A Filha do Dono da Máfia

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- Senhor, nossa carga foi interceptada.

- E o que você ainda está fazendo aqui? - cansado dos problemas que não conseguia resolver, na sacada do seu apartamento, Conradh secava a garrafa de whisky em suas mãos - Dê um jeito nisso.

- Não será possível - Conradh se virou para encará-lo, e engolindo em seco o homem continuou - Nossos homens foram mortos, e o FBI já está na cena do crime. Perdemos tudo.

- Para o seu bem, é melhor que me consiga logo o nome de quem está me trazendo tantas dores de cabeça, ou será a sua que irá rolar sobre esse chão. Estamos entendidos?

- Sim senhor, farei o possível.

- 𝐇𝐨𝐫𝐚𝐬 𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬.

Com o relógio em seu pulso batendo onze horas da noite, Andrea aproveitou o plantão da mãe e vestiu a roupa que mantinha guardada no fundo escondido do seu guarda-roupas. Em suas mãos, colocou as luvas que a acompanhava toda vez que subia sobre sua moto, e pegou a bolsa que continha uma AWM completamente desmontada. Tinha em mente para onde ir, e onde ficar até que o primeiro fosse dado, e não ter que dar desculpas para uma saída tão tarde da noite era o ponto chave daquela investida. Era grata por mais essa troca feita pela mãe.

Durante o dia, quando retornou para casa depois de ter almoçado com Katherine, se sentou na escrivaninha que tinha em seu quarto e pegou os seus fones. Com muita paciência e anotando tudo o que era necessário na caderneta que carregava consigo desde que começou o trabalho, Andrea ouvia com paciência tudo o que dito por seu pai e seus subordinados no momento presente, além de rebobinar a fita já gravada para captar também o que foi comentado em sua ausência. Assim como Pietro, também estava há três dias sondando a entrega do carregamento de heroína para Devil Saints. O movimento da Belmont já havia sido programado, agiriam durante o percurso de volta do motorista para o galpão esperado. No entanto, pensando em continuar a sua provocação contra o homem que arruinou parte da sua vida, a jovem decidiu mais uma vez agir antes do pai.

Na saída pelos fundos da sua casa, Andrea cobriu os números da placa da sua moto, colocou alguns adesivos de fácil remoção na carenagem e seguiu com o seu caminho. Sair despercebida era um ponto muito importante, e estando ciente do quanto Pietro tentava sondar os seus passos, o máximo de cuidado ainda era muito pouco. Não sabia até quando conseguiria o manter longe, mesmo que na dúvida. Mas por mais essa noite, Andrea precisava permanecer oculta nas sombras das ruas de Los Angeles.

Dominique Bertolini, um segurança do banco central da cidade antes, e o motorista particular para cargas ilícitas de Conradh atualmente. Esse era o alvo de Andrea, aquele que guardou a sua cela por meses durante a ausência de Jumper Rigor, o último a quem caçaria antes de ir atrás do verdadeiro prêmio. Sua lista havia sido feita a partir do que conseguiu com seu pai, e seguir ela à risca não vinha sendo muito difícil até então.

Com a visão privilegiada do alto do prédio mais próximo do ponto de encontro dos meliantes da noite, montou sua arma com o silenciador para evitar chamar atenção, e através da luneta, esperou até que todos os envolvidos estivessem presentes. Não demorou para que isso acontecesse, e dentro do tempo que tinha, fez da sua agilidade a principal aliada para derrubar sem vida todos os que estavam ali, com exceção de quem estava procurando.

- Senhorita, aconteceu alguma coisa? - na saída do hotel, onde alugou um quarto para fazer o seu trabalho, a recepcionista perguntou curiosa e com o olhar intrigado sobre a bolsa pendurada em seus ombros.

- Nada demais - afirmou mirando a saída - Apenas um imprevisto a ser resolvido o quanto antes. Tenha uma boa noite.

Subiu sobre a sua moto e cortou as ruas que interligavam o hotel até o local onde os corpos caídos no chão perdiam o calor que representava suas vidas minutos antes. Entendendo que Pietro e seus homens deviam estar em uma das vias mais óbvias e desertas para o transporte que geria os negócios de Conradh, Andrea deu a volta e parou no meio da bagunça que fez. Procurou por Dominique, e riu alto quando o encontrou através do tiro que levou.