A Filha do Dono da Máfia

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Junto do chegar da noite, também se apresentou um frio que não era esperado quando deixaram suas casas pela manhã, a reviravolta do clima pegou a todos de surpresa. Deixando o prédio ao fim do seu horário, Andrea sentiu a brisa tocar sua pele e logo viu suas células reclamarem. Havia sido um péssimo dia para deixar sua jaqueta em casa, pensou ao negar a necessidade daquele gelo tão repentino.

Assim como a maioria, Katherine também estava no fim do seu expediente e só queria ir para casa descansar. Richard a esperava na saída, conversando sobre assuntos aleatórios com um dos seus colegas mais próximos dentro da força tarefa. A Rivera conhecia todos, mas não tinha afinidade sequer com um terço da metade, ao menos não da forma em que dividia com o Rios. Sendo uma pessoa de poucas amizades, Katherine preferia ter poucos de verdade ao seu lado, do que muitos duvidosos à sua volta. Richard se encaixava em meio aos poucos, mas se corresse o risco de vacilar, seria apenas uma vez.

— *Porra, o inferno chegou de uma hora pra outra sem avisar ninguém? — alcançando a presença do loiro, Katherine ouviu dizerem quando passaram por ela. Negou o palavreado usado, mas concordava com a expressão.

— Quando terminar aí, estarei esperando por você lá fora — socando o ombro do amigo, avisou também deixando o prédio. Não pensou que Andrea ainda estivesse ali depois que se despediram minutos atrás, mas se lembrou de que ela devia estar esperando por Homero, que logo estava parando o carro na frente da ruiva — Até iria te oferecer o meu paletó, mas parece que alguém lembrou de pegar a sua jaqueta favorita.

— Não é porque eu não tiro ela só corpo, que ela é a minha favorita — em um sorriso amigável para o homem, aceitou que ele lhe ajudasse a vestir a peça de roupa — Obrigada Homero.

— Não há nada para agradecer — demonstrando humildade, acenou para Katherine, então mirou o olhar de Andrea — Espero por você no carro — e se retirou no instante seguinte.

— Então essa não é a sua jaqueta favorita? — de costas para Homero e de frente para Andrea, perguntou assistindo a outra ajeitar com cuidado o caimento do couro sobre os seus ombros.

— Claro que não — Andrea a garantiu, e então deixou a conclusão — Essa é a favorita das favoritas.

— Isso foi muito idiota — Richard surgiu em suas costas.

— Ninguém te perguntou nada — cruzando os braços sem se dar ao trabalho de virar para encará-lo, foi direta na resposta zero educação. Katherine riu alto da cara de “atingido” do amigo.

— Eu não falei que era uma grosseira? — a questão era para a morena, o que não impediu de Andrea o fuzilar de todas as formas possíveis.

— Se quiser uma carona, peço para Homero te deixar em casa — fingindo não ter mais ninguém ali, deu de ombros para a cara de indignação do loiro.

— Tudo bem, não precisa — se apoiou no ombro do mais alto — Esse traste me trouxe, então ele que me leve.

— O que aconteceu com vocês duas? A gente não estava bem até alguns minutos atrás? — Richard duvidava estar mesmo vivendo aquele breve momento — Pra que todo esse ataque gratuito?

— Eu havia planejado passar na casa dela para me oferecer de Uber essa manhã, mas você não deixou — Katherine cedeu a primeira parte da explicação.

— E como mandei meu carro para revisão, fui obrigada a incomodar Homero, tudo por culpa sua — Andrea concluiu, não fazendo o menor sentido para o mais velho.

— Entendem que no mundo existem inúmeras coincidências, não é? — negou todo aquele alvoroço — Eu não sou advinha, e como havia feito a gentileza de ser humilhado na porta da sua casa e ainda te trazer junto de mim outro dia, achei que devia o mesmo pra você, Rivera. Mal agradecidas.