15.

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PV narrando.

Renata era foda. Esses caralho tão me desobedecendo. Quem manda nessa bagaça sou eu, então eles tem que obedecer.

Fui pra casa boladão, Jade ia deixar a coroa viva, e isso me deixava indignado. Assim que cheguei já subi pro quarto, fumei um, escovei os dentes e fui até o quarto da Jade. A mesma dormia, igual um anjo.

Pv: ei. - cutuquei a mesma. - acorda princesa. - ela resmungou e depois abriu os olhos.

Jade: Que foi? - fez careta.
Pv: vamos ali comigo. - ela revirou os olhos. - É papo 10, Jade.

Ela bufou e levantou.

Foi até o banheiro e voltou depois de uns 5 minutos.

A mesma calçou a havaiana e descemos.

Jade: espero que seja sério mesmo viu! - falou séria e eu ri.

Fomos de casa, a 47 era um pouco longe.
Jade: O que eu to fazendo aqui? - me encarou.

Pv: olha, isso é coisa de Renata viu? - ela concordou e entramos na casa.

Ela estava atenta, observava tudo. E assim que ela a viu, ela parou aonde estava.

Jade: eu falei que não queria ver ela. - murmurou, pálida.

Renata: ela é sua mãe, Jade. - a mesma negou.

Jade: ELA NÃO É MINHA MÃE. - gritou nervosa. - eu não quero falar com ela, eu não quero ver ela... - encarei Renata, irônico.

Regina: Minha filha. - Jade encarou ela com ódio. - me desculpa.

Jade: É até pecado falar que sou a tua filha. - observei aquilo.

Jade estava totalmente diferente, séria, fria, calculista, era até interessante.

Renata: o que eu faço? - sussurrou.

Pv: se vira, você que inventou essa papagaiada. - Renata me fuzilou.

Jade se aproximou e lascou a mão na cara de Regina.

Regina: PARA COM ISSO CARALHO. - tentou se soltar.

Jade: Não grita comigo. - segurou o rosto de Regina. - Você me sacaneou, você não é minha mãe.

Regina: SOU MESMO NÃO, E GRAÇAS A DEUS. VOCÊ É UMA GAROTA MIMADA, CHEIA DE NÃO ME TOQUE. - Jade a encarou e se afastou. - Você acha mesmo que eu te coloquei no mundo? - Regina riu. - bobinha igual ao pai.

Jade: Não fale do meu pai. - ela murmurou.
Aquilo tava mais interessante que o normal.

Jade narrando.

"Eu não sou a tua mãe." Nesse momento meu corpo esfriou, mas logo em seguida começou a esquentar.

Uma coisa ruim pedia pra me possuir, mas eu estava com medo. Eu não sabia o que fazer.

Logo aquela mulher, que eu sempre considerei minha mãe, começou a falar mal do meu pai.

Por um momento, eu não ouvia nada, todos esses anos fui feita de otária.

Jade: VOCÊ MENTIU PRA MIM! - gritei, fazendo a mesma se calar e ficar assustada. - EU FAZIA TUDO PRA TE SUSTENTAR, E VOCÊ CONTINUOU MENTINDO PRA MIM! E AINDA ME DEU PRA PAGAR UMA DÍVIDA QUE NÃO ERA MINHA.

Regina: e me agradeça, porque agora, você está no topo, bebê. - não vi da hora que lasquei a mão na cara dela.

Jade: Eu nunca precisei de homem, apenas do meu pai. - a cada minuto que eu passava ali, meu ódio aumentava. - e você me tirou a única pessoa que estava do meu lado, e ainda gastou tudo que estava no meu nome. - ela ficou calada.

Regina: nem tudo. - deu de ombros e eu a encarei.

Neguei com a cabeça, que ranço dessa mulher.

Coloquei a mão na cabeça, encarei Renata, Dedé e Pv e neguei.

Sai dali a milhão, muita coisa para um dia só.

Respirei fundo e fui pra algum lugar, sem rumo... Apenas queria sair daquele local.

[...]

Estava no alto do morro, já estava anoitecendo. Meu rosto deveria estar igual a um esquilo, totalmente inchado. Escutei um barulho de moto.

Mas nem me movimentei para ver quem era. Minha vida era uma ilusão, e quem me garante que agora não poderia ser outra ilusão?

Meu caso com Pv, minha amizade com Renata, poderia ser tudo uma ilusão. Eu era uma ilusão.

Respirei fundo, e logo o vi do meu lado. Ele ficou calado, olhando alguma coisa.

Jade: porque veio atrás de mim? - murmurei, cansada.

Pv: Eu me preocupo com você. - eu neguei. - Ei, para com isso. - segurou meu rosto, fazendo com que eu olhasse para o mesmo.

Jade: vivi 18 anos na ilusão, PV. - senti uma lágrima rolar.

Pv: você não deve se sentir assim. - suspirei.
Fiquei calada, e ele me abraçou pela cintura.

Laços criminais.Onde histórias criam vida. Descubra agora