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Pendurado na proteção oferecida pela varanda do seu apartamento, Homero encarou uma última vez aquela mensagem recebida em um dos seus celulares cerca de quase uma hora atrás. Estava pensando, tentando chegar a conclusão de como agir a partir do que tinha em suas mãos. Sua mente não deixava de trabalhar, e com a decisão de seu chefe sempre muito viva em suas lembranças, temia que o pior estivesse para acontecer a qualquer momento. Pietro não o ouvia, ao menos não sobre esse assunto. E isso o deixava muito preocupado.

Após o sucesso por trás da morte do membro da Devil Saints que ainda seguia sob a investigação interna dirigida por Katherine Rivera e seu diretor, Homero Farias aguardava pela melhor circunstâncias em suas mãos, para que o homem na prisão fora da sua região na cidade também pudesse se submeter a uma partida de fácil explicação e que não levantasse tantas suspeitas. Não era um trabalho que deveria ser feito de qualquer maneira, mas como tudo servia para uma afronta direta contra o rival de Pietro, se esforçavam ao máximo para cuidar de tudo exatamente da forma como seu líder pedia. O que lhe trazia a memória de ainda precisar lidar diretamente com o seu suspeito número um de atos de traição contra Belmont. Tempo demais havia passado, e apesar de não ter havido novos vazamentos nas últimas semanas, não significava que alguma coisa tivesse mudado. Algo grande estava por vir, e dessa vez não podiam arriscar nada.

Seus dedos seguiam frenéticos sobre o teclado do celular número dois, aquele usado para passar ordens aos demais grupos da organização comandada por Pietro. Algumas coisas precisavam ser preparadas até a chegada do momento em que tirariam todo o poder que seus adversários pensavam ter, pois a jogada apresentada pelo comandante de tudo aquilo era o exemplo perfeito do que significava o exagero. Porém, Homero precisou deixar tudo de lado no instante em que abriu a porta do seu apartamento. Estranhou que tivesse batido ali, pois não se lembrava de estar esperando por alguém, muito menos que esse alguém fosse a filha do seu chefe.

— Andrea? — olhando pelos corredores a procura de mais alguém, não sabia como esconder a surpresa em seu semblante — O que está fazendo aqui?

— Não vai me convidar para entrar? — em um curvar de lábios curioso, a ruiva perguntou muito interessada em conhecer o novo espaço particular do homem.

— Claro — nervoso mas ainda ciente do que não podia fazer, guardou o aparelho que segurava até então — Bebe alguma coisa?

— Não sendo muito forte, o que você tiver para oferecer — seguindo os passos do homem, a jovem analisava com cuidado cada canto daquele apartamento — Esse aqui é bem melhor do que outro, muito mais superior.

— Você não reclamava quando estava a ponto de derrubar tudo no chão com alguns dos seus colegas — mergulhando em boas lembranças ao lado da filha do seu chefe, negou a diversão que ela apresentava em seus lábios — Ainda não me disse o que veio fazer aqui.

— É o seu dia de folga, e juro que teve momentos em que pensei que isso não existia em sua rotina — se pendurou no balcão enquanto o homem cuidava de preparar dois drinks suaves — As vezes penso que meu pai te escraviza, e em outras vezes imagino você como um robô incapaz de descansar de verdade. E uma máquina que não foi feita para o descanso é o desejo de qualquer um, sabia?

— Está falando de mim, ou de você mesma? — entregando nas mãos da garota o copo já preparado com uma dose extra do seu melhor licor, encarou os seus olhos — Não somos assim tão diferentes, pequeno clone.

— E por isso nos damos tão bem a tanto tempo — a genuinidade do seu novo sorriso se devia ao chamado proclamado pelo funcionário mais fiel do seu pai — Faz muito tempo que se refere a mim desta forma.

— Você cresceu Andrea, e isso só serviu para mostrar o quanto eu estava certo desde o início — secou o seu corpo e sorriu pela primeira vez naquela noite — Você e sua mãe nunca foram tão parecidas, e não falo apenas da aparência, mas também da determinação em correr atrás do que enxergam como um objetivo. E não faz ideia do quanto isso é admirável, rising star.

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora