🅀🅄🄰🅁🄴🄽🅃🄰_🄾🄸🅃🄾

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O dia passou rápido, e para iluminar mais aquela noite no ano, a lua cheia mostrava todo o seu brilho. O clima era ameno, não fazia calor, mas também não estava frio a ponto de precisarem se agasalhar. 

No relógio pendurado no alto da porta da sua sala, eram marcadas exatas dezenove horas. Estava atrasada para o seu compromisso, o trabalho consumiu o seu tempo além do que esperava, mas enquanto terminava de organizar o que era preciso para enviar às mãos do diretor, Katherine também se preocupou em avisar que chegaria alguns minutos depois do horário marcado. Precisava se agilizar, ou suas desculpas não seriam o suficiente para convencer quem a esperava. Assim pensou a agente quando finalmente conseguiu deixar o seu departamento de trabalho.

— Agente Rivera, não está um pouco cedo para abandonar as suas tarefas? — Em sua saída, teve a infelicidade de se esbarrar na chegada de Marcos. O sorriso presunçoso no rosto do homem a incomodou.

— Quando se tem a minha influência dentro de um local como esse, Marcos, entenda que fazer o meu horário é apenas um dos muitos benefícios depositados em minha conta — palavras não vinham sendo poupadas diante da intromissão do recém chegado em seu território. Mas Katherine entendia precisar ser esperta e se manter atenta aos passos dados por ele, afinal, conhecia o seu objetivo para estar ali, e enquanto um ponto chave não fosse provado, Andrea corria sérios riscos de ser julgada como uma assassina a sangue frio. Ela está lá, conhecia a história, sabia que a ruiva não se encaixava nesse padrão. Porém, estava ciente de que a sua palavra podia, infelizmente, não valer nada diante daqueles que queriam a Delatorres longe daquele departamento do FBI.

Dentro do seu carro e com o destino em sua mente já sendo traçado, não estranhou que Marcos ainda estivesse de pé na entrada do prédio, esperando a sua saída em definitivo com as mãos acolhidas pelos bolsos da calça e um semblante muito sério presente em seu rosto. Pensava conhecer o homem, saber algo sobre ele. No entanto, após o sucesso da transferência, começou a perceber que Marcos Sierra tinha muito mais para apresentar, do que ela algum dia já demonstrou interesse em saber. Precisava ficar de olho, e fazer isso não vinha sendo um trabalho nada fácil até o momento.

Quando chegou na residência dos Delatorres, parada em frente ao portão principal, ainda sem sair do carro pôde enxergar Andrea de pé na porta com o olhar fixo ao horizonte. Talvez estivesse apenas lhe esperando, pronta para jogar na cara a meia de hora atraso. E mesmo assim, o devaneio apresentado pela ruiva chamou muito a sua atenção. Algo devia estar acontecendo, e enquanto descia do automóvel, tentou visualizar o mesmo que Andrea naquela ocasião. Não tinha nada na rua, nem mesmo o espectro de uma alma perdida. Pensou em tocar no assunto, mas sendo recebida por um sorriso contido, achou melhor deixar as perguntas para mais tarde.

— Não fala nada, eu vou adivinhar — abrindo a porta e cedendo passagem para que entrassem, Katherine sorriu com a evidente empolgação no seu tom — O trabalho se acumulou, e na saída, algum sem serviço decidiu te alugar por mais alguns minutos. Acertei?

— Se tratando da gente, essa é uma situação de praxe, não? — sendo uma confirmação muito clara, Andrea negou tudo com um meio sorriso. Sua mãe as esperava com a mesa já posta — Andreza, boa noite. E por favor, me perdoe pelo atraso.

— Está tudo, não se preocupe com isso — o sorriso da mulher era tão radiante quanto em todas as vezes em que já esteve ali — Em nossos “ramos” de trabalho, estranho mesmo é quando conseguimos chegar na hora.

— Engraçado que a senhora não parece pensar dessa forma quando é comigo — se sentou deixando aberta a cadeira ao seu lado para que Katherine fizesse o mesmo. Andreza não disfarçava a satisfação de vê-las tão próximas novamente. Sua filha ainda não estava bem, e sentia não ser a única a perceber isso, mas ao menos podia contar com a Rivera. A jovem era como um alicerce para Andrea, e isso a cirurgiã não podia ser mais grata por isso.

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora