PRIMEIRO DIA

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ANTHONY

O primeiro dia com Sophia em casa foi melhor do que pensei

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O primeiro dia com Sophia em casa foi melhor do que pensei. Me senti confortável em dividir o almoço com mais alguém além da Ceci naquela mesa. E por falar nela, não parava de falar no nome da Sophia, o quanto ela parecia a princesa do Aladdin e o quanto era legal. Precisava concordar com minha filha.
Ela dormiu a tarde toda, acho que pelo efeito da medicação. Saiu do quarto já por volta das 19:30h
Ana deixou o jantar pronto antes de ir embora, então ajudou muito.

- Oi, boa noite. Está se sentindo bem?

- Sim. Mas sabe quando você acorda mais cansada do que antes de dormir? Pois é, tô assim. Ainda tô sonolenta. Fora que essas muletas são super desconfortáveis.

- Sei sim, mas a medicação que você tá tomando é forte, contribui também. Vamos jantar? Minha ferinha ali não aguentou e já comeu.

- Não precisava me esperar, você podia ter comido junto com ela.

- Não deixaria minha hóspede jantar sozinha. Ceci come bem cedo mesmo, por conta da sua rotina de sono, não se preocupe.

Comemos um salada e filé de frango, estava uma delícia. Ela comeu bem, isso me deixava feliz, seu corpo precisava de uma alimentação saudável. Logo que terminamos fomos pra sala.

- Papai?

- Oi, meu amor.

- Pode ler pra gente? Assim o senhor coloca nós duas pra dormir ao mesmo tempo. - Sophia me olhou rindo

- Não sei se ela quer dormir agora, meu amor.

- Na verdade seria ótima uma história agora, Ceci. Seu pai lê muito bem.

- Viu só pai, ela quer também.

- Ok! - levantei as mãos em rendição -  o que querem que eu leia?

- Pode ser a história das crianças que entraram no guarda roupa. - Minha filha respondeu coçando os olhos.

- As crônicas de Nárnia?

- Isso papai!

- Você leu pra mim, não foi? Lá no hospital. - Sophia perguntou

- Sim, você lembra?

- De algumas coisas. Começa ele do zero pra refrescar minha memória.

Fui até meu quarto e peguei o exemplar que tenho em casa . No 3 capítulo Cecília já estava dormindo com a cabeça no colo de Sophia.

- Melhor eu levá-la pro quarto. Não quer ir pra cama também?

- Não. Ainda não.

- Quer assistir alguma coisa?

- Não, mas fique a vontade.

Levei Ceci até o quarto, depositei um beijo nela e voltei pra sala.

- Antony, onde está minha jaqueta? Aquela do dia do acidente que você disse que trouxe pra cá.

- Está no meu quarto, esqueci de entregar a você. Quer que eu pegue agora?

- Sim, se não for incomodar. - Me levantei e ela segurou meu braço - Posso ir com você até lá, depois já vou direto para o meu quarto.

A ajudei a levantar e ela me acompanhou até meu quarto.
Não foi assim que imaginei levar uma mulher pro meu quarto. Não que eu já tivesse imaginado muito isso. Achei que seria mais estranho, mas não foi.

- Nossa, é um lindo quarto.

- Obrigado! Acho que Ana colocou sua jaqueta em algum lugar no meu closet.  - falei enquanto mexia nas minhas roupas. - Aqui! Encontrei.

- Muito obrigada. - ela pegou da minha mão e apertou como se fosse algo muito valioso.

- É muito importante pra você?

- Um pouco. É melhor eu ir pro meu quarto, vou deixar você descansar.

- Na verdade, pensei em assistir um filme, quer me fazer companhia?

- Pode ser. Só vou guardar isso.

Ela saiu e fui procurar um bom filme. Terror? Não, não queria que ela tivesse pesadelos. Romance? Não seria uma boa ideia pra dois adultos sozinhos. Comédia? Isso, todo mundo gostava de uma boa comédia.
Ela demorou um pouco mas logo veio e sentou ao meu lado. No meio do filme senti sua cabeça pender até chegar ao meu ombro, seus olhos estavam fechados, ela pegou no sono.
A peguei no colo e levei até o seu quarto. A deitei em sua cama e me peguei observando seu rosto. Ela estava tão em paz. Parecia um anjo. Passei a mão pelo seu rosto e ela falou como um sussurro ainda de olhos fechados

- Fica aqui. Não quero mais ficar sozinha. - meu coração acelerou com seu pedido, mas eu não podia ficar.

- Posso deixar a porta aberta pra entrar um pouco de luz, o que acha?

Ela não respondeu, devia tá sonhando, sai do seu quarto deixando a porta um pouco aberta por precaução.
Demorei um pouco pra pegar no sono, meu pensamento estava na mulher no quarto ao lado.

- Papai! Papai! Hoje a tia Stela não vem, só a tia Ana. Levanta pra brincar comigo? - senti suas mãozinhas tentando me balançar. Sábado era folga da babá e Ana só ficaria até meio dia.

- Bom dia pra você também. - Sentei na cama - Espera só um pouco e já vou filha.

- Tá bem, a tia Sophia tomou café junto comigo, mas ela não pode correr nem ficar em pé então é difícil brincar.

- Ela já acordou? - olhei a tela do meu celular que estava na escrivaninha. - 9:14h, dormi demais, obrigada por me acordar. Agora vai lá pra sala que já vou.

Fui ao banheiro, tomei banho e escovei meus dentes. Coloquei uma roupa confortável pra ficar em casa, quando cheguei na sala Sophia estava sentada no sofá e com a perna engessada em cima de um banco na sua frente, Cecília estava com canetinhas coloridas desenhando no seu gesso.

- Bom dia! - Sophia me cumprimentou sorrindo - Acho que você tem uma artista em casa, vem ver essa casa dos três porquinhos que ela fez.

- Bom dia! - me aproximei sentando ao seu lado - Uau! Uma verdadeira obra de arte. Será se tem espaço pra eu desenhar também?

- Aqui pai, pega essa caneta azul.

Eu era péssimo com desenhos, mas me esforcei. Fiz uma flor, um coração e um a tentativa falha de um livro. Finalizei com minha assinatura.

- Você como pintor é um excelente médico - Ela falou rindo do meu desenho - A Ceci deu de 10 em você.

- Perder pra ela é uma honra! - ri de volta. - vou tomar café, aproveite sua artista.

Depois de comer fui ao supermercado, era dia de compras. Cecilia geralmente vinha comigo, mas não quis deixar a paciente dela sozinha.

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