8.

1K 40 0
                                    

Jade narrando.

O dia passou corrido, a loira veio aqui e armou um barraco daqueles, Pepeu foi pra cima dela, e agora estamos arrumando as coisas para irmos pro morro.

Jade: seu irmão é louco. - falei, enquanto colocava minhas roupas na mala.

Renata: ainda tem muito pra conhecer. - riu, e fechou a mala dela.

Fiquei calada, preferia não continuar nesse papo.

Peguei meu celular, calcei minha sandália e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo.
TC: eai irmã. - imitou uma bicha.

Jade: Oi irmã. - ri. - me ajuda com isso aqui. - entreguei a mala.

TC: tu só me escraviza. - encarei ele e dei dedo.

Chegamos na sala e tava maior auê pra saber quem ia com quem.

Renata: Eu vim com TC, então vou voltar com ele. - disse séria. Onde eu fico nisso?

PV: fica tranquila, fedida. Jade vem comigo. - me olhou e eu apenas concordei. Vai dá merda!

Fui em direção ao carro, coloquei minha mala no porta malas, fechei e entrei no carro.

Fiquei um tempinho lá até PV aparecer e TC ficar de piadinha.
TC: ó usem camisinha. - senti minha bochecha queimar.

Jade: se fode, Tulio. - ele riu.

PV: tá viajando é gay? - entrou no carro e deu partida.

[...]

Tava um calorão da porra. Abri o teto solar, e liguei o som, tava tedioso ficar calada.

PV me olhou e ficou calado. Eu tava inquieta, e ele deve ter percebido.

PV; tem água, suco, refri, ali ó - apontou para um caixa térmica.

Eu assenti e peguei um suco de uva.

PV: Podemos conversar? - desviou o olhar para mim.

Jade: nunca falei que não podia. - dei de ombros. - O que quer saber?

PV: sua mãe. - respirei fundo. - ela sempre mexeu com esses bagulhos? - fiquei calada. - Desculpa.

Jade: depois que meu pai morreu. - suspirei. - no começo ela parecia estar bem, mais logo veio a depressão, a loucura e ela começar a vender tudo. - ele concordou.

PV: quero que saiba, que não era minha intenção pegar você como forma de pagamento. - eu o olhei. - vou ser sincero... em momento nenhum eu envolvi você, mandei TC matar a mulher.

Eu o olhei assustada, e logo ele voltou a se explicar.

PV: ela só me enrolava, a dívida dela era média, mermão. - assenti. - não era menos de $4.000! E todo dia era uma desculpa diferente. - senti minha cabeça doer.

Minha mãe era louca, como ela pôde fazer isso?

PV: naquele dia, eu tava tão puto, que TC só falou que deixou a muié lá e trouxe a filha dela. TC sempre foi cuzão em relação a matar as veia noiada. - eu ri daquilo.

Jade: Eu entendo. - murmurei. - você apenas queria o dinheiro! - ele concordou. - minha raiva é daquela mulher, capaz de me dar como objeto para pagar algo que eu não tinha nada a ver. - ele me olhou. - enfim!

PV: tu sabe que se quiser ir ver ela, tu pode né? - neguei.

Jade: Não quero. - falei séria. - tô bem assim.
Ele concordou.

Paramos em um posto e o resto do pessoal parou atrás. Apareci no teto solar, e Renata me deu dedo.

Renata: E aí doidaaaa! - colocou a cabeça pra fora da carro.

Jade: fala piranha! - rimos.

Abastecemos o carro e pegamos o caminho novamente.

PV: Mas quando se encosta, se olha, é foda, meu chapa
E ela me maltrata, me trata como seu eu fosse um cão vira-lata
Para de marra, gata, eu sei que tu se amarra
Sem data marcada a gente se engata lá em casa - cantarolou.

Ele ficava cantarolando algumas partes da música, era a coisinha mais linda! Ele me olhou e sorriu, e eu retribui o sorriso.

[...]

Chegamos no morro. PV me deixou em casa, e foi pra boca.

Passar o tempinho com ele, foi bom. Fora do morro, ele é apenas o Paulo Victor, mas quando chega aqui é o PV.

Desfiz minha mala, fui tomar um banho rápido.

Sai enrolada na toalha, me sequei e vesti uma lingerie azul bebê, vesti uma roupa qualquer e calcei minha havaiana.

Renata: achei que tinha morrido lá em cima. - disse ajeitando o cabelo. - vamo logo.

Saímos de casa. Iríamos na lanchonete do João.

Assim que chegamos, já sentamos.

Peguei o cardápio e fiquei olhando.

Renata: PV é um idiota. - bufou e eu levantei as vistas para olhar.

Laços criminais.Onde histórias criam vida. Descubra agora