🅅🄸🄽🅃🄴

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- 𝓽𝓻𝓮̂𝓼 𝓼𝓮𝓶𝓪𝓷𝓪𝓼 𝓭𝓮𝓹𝓸𝓲𝓼.

Com o passar tão rápido dos dias que se seguiram desde o pronunciamento em mídia nacional do diretor do FBI sobre as prisões de membros efetivos da organização criminosa tão bem conhecida como Devil Saints, Andrea respirava fundo ao encarar o teto do seu quarto e não encontrar nada em sua mente que servisse como uma ideia válida para o problema que possuíam em suas mãos. Estava de folga, e pela primeira vez não reclamava desse benefício.

No relógio da cabeceira da sua cama era marcada pouco mais de dez horas da manhã. Deveria se levantar, cuidar do próprio corpo e ir atrás de alguma coisa que servisse de refeição. Mas não estava com fome, tão pouco animada o suficiente para deixar o conforto oferecido por aqueles cobertores e aquele macio colchão de espuma. Sua mãe não estava em casa, e seu pai devia estar preso em mais negócios da empresa. Podia fazer o que quisesse, ou não fazer nada, sendo esse o caso. Estava cansada, e sentia ser preciso tirar ao menos esse tempo para não pensar e nem fazer nada com relação ao trabalho que vinha lhe desgastando tanto. Não tinha mais tanta certeza sobre estar tão perto do fim dos inimigos naturais do FBI.

Quando a hora exata foi apontada mais uma vez ao “pé” do seu ouvido, Andrea aguçou os seus sentidos e se perguntou quem estaria tocando insistentemente a campainha. Tentou ignorar, fazer parecer que a casa estava vazia. Porém, o alguém esperando do lado de fora se recusava a ir embora mesmo depois de quinze minutos sem resposta. Andrea não queria, mas claramente não podia mais ignorar quem quer que estivesse perturbando a sua paz. 

Na esperança de que ainda fosse possível não encontrar ninguém, fez uso de mais alguns minutos para cuidar da própria higiene. Ajeitou os cabelos frente ao espelho, pegou o celular perdido sobre a cama e se encaminhou para a escada.  Se estivesse em suas mãos, faria um estrago naquela parte da cidade com o auxílio de uma arma bastante destrutiva. Mal estava se reconhecendo com esses pensamentos, os quais logo se dispersaram quando abriu a porta e deu de cara com Richard e Katherine, a segunda esperando de pé frente ao próprio carro. Talvez tivesse previsto o risco, ou talvez só não quisesse ser o centro de despejo de todo aquele desagrado.

— Eu estou de folga, mas vocês dois não — sorriu para a morena e encarou o rapaz bem na sua frente — Então seja breve e diga o que vieram fazer aqui, pode ser?

Na saída do departamento, Richard fez o necessário para entender os motivos de Katherine para o arrastar para aquela simples situação. Afinal, não compreendeu o porquê da sua presença nem mesmo depois de saber que tudo não se passava de um pedido de Andreza Delatorres. Ele ainda não conhecia a mulher pessoalmente, e não tinha certeza se estava pronto para isso.

Estavam em horário de almoço, e o telefonema recebido chamou a atenção de Katherine, pois ela não esperava que em algum momento a doutora Delatorres fosse realmente fazer uso do seu número. E durante o breve diálogo que dividiram, entendeu os motivos por trás da intenção da ruiva mais velha. Pensou que talvez não devesse se envolver, que talvez nada daquilo fosse de fato da sua conta. Porém, os argumentos de Andreza eram fortes, e o pedido feito era muito simples, difícil de negar. No fim, não tinha com o que se preocupar, mas também não faria nada daquilo sem o auxílio do melhor amigo dentro daquele departamento. Richard seu cúmplice, na ocasião exata, o seu escudo para o começo de tudo.

— Quanta grosseria — o jovem agente a analisou com cuidado — Você não me parece muito bem para quem tem o dia todo livre. Não devia estar aproveitando esse clima de ar fresco pela cidade? Sei lá, visitar alguém por exemplo?

— Não sou uma pessoa de muitas amizades já faz algum tempo, Rios — observou o profundo respirar do rapaz — Mas falando sério, o que vocês querem aqui?

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora