudo e ficou por perto enquanto fui ver meu
irmão.

Segui pelo corredor até o quarto dele, mas no caminho encontrei vindo na
direção contrária, infelizmente, Rodrigo.
— Bom dia, Any.
— Bom dia, Rodrigo. — e continuei andando, e ele continuou falando.
— É sério com aquele cara? — dá pra acreditar nisso?
— Muito sério e não é aquele cara, o nome dele é Alfonso.
— Entendi... — dei mais um passo me virando de costas e ele prosseguiu
falando — Você tá gostando mesmo dele?
Então me aproximei do Rodrigo, tirando uma coragem sabe Deus de onde para estar a um palmo de distância, arrumei a gola da blusa polo, ele nunca conseguia manter a gola certinha.
— Sabe, Rodrigo, o Alfonso... como posso explicar? ... é o homem que toda
mulher sonha em ter, além de ser um exímio amante, ele é carinhoso,
educado, e.... sabe se vestir.
Então me afastei, mas parecia que o cara queria discutir uma relação que
não existia há tempos!
— Você não pensa mais em mim?
— Tá brincando?! — dei uma gargalhada debochada — João Vitor, eu penso em você todos os dias! — ele começava a sorrir — Penso que se estivesse contigo, não teria encontrado o homem da minha vida. Obrigada Rodrigo, obrigada por ser assim.... um cretino, canalha, filho de uma puta, se você fosse um cara decente, eu não saberia o que é gozar de verdade... de melar a boceta inteira desaguando uma ejaculação feminina numa rôla do tamanho do meu antebraço e
da espessura de uma lata de Coca-Cola. — fiz questão de levantar meu braço
efazer um círculo grande e aberto com os dedos.
Com isso ele calou a boca e pude seguir até o quarto do meu irmão, deixando-o com o maxilar deslocado, pois ele nunca havia me ouvido falar
ou reagir desse jeito. E isso me fez um bem enorme.

Aluga-se um Noivo (Adaptada - AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora