ANTHONY
Minha mente estava uma confusão. Meus sentimentos estavam uma confusão.
Por um momento enquanto eu beijava Sophia quis morar nos lábios dela, no abraço dela, mas em seguida um sentimento de culpa me invadiu, eu gostei tanto que senti que estava traindo Camille. Nunca tinha sentido aquilo com ninguém depois que ela me deixou, nunca tinha gostado tanto de beijar alguém, foi avassalador.
Eu a deixei naquela sala, sozinha, nem consegui olhar pra ela antes de sair. Eu não poderia amá-la como era merece, não quando estou preso a alguém que nunca mais vai voltar.
Logo era iria embora da minha casa e continuaria sua vida, eu precisava ser forte só mais um pouco.
Pela manhã achei que a veria antes de sair, mas não vi. Foi melhor assim.
O dia no trabalho foi se arrastando, no horário de almoço encontrei John, Janine e Amanda no restaurante do hospital.- Olha só quem se juntou a nós! - Janine falou assim que sentei. Ela era a paixão antiga do meu amigo, eles viviam terminando e voltando. - abriu uma nova boate ontem, estamos querendo ir lá a noite, nos daria a honra da sua ilustre presença doutor D'Lucca?
- Ele deve ter compromisso, Janine. - Amanda respondeu olhando pra sua amiga.
- Vamos lá, cara! Faz tempo que não saímos juntos. - Meu amigo interviu.
- Depois desse bombardeio não tenho como dizer não. - respondi rindo. Seria bom sair um pouco - Que horas será?
- Nos encontraremos lá às 22h, às entradas são por minha conta. - John respondeu animado.
- Tudo bem. Encontro vocês lá!
Almoçamos todos juntos e voltei para o consultório. Passei na ala de internação pra ver a Rose no final do meu horário de trabalho, seu caso havia sido passado oficialmente pra mim, ela estava segurando as pontas enquanto não conseguia o transplante, ela era forte. Aquele quarto me lembrou do período que Sophia esteve internada também.
- Olá minha paciente favorita! - a cumprimentei assim que cheguei
- Oii Dr., me dê uma boa notícia, por favor! Não posso deixar meu noivo viúvo antes do casamento.
- Infelizmente ainda não, mas não vamos perder as esperanças, ok? Você precisa se manter otimista.
- Eu tô tentando.
- E quero ser convidado pra esse casamento, viu?
- Com toda certeza! E ainda vai poder levar sua namorada junto! - aquilo me fez rir
- Ainda não tenho, mas tentarei conseguir uma até lá.
- Combinado!
- Vou pedir alguns exames novos e depois vou embora, mas qualquer emergência estarei aqui. Fique bem, mocinha! Até amanhã.
Finalizei tudo o que tinha pra fazer e fui pra casa. Não estava pronto pra vê-la, mas precisava encarar o que tinha acontecido ontem.
Assim que cheguei vi um carro diferente estacionando na frente da minha casa, quando abri a porta Sophia estava rindo com um homem sentado no meu sofá. Quem era aquele cara? E quem permitiu que ela levasse um homem pra minha casa?- Boa tarde. - falei tentando ser educado, mas acho que saiu mais alto do que gostaria pois os dois pararam de rir e viraram pra mim.
- Boa tarde, Antony. - ela respondeu séria. Nem parecia a mulher de alguns segundos atrás.
- Boa tarde - o homem respondeu ficando de pé.
- Esse é o Oliver, será meu fisioterapeuta.
- Muito prazer! - ele me estendeu a mão e a apartei mesmo não querendo.
- Igualmente. - controle-se, Antony. - Onde está minha filha?
- Está no quarto brincando. - ela respondeu e virou novamente para o homem ignorando completamente minha presença. - Espero você amanhã então?
- Virei as 8h, como combinado.
- Tá bem, obrigada mais uma vez por me aceitar! Vou te levar até a porta.
A vi andar com ele em direção a porta e fui até o quarto de Cecília, ela estava com várias canetinhas rabiscando um papel .
- Oi, meu amor! O que você está desenhando aí?
- A nossa família, papai. Você, eu, o vovô, a vovó, a tia Ana e a tia Sophia. E coloquei um cachorrinho que eu quero ganhar no meu aniversário também!
- Uau! Está lindo! - ela inclui Sophia, não sei até que ponto isso era bom. Ela não era nossa família. - cachorrinho é? Vou pensar a respeito!
Dei um beijo em sua testa e fui para o meu quarto. Precisava de um bom banho, bem demorado. Quando finalizei e fui até a cozinha, não a encontrei no caminho. Fui até o seu quarto e bati na porta que não demorou pra ser aberta.
- Oi. - Falei sentindo meu peito apertar - Eu vou sair hoje à noite e queria saber se você pode ficar com a Cecília, se não puder posso levá-la até a casa dos meus pais.
- Claro. Será um prazer cuidar dela. Pode ir tranquilo. - então ela deu um passo pra trás e tentou fechar a porta, mas a impedi. - deseja mais alguma coisa?
- Acho que deveríamos conversar sobre ontem à noite... - comecei a falar mas ela me interrompeu.
- Não tem nada pra conversar, Anthony , foi um erro, você já disse e eu entendi. Tá tudo bem - senti uma ponta de tristeza no seu tom de voz - Se não tiver outro assunto pra tratar, eu estou um pouco ocupada agora.
- Ok, vou deixá-la a vontade. - então ela fechou a porta.
Como aquilo mexeu comigo, primeiro a ver rindo ao lado de outro homem, agora o jeito que ela me tratou. Mas o que eu queria? A tratei de forma fria primeiro, logo após tê-la beijado.
Ocupei a mente brincado com minha filha um pouco, jantei com ela, a coloquei pra dormir e depois me arrumei pra sair. Mandei uma mensagem pra Sophia avisando que estava indo, ela não saiu do quarto a noite toda.Cheguei na boate e havia uma enorme fila, mas John e as meninas já estava lá me esperando e conseguiu nos colocar lá dentro bem rápido. A música estava alta, várias pessoas dançando animadas, fui direto para o bar com meu amigo e Janine e Amanda foram pra pista de dança.
Começamos a beber, me servi de tudo um pouco.- Vai lá, ela tá dançando pra você. - John falou se referindo a Amanda que dançava de forma sensual. - ela tá chamando por você, cara!
A bebida que ja estava fazendo efeito me impulsionou pra ir em direção a Amanda. Cheguei perto dela que me puxou pelo colarinho da camisa me levando pra perto. Começou a dançar colada em mim e então me beijou, uma, duas, três vezes. Mas não senti nada. Absolutamente nada. Era só uma boca e um corpo bonito que não me fizeram sentir nada. Assim que tive a oportunidade me afastei dela e voltei para o bar, virei o copo tantas vezes que até perdi as contas. precisava tirar aquela sensação da minha cabeça. Precisava tirar Sophia da minha cabeça.
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QUERIDO DESCONHECIDO
RomanceUm acidente numa noite chuvosa muda a vida de dois desconhecidos. Mas será se foi mesmo um acidente? Vem descobrir a história de Antony e Sophia.