ANTHONY
Saí do quarto de Sophia com o coração tão leve. Ela não me expulsou como tinha imaginado várias vezes, pelo contrário, foi tão gentil e amigável. Ouvir a voz dela foi como música para os meus ouvidos, vê-la sorrir e respirar sem aqueles aparelhos foi muito reconfortante.
- Oi, faz dias que não te vejo. Ta tudo bem? - Amanda me encontrou na saída para o estacionamento e tocou meu braço.
- Olá! Peço desculpas, estava muito corrido esses dias. - dei um beijo na sua bochecha.
- Entendo. Como está a moça da UTI? - as notícias realmente se espalham por aqui.
- Está bem! - lembrei do seu sorriso - Ela vai ficar bem.
- Que bom, não imagino o susto que foi pra você. Ela deveria ser mais cuidadosa ao tentar atravessar uma avenida tão movimentada como aquela. O que acha da nossa bebida hoje?
- Hoje não consigo, Ceci está me esperando em casa.
- Posso ir com você até lá, assim já a conhecia. Adoro crianças!
- Ainda é cedo, Amanda. Não quero apressar as coisas. Não quero envolver minha filha ainda.
- Certo. Você tem razão. - a vi fechando a cara - Deixamos pra outro dia, preciso ir.
A vi se distanciar e fui até o meu carro.
Dirigi até minha casa ansioso pra voltar no dia seguinte ao hospital. O que estava acontecendo comigo?
Passei a noite com a Ceci, ajudei no dever de casa e vi o quanto ela estava esperta, tão inteligente. Assim que a coloquei na cama ela perguntou pela mamãe Camille de novo, porque ela tinha ido pro céu, porque na escolinha as meninas tinham mães e ela não. Como aquilo partia meu coração. Será se era hora de avançar com Amanda? A gente ainda nem tinha conseguido ter um encontro decente. Vou chama-lá pra jantar, e aí quem sabe depois a apresento a Cecília.
No dia seguinte cheguei no trabalho em cima do horário, estava um trânsito muito grande devido a chuva que caía, então fui direto ao consultório para atender os pacientes da manhã e pela tarde ficaria na ala de urgência e emergência.
Mandei uma mensagem pra Amanda a convidando pra sair a noite, ela aceitou.
No final da tarde fui até a UTI, não tinha conseguido vir ainda, precisava saber como ela estava.
Bati na porta e ouvi sua voz me dizendo pra entrar.- Olá! Achei que não viria hoje.
- Não podia deixar de dar um oi e saber como você está. Como passou o dia?
- Bem. Dentro do possível. - me aproximei e vi seus olhos vermelhos, ela estava chorando?
- Está sentindo dor?
- Não, as medicações tem me ajudado. Só quero poder sair daqui.
- Você vai ter alta em breve, precisa ter só um pouco mais de paciência.
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QUERIDO DESCONHECIDO
Roman d'amourUm acidente numa noite chuvosa muda a vida de dois desconhecidos. Mas será se foi mesmo um acidente? Vem descobrir a história de Antony e Sophia.