SOPHIA
Arrumei todas as minhas coisas, não levaria tudo, apenas o suficiente pra começar de novo. Julie continuaria no meu apartamento e quando quisesse sair eu o colocaria à venda. Continuarei fazendo terapia com a Dra Ellie 2x na semana de forma virtual. Sentia aos poucos as coisas se encaixando de novo.
Eu estava na frente da casa do Anthony, aceitei seu convite pela Cecília. Seria bom vê-la uma última vez pra poder me despedir.- Oi.
- Oi Sophia! Obrigado por ter vindo. - ele estava incrivelmente lindo, com uma das mãos no bolso da calça jeans.
- Onde está a Ceci?
- Está na cozinha, acordou muito cedo ansiosa esperando por você.
- Posso entrar?
- Ah! Claro. Por favor. - ele se afastou para o lado me dando espaço pra passar, depois fechou a porta atrás de nós.
Conhecia aquela casa muito bem, então fui direto para a cozinha, onde encontrei minha menina com sua faquinha de brinquedo tentando cortar um tomate.
- Me falaram que tem uma princesa por aqui me esperando! - falei e ela se virou com um sorrisão no rosto.
Fui até ela e a peguei no colo em um abraço. Senti tanta falta daquele abraço!
Fizemos lasanha juntas, enquanto Anthony ficou na sala. Acredito que estava me dando espaço, por mais que eu quisesse sua presença ali, foi bom ter um momento só com a Ceci. Foi por ela que eu fui.
Almoçamos todos juntos, como antes. Ela estava tagarela, me encheu de perguntas e comeu tudo o que estava em seu prato.
Após o almoço colocou um filme para assistirmos, fiquei grudada nela no sofá.
Quando estava finalizando ela pediu que eu buscasse seu livro da balei, queria me mostrar que aprendeu a ler.
Entrei em seu quarto e não encontrava, estava um pouco bagunçado.- Precisa de ajuda? - Anthony perguntou encostado na porta.
- Não estou encontrando o livro da baleia que ela pediu. - Ele deu alguns passos e eu dei dois passos pra trás até me encontrar com a parede.
Começou a procurar no baú de brinquedos dela, mas não encontrou. Acabou encontrando debaixo da cama, mas ouvimos a porta bater.
Anthony foi até lá pra tentar abrir, mas não conseguiu.- Acho que o vento a bateu. Está emperrada. - ele forçou a maçaneta pra tentar abrir, mas foi em vão. Olhou para a fechadura e percebeu que a chave não estava, começou a dar risada me fazendo ficar confusa. - Cecília.
- Como?
- Ela nos trancou aqui. - ele andou até a cama dela e sentou. - Não sei o que ela quer, mas ficamos presos aqui.
- Só pode ser brincadeira! - Bufei frustrada. Não podia ficar em um cômodo tão pequeno sozinha com Anthony. Não podia estar acontecendo.
Fui até a porta na tentativa de abri-la, mas também não tive sucesso.
- Cecília! Meu amor você precisa abrir essa porta! - gritei mas não ouvi nada em resposta. - Que droga!
- Senta aqui. Uma hora ela vai abrir.
- Não, obrigada. Tô ótima em pé.
- Não vou te morder, Sophia.
Não cedi. Me encostei na parede.
- Como você está? - Perguntou tentando quebrar aquele clima estranho.
- Estou bem.
- Cecília melhorou muito depois da ligação. Ela sente muito a sua falta.
- Eu também sinto a falta dela.
- Você pode vir visitá-la quando quiser, ok? Eu sei o quanto isso fará bem a ela, não posso priva-la de ter sua companhia.
- Obrigada, mas não será mais possível.
- Porque não? Não precisa vir quando eu estiver aqui, podemos combinar e eu saio quando vier.
- Eu vou embora, Anthony. - senti que ele ficou mexido com aquela informação. Pigarreou e levantou da cama.
- Pra onde você vai? - Percebi aflição no seu rosto. - Porque você vai?
- Preciso recomeçar longe daqui. Irei para o Texas amanhã.
- Amanhã? Mas já?
- O quanto antes melhor.
Ele começou a andar no quarto de um lado para o outro, depois fitou os olhos em mim e deu alguns passos na minha direção, eu senti meu corpo enrijecer. Ele parou antes de chegar até mim, mas por um momento esqueci de tudo e avancei até ele. Precisava me despedir, precisava sentir seus lábios nos meus uma última vez. O beijei de força feroz. Com urgência. Um beijo cheio de saudade, que foi retribuído na mesma intensidade. Ele passou seus braços pelo meu corpo e me puxou contra o seu com tanta força que eu deixei escapar um gemido.
Suas mãos começaram a passear pelo meu corpo, tocou meus seios e minha bunda de forma desesperada. Enfiou uma das suas mãos no meu cabelo e puxou me fazendo arquear a cabeça um pouco pra trás, lhe dando o acesso que ele queria. Começou a beijar meu pescoço, meu colo. Sentia tanto desejo em seu toque, assim como despejei todos os meus sentimentos nele.
Em pouco tempo fui empurrada contra a parede, sentindo a pressão do seu corpo contra o meu. Seu volume em baixo estava apertando meu ventre, com rapidez ele me ergueu e o enrolei com minhas pernas.
Paramos para recuperar o fôlego. Estávamos ofegantes. Podia sentir sua respiração no meu rosto.- Sophia. - ele falou meu nome como um sussurro. Meu nome saía tão sensual da sua boca.
Antes que eu falasse qualquer coisa ouvimos o barulho da chave na porta. Pulei do seu colo e tentei desamassar minha roupa. Anthony ficou sem jeito enquanto arrumava o cabelo e pegou uma revistinha colocando na frente do seu volume.
A porta abriu e Cecília apareceu rindo com a mão na boca.- Você já são um casal de novo papai? - perguntou virando pra ele.
- Cecilia! Nunca mais faça isso filha. - Ele foi até ela a pegando no colo.
Os segui até a sala, ainda estava desnorteada pelo que tinha acabado de acontecer.
- Eu preciso ir agora, tenho algumas coisas pra terminar de arrumar. - falei baixo pra que só ele ouvisse.
- Tudo bem. - o sorriso que ele tinha foi se desfazendo. - Ceci, a Sophia precisa ir agora, vem cá dar uma abraço nela.
Ela correu e me abraçou. Aproveitei cada segundo, beijo o topo da sua cabeça.
- Ceci, me promete que vai comer a partir de agora?
- Prometo, mamãe. Vem me ver de novo?
- Assim que possível. Mas podemos nos falar por ligação sempre que seu pai permitir.
Ela me abraçou mais uma vez e voltou a assistir. Anthony se levantou e me acompanhou até a porta.
- Obrigada por me deixar vir vê-la. Precisava muito dessa despedida. - principalmente dele.
- Eu que agradeço. Tem certeza que quer ir embora?
- Eu preciso.
Ele me puxou pra um abraço me pegando de surpresa.
- Boa viagem, Sophia.
- Obrigada.
Nos soltamos e fiz meu caminho de volta pra casa. Foi o caminho mais difícil que já fiz na vida.
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QUERIDO DESCONHECIDO
RomanceUm acidente numa noite chuvosa muda a vida de dois desconhecidos. Mas será se foi mesmo um acidente? Vem descobrir a história de Antony e Sophia.