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Sobre os lençóis bagunçados de uma cama em um quarto que não era o seu, abrigada dentro de um abraço com o qual se sentia extremamente confortável, Andrea fechava os olhos se permitindo gravar aquele momento na eternidade de suas lembranças enquanto circulava o infinito com a ponta dos dedos sobre o abdômen exposto de Katherine.

— Droga, meu tio não para de me ligar — frustrada com o incômodo oferecido, ignorou mais uma vez a chamada do diretor do seu departamento. Andrea permaneceu em silêncio, assim como da última vez.

O relógio marcava pouco mais de meio dia, o horário tirado com certa antecipação para almoço já não existia fazia algum tempo, e ainda sim, sair do conforto em que estavam, era tudo o que as jovens agentes federais não queriam. Mas com a insistência de Kássios novamente soando alto em seus ouvidos, Katherine se deu conta de que não poderia o neutralizar para sempre.

Mais alguns minutos se passaram, e Andrea sorriu abertamente antes de deixar a cama procurando suas roupas. Aquela era a deixa que não podia deixar passar, e ciente do que poderia ouvir no instante em que passassem pela entrada do prédio do FBI, se divertia ainda mais. Enquanto do outro lado da situação, Katherine só sabia negar a falta de sossego que conseguia até então. 

— Se estivesse em minhas mãos, é certo que daria um tiro em meu tio sem pensar muito — também à procura das suas roupas, se pronunciou em voz alta mais uma vez. Estava cansada, não aguentava mais as intromissões de Kássios na sua vida pessoal.

— Entendo a sua raiva, Kate, mas ainda estamos em horário de serviço. Ele tem todo o direito de querer saber aonde viemos parar, já que desaparecemos sem mais e nem menos, e sem dizer nada para ninguém — para as suas palavras, a Rivera respirou fundo e encarou o teto pensativa — Muda essa cara, sabe que estou certa.

— A pergunta é; quando você não está? — sorriram juntas quando suas meias foram arremessadas na sua cara com uma clara resposta. Se fosse possível, queria poder ficar ali por muito mais tempo — Precisamos de mais momentos como esse, principalmente se estamos mesmo tentando fazer dar certo.

— São muitos olhares sobre a gente, e a maioria deles não nos aprova como um casal. Então eu preciso perguntar se você tem certeza de que é isso o que quer pra sua vida — ao lado da porta, ajeitou sua jaqueta e encarou a morena ao fim das palavras — O que me diz?

— Eu errei com você uma vez, e prometi a mim mesma que não faria isso de novo — terminou de se calçar e se aproximou devagar — Estou cansada disso, não quero apenas a parte que envolve a cama, Andrea. Eu quero tudo o que tiver para oferecer e um pouco mais.

— E se eu não tiver tanto para oferecer, quanto você espera? — Sentida pelo suave toque de Katherine em sua face, encarou o olhar na sua frente em um suspiro derrotado. Tudo o que menos precisava naquele momento da sua vida, era fazer todo o caos que vinha causando respingar em quem amava tanto.

— Sem os obstáculos, o sucesso não possui nenhuma graça mesmo — como uma criança que perdia a discussão para a irmã mais nova, Katherine disse dando de ombros e com um sorriso contido no canto dos seus lábios — O que mais precisa acontecer, para que entenda que é com você que eu quero estar, agente Delatorres?

— Seria pedir muito se eu dissesse que nada? — mergulhada nas lembranças de tudo o que vinha fazendo nas últimas semanas, questionava a si mesma com aquela pergunta. Afinal, não tinha certeza se a opinião da morena permaneceria a mesma depois que cada uma daquelas situações fossem deixadas sobre pratos limpos na sua mesa. Era muito para digerir, e duvidava ser algo possível em muitos casos diferentes. 

— Você é uma pessoa incrível, Andrea — mirou a saída e buscou fechar a porta quando já estavam no corredor — Falta apenas voltar a enxergar isso da mesma forma como sentia orgulho em fazer antes.

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora