CORRENDO ATRÁS

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ANTHONY

Ela saiu deixando o vazio na minha casa

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Ela saiu deixando o vazio na minha casa. Me aproveitei de cada mínimo contato que consegui, seu beijo, seu toque, seu cheiro, como senti saudades!
Minha filha foi muito esperta ao nos trancar naquele quarto. Precisava agradecê-la depois.
Sábado a noite eu mal dormir, ela ia embora. Ela ia realmente sair da minha vida.
Era isso que eu queria antes, não era?
Assim que o sol apareceu eu estava inquieto. Tomei um banho, fiz um monte de panquecas pro café da manhã que dava pra alimentar um batalhão, andava de um lado pro outro com a mente e o coração inquietos.
Eu a amava tanto. Não podia deixar que ela fosse embora.
Peguei meu celular e liguei pro seu celular, mas ela não atendeu. Insisti mais 4x e ela não atendeu. Merda! 
Assim que Cecília acordou a arrumei e a coloquei no carro sem nem esperar que ela tomasse banho. Dei seu café da manhã no carro pra ser mais rápido.

- Pra onde nós vamos papai?

- Buscar sua mãe.

Ela respondeu com um sorrisão no rosto e batendo palmas
Dirigi até sua casa, não pude ir rápido porque estava com minha filha no carro.
Assim que cheguei em frente ao seu prédio peguei Ceci no colo e subi as escadas. Parei em frente a sua porta e comecei a bater de forma desesperada. Fiquei uns 10 minutos esperando, mas ninguém abriu. Senti que a tinha perdido.

- Porque ela não abre papai? Não quer mais ver a gente? - Ceci perguntou impaciente.

- Doutor? - Ouvi uma voz familiar, quando me virei encontrei Julie, a amiga de Sophia, ela tinha acabado de subir as escadas.

- Ah, graças a Deus! Onde ela está? - caminhei de encontro a ela.

- Acho que chegou um pouco tarde. Já a deixei no aeroporto. Vim assim que ela fez o check in.

- Droga! Que horas sai o voo dela?

- Daqui a uns 40 minutos. Mas você é quem vai precisar voar pra chegar lá a tempo.

Olhei pra Cecília, seria impossível fazer isso com ela no carro.

- Deixa ela comigo. - Julie falou pegando a mão da Ceci - Vai lá, corre.

Me abaixei pra ficar da altura da Ceci

- Filha, preciso resolver uma coisa. Se comporta tá? Vou trazer sua mãe de volta.

- Vai logo papai! Ta esperando o que? Não deixa ela ir embora! - falou com um tom autoritário colocando a mão que estava livre na cintura.

Sua resposta me arrancou uma risada e corri até meu carro. Dei partida e fui o mais rápido possível. Pareci um irresponsável, dirigia de forma insana. Avistei o aeroporto faltando 18 minutos pra encontrá-la. Tinha um pequeno engarrafamento na entrada, estacionei meu carro ainda longe e comecei a correr. Corri desesperadamente. Precisava encontrá-la!
Entrei no meio daquela multidão de gente tentando encontrar o guichê que iria para o Texas. Enquanto eu dirigia Julie me ligou pedindo meus dados, precisava de uma passagem pra passar pelo check in. Ela comprou pra um lugar que eu nem sabia pronunciar o nome. Corri mais.
Eu parecia um adolescente. Senti uma adrenalina que só sentia na sala de cirurgia.
Assim que consegui passar pelo raio x acelerei o passo ao ouvir:

"Última chamada para o voo 8724 rumo ao Texas, guichê 7"

Eu não estava longe. Assim que cheguei avistei Sophia com uma mochila na pequena fila formada.

- SOPHIA! - gritei chamado a atenção de todo mundo que estava ao redor. - SOPHIA! 

Ela se virou e nossos olhos se cruzaram. Ela abriu a boca incrédula. Eu estava ofegante de tanto correr, mas acelerei o passo até ela.

- Sophia. - Falei seu nome quando cheguei perto o suficiente.

- O que você está fazendo aqui? Você tá louco?

- Estou! - Avancei até ela e a puxei pela cintura selando nossos lábios. Ela resistiu no primeiro segundo, tentando assimilar o que estava acontecendo, mas logo cedeu.

Ouvi alguns assobios e gritos, então ela se afastou um pouco.

- O que você tá fazendo?

- Vim te buscar. Não vai embora. Não me deixa, meu amor! Preciso de você, nossa filha precisa de você. - eu respirava com dificuldade enquanto falava desesperado - Eu fui um completo idiotia, nunca devia ter mandado você ir embora. Você é o amor da minha vida, Sophia. Preciso de você!

Coloquei as mãos em seu rosto, e ela pareceu perder as palavras.

- Senhora? - a aeromoça chamou sua atenção - Se não vier agora lamento dizer que perderá o embarque.

Ela me olhou como se tivesse decidindo o que fazer, eu estava aflito.

- Por favor! - pedi em súplica.

Ela virou para a aeromoça e respondeu:

- Espero que tenham um bom voo.

Depois virou pra mim abrindo um sorriso.
Eu a abracei e a rodopiei na frente de todos que voltaram a gritar e bater palmas ao nosso redor. Peguei sua mão e a puxei dali, parecia que eu ia explodir de felicidade.
Fomos buscar suas malas e eu não a soltei por nada

- Não vou a lugar nenhum, pode soltar minha mão viu? - Ela falou rindo

- Jamais!

Fui buscar o carro e voltamos para o seu apartamento pra buscar Cecília.

- Vamos pra casa? - Minha filha perguntou animada.

- Vamos sim!

- Levo vocês até a porta. - Sophia falou nos acompanhando e eu parei pegando sua mão

- como assim até a porta? Você ainda não entendeu, não é?

- Não entendi o que? Não quer se despedir?

- Nunca mais iremos nos despedir. Iremos pra a nossa casa, Ceci, eu e você. - Me ajoelhei em sua frente e ela parecia não acreditar - Sophia Miller, você aceita se casar comigo?

- Isso é sério?

- Eu sei que não tô com as alianças agora, mas vou te dar a mais linda de todas! Prometo! Casa comigo?

- Sim! Sim! Mil vezes sim! - me levantei e a beijei.

- Fecha os olhos Ceci!! - Julie gritou e nós começamos a rir

Peguei minhas meninas e fomos para a nossa casa.

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