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Jade narrando.

Cheguei em casa, e me sentei no sofá. Meus pés pareciam explodir, inchados e doloridos.

Que gravidez complicada.

Boatos de que tinha moradora nova na favela, queria saber quem era, mas Pv tava um enjoou comigo!

Luana: O nome da nova moradora é Rafaela. - me olhou, fechando a porta. - Já morou aqui, mas não entendi muito bem a história. Os meninos estão todos nervosos com a chegada dela, principalmente o Pv. - encarei ela, confusa. - Quem deve saber é Renata.

Apenas concordei, enquanto ela mandava mensagem para Renata.

Todos ficaram nervosos? Que papo estranho.

Em questão de alguns minutos Renata apareceu com Arthur no colo.

Renata: solta o papo. - disse colocando Arthur no chão.

Jade: quem é essa Rafaela? - Renata me olhou, assustada.

Renata: eu que sei? - tentou manter a calma.

Luana: para né... Até parece que nois não te conhece. - encarou Renata, que ficou sem graça.

Renata: ela é ex do... - ficou calada, e eu neguei. - Do Pv, eles tiveram um filho juntos, mais eles tiveram uma briga e logo ela sumiu. - fechei os olhos, tentando manter a calma. - Logo você apareceu, e quando ela descobriu ficou doida, disse que voltaria... mas ninguém acreditou, e ela está aqui novamente!

Luana: tiveram um filho? - falou pasma.

Jade: ele... ele mentiu pra mim! - senti minha garganta travar, merda de hormônios. - Ele escondeu de mim, todo esse tempo, e eu aqui dando uma de apaixonada, toda cega. - senti as lágrimas rolando.

Renata me olhava, com certo desespero, Luana não falou nada, apenas observava tudo.

Jade: ele gosta dela né? - Renata negou com a cabeça.

Renata: Eu não sei... ele sofreu muito com a ausência dela, mas logo você apareceu. - suspirei.

Neguei com a cabeça, e me levantei.
Logo senti fortes dores no pé da barriga, minhas pernas trêmulas e logo uma dor de cabeça fora do normal.

As meninas me seguraram, e logo senti algo escorrendo pela minha perna.

Era tanta dor que eu sentia, que mal ouvia o que as garotas falava.

Luana narrando.

Foi tudo muito rápido, só deu tempo de pegar as bolsas e adentrar no carro.
Jade gritava de dor, e eu mal sabia o que fazer.

Renata tava nervosa também, mas não deixava transparecer.

Peguei meu celular e já comecei a ligar pro pessoal. Nenhum atendia, bando de viados.

Luana: eles não atendem, caralho. - falei, enquanto discava o número de Cristina. - Oi, estamos indo pro hospital... não, a Jade tá em trabalho de parto! Beleza, avisa os outros. - Renata me olhou.

Em questão de 30 minutos estávamos no hospital particular. Os médicos viram a movimentação e logo vieram com a maca.
Jade já estava mole, porém, chorava baixinho. Tadinha da minha amiga.

[...]

O pessoal estava lá, Pv havia sido o último a chegar, estava com uma marca de batom na blusa e o cabelo amarrotado. Se for isso que eu estou pensando, Jade vai pirar.

Logo o médico se aproximou.

Médico: responsáveis pela Jade Macedo? - Cris se levantou, enquanto Pv observava. - Bom, Jade teve uma complicação na hora do parto, porém, conseguimos controlar. A criança está na incubadora, e passa bem.

Cris: e Jade? - observou.

Médico: está em observação... O parto não era pra ser agora, ela deve ter passado por algo que deixou ela nervosa, e acabou rompendo a bolsa. - Cris apenas concordou, encarando Pv. - Tenho que fazer outros exames nela, daqui a pouco libero as visitas.

O médico saiu, deixando Cris pra trás. Ela ficou calada, e Pv estava longe.

Alguma coisa tem.

Laços criminais.Onde histórias criam vida. Descubra agora