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Acordei sentindo o cheiro doce de Sophia. Abri os olhos devagar e percebi que ainda estava no quarto dela. Na sua cama. Meus braços a envolviam e os seus me abraçavam de volta, seu corpo já não estava mais tão quente. Isso era bom. Estar com ela ali também era bom, até demais. Meu corpo me pedia pra continuar, mas eu não podia. Estava ultrapassando uma linha que não podia ser ultrapassada. A soltei devagar e tirei seus braços que estavam por cima de mim e a cobri, depois vim para o meu quarto. Por um momento achei minha cama estranhamente grande, meus quarto também parecia ser. Tentei dormir de novo mas não consegui. Quando Ana chegou eu ainda estava acordado, me arrumei pro trabalho e depois acordei Ceci, a arrumei e tomamos café juntos. Desci com ela quando a van escolar chegou, já que sua babá não tinha chegado ainda, depois fui direto ao hospital. Mais uma semana iniciando, mais um dia pra cuidar do amor da vida de alguém. Estava no horário de almoço quando recebi uma mensagem de um número desconhecido.
•Não vi você sair, acabei dormindo demais, mas queria agradecê-lo por ter cuidado de mim durante a noite. Estou me sentindo muito melhor! Tenha um excelente dia doutor Antony.
Sophia :)
Quando terminei de ler percebi que estava com um sorriso no rosto que mal conseguia controlar, fiquei feliz porque ela estava bem.
"Que bom que está melhor. Me deu um susto ontem, mocinha. Se cuida :)"
No final dos atendimentos Ágatha entrou com algumas prontuários que eu havia solicitado.
- Aqui está - me entregou os papéis - Ainda não temos nem sinal de um coração pra Rose.
- Imaginei que seria difícil, o pior é que precisamos esperar e confiar no sistema enquanto uma jovem de 19 anos morre na fila do transplante.
- Sinto muito. - ela me olhou com uma cara triste - como está a moça? A do acidente.
- Está melhorando. Ela tem se mostrado muito forte.
- Que bom! Fiquei muito preocupada com ela e com você também. Nem imagino o que passou na sua cabeça.
- Foi difícil, mas o importante é que ela está se recuperando.
- Verdade! - ela ficou parada me olhando como se quisesse falar algo.
- Mais alguma coisa?
- Não! Vou voltar pra recepção - ela se virou e foi em direção a porta, mas antes de tirar a maçaneta virou pra mim de novo - Na verdade, queria te perguntar uma coisa.
- Pode perguntar.
- Marcamos a data do casamento, será no dia 27 do próximo mês...
- Sério? Fico feliz por vocês!
- Estamos muito empolgados! Mas queria saber se você aceita ser nosso padrinho? - confesso que o pedido me pegou de surpresa - Dr. Antony você sempre incentivou muito nosso relacionamento, sempre torceu por nós, ficaríamos muito felizes se aceitasse.
