🅀🅄🄰🅁🄴🄽🅃🄰_🅄🄼

23 3 0
                                    


A noite caiu da forma como vinha acontecendo durante todo aquele mês, cansativa e com uma brisa gélida soprando todo o correr das suas horas. No banco do carona do carro dirigido por Homero, Pietro Delatorres estava ansioso, contando os minutos que antecediam o reencontro que almejava ter com a sua filha. Era o momento certo, depois de tanto esperar, tinha certeza disso. Só esperava que não fosse tão tarde, e que Andrea estivesse realmente bem, assim como havia sido dito por aquele garoto.

Quando adotou aquela estratégia, Pietro não pensou que pudesse dar certo. Já havia feito uso dela tantas outras vezes, que por um momento imaginou que suas jogadas não tinham como serem eficaz sobre o homem que estudou cada um dos seus espaços esperando a primeira brecha para agir. Mas mesmo com dúvidas, depois de ser ver mais novas opções, o Delatorres respirava aliviado por ter apostado no risco. A caminho do que podia ser a sua última chance, o líder da Belmont estava pronto para qualquer imprevisto na sua frente. Conradh não devia o estar esperando, mas se estivesse, a arma em seu poder seguia destravada, carregada e acompanhada de um pente extra.

- Senhor, não acha que devíamos deixar uma equipe entrar antes da gente? - avistando de longe a entrada do local indicado pelo jovem rapaz persuadido da forma que foi necessário, Homero apagava os faróis cedendo um sinal para os demais.

- Se Andrea estiver mesmo ali dentro, hoje saio daqui morto, Homero - desceu do carro checando a sua arma mais uma vez - Mas te garanto que não vou embora sem ela.

Logo atrás de Pietro e seu braço direito, Katherine respirava fundo ao descer do carro junto de Richard. Eram os únicos no veículo, pois apesar de estarem tão empenhados quanto o próprio Delatorres, não tinham a confiança da maioria dos homens que estavam ali. Para muitos deles, não importava o que pudesse acontecer, os dois seriam sempre agentes do FBI. Katherine Rivera não ligava pra nada disso, dava pouca importância para a opinião dos que estavam a sua volta, o que claramente deixava os demais ainda mais em alerta quanto as suas intenções. Acreditavam na visão do seu superior, mas pensavam ser um enorme erro ter a agente naquela missão.

- Vão ficar me encarando até quando? - apenas para mostrar que estava atenta a tudo em sua volta, a jovem mulher encarou de perto o motorista do carro que estava atrás do seu. Por motivos de segurança e para não alertar o inimigo, pararam longe o suficiente para não serem pegos, e ainda conseguirem agir sem muita dificuldade. A operação montada de última hora estava para começar.

- Se ficar provocante desse jeito, vão aproveitar a ocasião e meter bala em você quando ninguém estiver olhando - Richard tocou o seu ombro - Não vai ser difícil convencer Pietro de que foi uma bala inimiga, sabe disso, não é?

- Eu aceitei muita merda quando decidiu fazer parte disso aqui, Rios - cedeu as costas e mirou o caminhar do líder de tudo aquilo - Eu abri mão de muita coisa ao longo desse tempo, mas já passou da hora desses merdas entenderem com quem estão lidando. Aqui eu não sou uma federal, e não vou pensar duas vezes antes de descarregar a minha arma sobre qualquer um deles se for necessário.

- Me assusta ver o quanto você mudou nesse último ano, Kate - segurando o olhar dela, tudo o que recebeu foi um aceno negativo junto de um sorriso tomado pela ironia. Richard se perguntava se algum dia seria capaz de conquistar o perdão de quem já foi uma grande amiga sua, mas duvidava ser algo realmente possível dentro do cenário que criaram.

- Pietro, qual a abordagem do momento? - posicionado um passo atrás do homem, não deu importância ao profundo respirar de Homero. Nunca foram bons amigos, e tudo piorou muito depois das descobertas que caíram sobre as suas mãos.

- Quero você comigo, faremos essa busca juntos - atraindo alguma surpresa dos seus subordinados, o homem logo assentiu para o seu braço direito. Homero estava encarregado de limpar o seu caminho, de fazer com que os envolvidos naquela operação saíssem ilesos e com o objetivo cumprido - Ao demais, vocês sabem o que fazer. Eu não quero sobreviventes quando sairmos daqui.

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora