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Quando despertou naquele início de manhã, Andrea se sentou na beirada da cama, posicionou suas mãos uma do lado da outra sobre as suas pernas e as fitou com grande atenção e paciência. Então respirou fundo, encarou o teto por breves segundos e se levantou ajeitando os cabelos no caminho até seu banheiro. O relógio digital sobre a mesa de cabeceira ao lado da sua cama marcava apenas seis horas e trinta minutos, despertaria apenas meia hora mais tarde, mas a ruiva não conseguia mais dormir. Sua mente seguia trabalhando, revivendo cada ponto importante da noite que se passou, e com o prazer da água quente cobrindo o seu corpo nu, sentia estar muito perto do que pretendia desde o primeiro ato.

— Está vendo? Para garantir uma perfuração como essa, só existe um ponto de onde o disparo pode ter sido feito — abaixada com Katherine ao seu lado, a mulher que aparentava estar facilmente no fim da casa dos quarenta anos de idade, tentava explicar a maestria por trás da observação vinda do seu trabalho — Traçando uma espécie de infinitas linhas invisíveis, posso dizer com alta precisão que todos os projéteis alojados encontrados até aqui nos levam para o último andar daquele prédio. — apontou com um sorriso vitorioso no canto dos seus lábios. Katherine permanecia com a mesma feição desde o instante em que chegou naquele lugar durante o presságio do auge da madrugada, a seriedade não deixava o seu rosto, tão pouco a sua postura.

Desde a ligação recebida pelo diretor até o presente momento, a maioria dos agentes de plantão haviam sido dispensados, dando lugar àqueles que retornavam aos seus serviços após um descanso que Katherine Rivera se recusou a buscar mesmo depois de receber uma ordem direta do seu tio. Kássios tentou convencer, e optou até pela ameaça quando mais nada parecia ser capaz de funcionar, mas Katherine estava decidida a permanecer no caso enquanto não encontrassem uma pista que fosse realmente servir de alguma coisa. Não demonstrava incômodo com as mortes à sua volta, mas também não podia permitir que qualquer um continuasse a tirar vidas daquela forma, mesmo que fossem as de escórias como aqueles desfalecidos em gavetas no necrotério pertencente ao seu departamento. Para o bem ou para o mal, era o seu dever encontrar o assassino e colocá-lo atrás das grades, e não importava os custos para isso.

— Pegue o seu equipamento, vamos averiguar a extensão da cena do crime do nosso procurado — diante do ar de superioridade da jovem garota, Cora Normand, a especialista da perícia federal respirou fundo ao se pôr de pé com sua maleta em mãos. Não estava acostumada a receber ordens de alguém com tão pouca idade, mas além de ser a sobrinha do diretor do FBI, Katherine Rivera era também alguém de currículo exemplar. A mulher respeitava isso.

— Rivera, onde pensa que está indo?! — a questão soava distante, e Cora viu a quem pertencia quando olhou para trás enquanto caminhava. Katherine não se deu o mesmo trabalho, apenas mirou o seu carro e seguiu com os seus passos — Rivera?!

— Não devíamos esperar o seu parceiro? — colocando o cinto, observou o caminhar do homem através do retrovisor.

— Ele não é o meu parceiro. — junto da afirmação, virou a chave na ignição e negou a falta de presença de Andrea naquele momento. Era ela a sua parceira, e pensando nisso, considerou que certas coisas precisavam ser postas sobre a mesa logo.

— *Porra, Rivera! — incapaz de alcançar a arrancada do carro da agente mesmo em uma tentativa de corrida, Marcos proferiu em voz alta toda a sua revolta. Havia sido designado como a sombra da mais nova para mais aquela pedra no sapato do FBI, mas entendeu ser clara a opinião da jovem garota sobre a decisão tomada pelo seu diretor. Não era bem vindo, e tudo vinha se tornando ainda mais complicado com o passar de cada dia. Andrea era um problema, seus instintos lhe diziam isso, e enquanto não passasse disso, suas dúvidas deveriam ser apenas suas. Não podia correr o risco de ser mal interpretado, então continuaria a trabalhar com a boca fechada diante determinados assuntos.

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora