40.

618 30 0
                                    

Renata narrando.

Os meses se passaram, tive um garotão e ele tem 8 meses.

Eu estava cansada de viver ali, como uma condenada. Eu morava em uma chácara, bem distante de tudo e até mesmo do meu Rio de Janeiro.

Nunca tenho contato com minha mãe ou com Pv, e quando eles ligam, o pessoal não deixa eu falar. Só eles falam, e só pede as coisas. Eu cansei.

Arthur tem é a cara do TC, e quando se irrita vira a cópia. Que saudades eu tenho desse homem, que saudade da minha vida antiga.

Por conta da Talita eu tive que vim pra esse fim de mundo, afastado de tudo e todas.
Que saudades da Jade.

Flávio: eai, ainda pretende fugir? - me tirou dos pensamentos.

Flávio era filho do pessoal da chácara, ele tem sido um amigo e tanto, ele quem vai me ajudar a sair daqui.

Renata: Eu pretendo. - falei distante e o mesmo me olhou.

Flávio: qual foi Renata? - riu. - Tá viajando em?

Renata; tenho medo de voltar e o pessoal desfazer de mim. - Flávio me olhou sério.
Flávio: Eles não vão desfazer de você... Tu é importante pra eles sô. - deu um tapinha no meu ombro.

Apenas concordei.

Eles saiu dali, e Arthur começou a chorar.
Fiz a mamadeira, dei pro mesmo e em instantes vi ele adormecendo.

Apesar dos 8 meses, ele já andava e tudo.

[...]

Já estava tudo arrumado, uma bolsa minha e outra do Arthur. Não era muita coisa, lá eu me virava.

Observei tudo e vi o carro um pouco distante da chácara.

Sai de lá com Arthur no colo, e as bolsas nas costa.

O cachorro começou a latir, e Arthur ficava tentando mandar ele calar a boca. Vi as luzes se acendendo e meti o pé pro carro.

Flávio: achei que tinha desisto. - deu partida e eu neguei.

Renata: Deu certo... - falei sem acreditar, e o mesmo sorriu.

Ficamos conversando, Arthur estava na cadeirinha e logo adormeceu.

Conversamos tanto, que acordei com o mesmo me cutucando.

Renata: só mais um pouquinho. - virei pro outro lado.

Flávio: estamos no Rio de Janeiro. - Falou, apreensivo.

Abri os olhos, e logo vi meu Rio cheio de movimentação.

Aí meu Deus.

Jade narrando.

Acordei com meu celular tocando. Número desconhecido, como sempre. Fingi que nem vi, e continuei deitada.

Minha barriga já estava meio que incomodando, e eu mal podia ficar com ela pra baixo.

O celular começou de novo, e aquele toque estava me irritando. O pessoal me irritava. Tudo me irritava nessa porra.

Peguei o mesmo e atendi, nervosa demais.

~ Início de conversa.

Jade: eu espero muito que seja importante, porque olha, eu não tô com paciência pra zé povinho. - escutei a respiração, mais nada da pessoa responder. - Vai pro inferno, nunca vi mudo ligar... - fui interrompida.

Xxx: Jade? Sou eu... - Ergui uma sobrancelha.

Jade: Eu quem, pelo amor do senhor Jesus? - falei, me irritando mais ainda.

Renata: A Renata. - fiz careta. - Sei que você vai querer desligar, mais eu preciso de você. - falou, implorando.

Jade: Solta logo o papo. - falei ríspida.

Renata: Estou no Rio. Não sei se meu irmão vai querer eu por aí com Arthur. - suspirei, o neném havia nascido. - Você pode me ajudar? Eu não tenho pra onde ir.

Jade: Você está aonde? - Eu não devia participar disso.

Renata: Na avenida... - ela me explicou.

Jade: Me espera aí. Daqui a pouco eu chego. - desliguei.

~ Fim de ligação.

Pv ia me matar. Mais eu não iria deixar a garota sem onde morar, né?

Mandei mensagem pra Luana, e depois de uns 25 minutos ela apareceu.

Luana: para o que a dondoca precisa de mim? - sentou na cadeira.

Jade: precisamos despistar esses seguranças. Quero sair sem alguém seguindo. - ela me olhou como se fosse impossível. - Não é impossível, Luana. É só você chegar lá daquele jeito nervoso e falar que o chefinho tá mandando eles ir na boca. - sorri.

Luana: você tá maluca? - falou, desesperada.

Jade: Por favor Luana, vamos fazer uma boa ação. - ela negou até a próxima vida. - Eu faço sozinha, viu? - ela me encarou.

Luana: Só vou te ajudar porque você tá buxuda. - eu ri, e ela saiu de lá.

Fui até meu guarda roupa, peguei meus documentos e a chave da minha antiga casa.

Laços criminais.Onde histórias criam vida. Descubra agora