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Ainda sobre a sua moto, Andrea respirou fundo, tirou o capacete ajeitando os seus cabelos e fitou o horizonte. Não tinha certeza sobre onde estava, mas admirou com devoção o cair do pôr do sol. Diante tudo o que vinha fazendo nos últimos dias, eternizar aquela imagem era o que de mais normal ainda possuía em sua vida.

— Quem é você? — Em suas costas ouviu a dúvida de alguém, e assentindo para si mesma, pensou ser quem procurava.

— Não sou ninguém — disse firme e ergueu as mãos para mostrar que não estava armada, desceu da moto e se virou devagar para encarar quem portava uma arma nada pequena apontada na sua direção — Estava de passagem, mas parei para contemplar a beleza do pôr sol. Será que pode, por favor, abaixar essa arma?

— Esse não é um local visitado por muitas pessoas, só estou tomando precauções — analisou com muito cuidado a jovem que seguia de mãos erguidas na sua frente. Por fim, soltou um foda-se internamente e terminou por tirar o cano da calibre 12 da frente de Andrea — Quando terminar, não demore para ir embora.

— Perdão o questionamento, mas eu tenho a sensação de que conheço você de algum lugar. Seria de alguma celebração caloura das universidades do sul? — Guardando a parte da cidade onde se encontrava, puxou assunto. Suas mãos estavam ao lado do corpo, e seu olhar muito atento a cada movimento do homem.

— Acredito que não — atestou a sua opinião, então sorriu ainda cuidando de observar a figura presente na sua frente — Eu me lembraria de alguém com um olhar e uma postura tão marcantes, tenho certeza disso.

— Tem certeza? — aproveitou a guarda baixa e se aproximou o máximo que pretendia. Seu breve curvar de lábios era um sinal, mas tempo era algo que sua presa não tinha para reagir — Eu não acredito nessa sua declaração, e estar tão confiante dela é o que mais me impressiona, senhor Calliri.

Andrea estava há dias tentando encontrar aquela localização, fazendo pesquisas até altas horas da noite apenas para saber como fazer uma abordagem segura e desarmada. Em seu quarto, estudou tudo o que era possível sobre o seu alvo, Anton Calliri, um ex-professor da Universidade Condor do sul.

Desde a visita nada discreta que fez ao pai quando descobriu estar sendo vigiada por ele, Andrea fez do seu espaço o laboratório de pesquisas que precisava para saber tudo sobre cada um dos nomes e rostos que existiam naquela pasta em seu poder. Anton Calliri estava em uma das muitas folhas espalhadas pelas paredes do seu quarto, e para a infelicidade do homem, ele era um dos quais a Delatorres tinha uma clara lembrança. Ele estava junto de Conradh, fazia parte da equipe responsável por levá-la de um canto para o outro toda vez que o FBI, ou seu pai estavam perto demais, e se esquecer disso, por enquanto não era algo desejado pela jovem.

— Quem é você? — ajoelhado e na mira da arma que era sua, repetiu a pergunta tentando reconhecer aquele rosto de qualquer lugar em sua mente. Mas infelizmente, não conseguia encontrar nada. Andrea riu alto. — Qual é a graça, merda?!

— A memória às vezes é uma arma facilmente usada contra a gente mesmo, não é? — girou sobre os próprios pés e apoiou a arma no ombro — Levanta daí, vamos até a sua casa.

— O que você quer de mim, garota? — receoso e pensando em como sair da situação em que se encontrava, acatou o pedido com muita cautela. Já não era mais jovem, e mesmo que estivesse a serviços de Conradh Villasanti, costumava fazer o necessário para continuar a viver.

— Soube que abandonou a universidade para dar aulas particulares, mas sabemos que não é desse pequeno hobby que tira o seu real sustento. Afinal, você vive muito bem com algo que conquistou de última hora — era uma propriedade de metros quadrados invejados, maior do que aquilo que muitos precisam. Não era uma área fácil de adquirir, os donos não a venderiam para qualquer um, e não por qualquer oferta — Estou ciente de que um professor universitário ganha bem, mas não acredito que possa ganhar o suficiente para algo como este terreno aqui. A visão para o porto é magnífica, e só isso já vale uma fortuna.

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora