ANTHONY
O almoço com meus pais foi ótimo, era bom tê-los por perto, preciso lembrar de chamá-los mais vezes pra vir almoçar comigo.
- Filho, o que tá rolando entre você e a Sophia? - minha mãe perguntou no quarto de Cecilia enquanto arrumávamos as coisas dela pra dormir fora.
- Não sei do que a senhora está falando.
- Não se faça de desentendido, eu te conheço. Aquelas trocas de olhares lá na mesa, a tensão entre vocês, seus comentários "ela é incrível mesmo, mãe" e ainda teve "vai fazer muita falta quando for embora" - ela falou imitando minha voz. - Há muito tempo não te via assim, filho.
- Ah dona Emily, não dá pra esconder nada da senhora mesmo. - sentei na cama da Cecília e ela sentou ao meu lado - Eu gosto dela. É a primeira vez que admito, mas é bom poder falar.
- Eu sabia!! Intuição de mãe não falha. Seria melhor ainda se falasse pra ela, não acha? Ela parece gostar de você também.
- Não sei mãe. A gente se beijou uma vez, ela retribuiu, mas foi tão bom que senti que estava traindo Camille, então a afastei.
- Meu amor, me desculpe mas preciso te lembrar que Camille morreu. Ela não vai voltar, eu sei que vocês foram muito felizes e ela deixou o bem mais precioso que nós temos, mas você precisa seguir em frente. - Meu coração apertou ao ouvir a verdade.
- Eu sei. Só que é difícil.
- Já se passaram 5 anos, Anthony. 5 anos que você viveu só pra Ceci. É hora de viver por você também. E já tem minha aprovação! A garota é um poço de simpatia e beleza, além de que nossa menina adora ela.
- Isso é verdade, elas se dão tão bem que parece que se conhecem há um tempão. A senhora precisa ver, tô quase perdendo meu posto de adulto preferido! - ela riu e eu também.
- Então aproveita, vou levar Ceci comigo e você vai ter a casa só pra vocês! - ela piscou o olho pra mim. - Usem camisinha!
- Mãe! Obrigada pelos conselhos mas falar da minha vida sexual com a senhora não dá - Demos uma gargalhada e Ceci entrou dando pulinhos no quarto.
- Vamos, vovó? Quero comer chocolate. - minha mãe pegou a mochila dela e se levantou.
- Você vai acabar deixando minha filha diabética! - As duas riram e saíram em seguida.
Então estava decidido, eu iria tentar, vou preparar algo pra Sophia jantar comigo e aí contar que gosto dela. O não eu já tenho mesmo!
Depois que meus pais saíram ela foi pro quarto e não tive a oportunidade de conversar, fui ao supermercado comprar algumas coisas pra fazer, mas antes passei no cemitério que Camille tinha sido enterrada. Precisava falar com ela.- Oi, faz um tempo que não venho aqui, não é? - Coloquei as flores que havia comprado em sua lápide - Nossa menina está cada vez mais esperta, inteligente e linda como você. - Respirei fundo, como era difícil falar aquilo - Camille, eu conheci alguém. Alguém que fez meu coração bater forte de novo, nossa filha gosta muito dela. Ceci merece uma figura materna, e eu preciso de alguém do meu lado. Nunca vou deixá-la esquecer de você, prometo! Precisava vir aqui te falar, precisava que você soubesse. Obrigada por toda a nossa história, nunca vou esquecer você. Mas preciso seguir em frente!
Sai de lá e parece que um peso saiu dos meus ombros, fui pra casa, tomei um banho e fui tentar cozinhar, mas ficou tudo horrível! Acho que o nervosismo me tirou a pouca habilidade até mesmo no que eu achava que sabia fazer.
Liguei pro meu restaurante favorito e pedi o menu completo. Estava nervoso, parecia um adolescente, ela me fazia parecer um adolescente.
As 19:15 ela saiu do seu quarto, meu queixo quase foi ao chão, ela estava tão bonita! Usava um vestido preto colado no seu corpo, destacando suas curvas, tenho certeza que babei.
Mas pra minha infelicidade ela ia sair com aquele fisioterapeuta. Eu sabia que ele queria algo com ela, parecia um predador pronto pra agarrar sua presa.Ela saiu e eu fiquei sozinho com meu plano que foi por água abaixo. Meia hora depois a campainha tocou, fui animado achando que era ela, que tinha desistido, mas era só o entregador com um monte de comida que eu teria que comer sozinho. Me senti frustrado.
O tempo foi passando e ela não chegava, eu já estava enlouquecendo criando um monte coisa na cabeça. Será se eles tinham se beijado? Será se ela estava gostando da companhia dele? Será se ele despertava algo nela?
Já estava impaciente, aflito, até que 2 horas depois ela entrou.
Entrou com um sorrisinho no rosto que me deixou irritado, sua noite deve ter sido ótima.- Boa noite! Se divertiu? - perguntei colocando o copo de bebida sobre a mesa de centro e levantando e indo em sua direção.
- Muito! Foi maravilhoso - respondeu empolgada. Muito? O que tanto eles fizeram pra ser tão divertido?
- Que bom, Sophia. - minhas pernas continuaram se movendo em sua direção.
- Vou pro meu quarto, estou cansada. - ela tentou se afastar passando por mim mas a impedi. Não podia ir dormir com aquilo entalado na garganta, precisava que ela soubesse o que sinto. - o que você tá fazendo?
- Não gosto daquele cara, não acho que deveria sair com ele.- ela me olhou parecendo incrédula que as palavras que saíram da minha boca.
- Você não me diz com quem ou não sair. Porque não tenta controlar sua médica loira perfeitinha? - ela estava com ciúmes? Amanda não significa nada pra mim.
- Porque não sinto nada por ela, Sophia. - ela riu alto da minha resposta.
- Você jura? Chegou aqui carregado por ela, vai lá saber o que mais fez fora dessa casa e não gosta dela? - ela definitivamente estava com ciúmes, isso é bom!
- Tá com ciúmes, Sophia?
- Quem parece que está com ciúmes aqui não sou eu. Você está com ciúmes, Anthony? - nem pensei e só respondi
- Estou. E muito. - ela deu um risinho de satisfação e aquilo foi o fim da minha sanidade.
Minha mente parou de raciocinar, apenas sabia que precisava da sua boca na minha, e foi o que eu fiz. Puxei seu corpo pra perto do meu e a beijei. A beijei de forma tão intensa que senti todo o meu corpo pegar fogo, ela não tentou me parar, pelo contrário, apertou meu corpo ainda mais contra o dela. Ah, Sophia! Você não faz ideia do efeito que tem sobre mim!
Paramos para recuperar o fôlego e ela começou a descer seus beijos pelo meu pescoço me fazendo arrepiar por inteiro.- Ah, Sophia! Eu tive tanto medo só de imaginar outra pessoa tocando e beijando você. Eu quero tanto você. - ela parou os beijos e me olhou nos olhos
- Você me quer? Tem certeza? Não quero ir adiante pra você me dizer que foi um erro de novo.
- O único erro foi ficar longe de você. Eu. Quero. Você. - falei pausadamente enquanto deixava beijos pelo seu rosto. - Nunca tive tanta certeza de algo! Fica comigo? Só comigo?
Ela abriu um sorriso e assentiu, aquilo foi mais que o suficiente pra mim. A levantei e ela enlaçou duas pernas em mim. Podia sentir minha ereção roçando na sua entrada, estava perdendo completamente o resto de controle que tinha.
- Vamos devagar, pode ser? Quero que a gente vá com calma. - ela pediu e eu a coloquei no chão.
- Claro, meu bem. Quero te namorar, te levar pra jantar, quero que me conheça, quero me entregar pra você, Sophia. E quero que se entregue pra mim também. Quero que seja especial! Mas no seu tempo. E eu espero o tempo que você quiser.
- Obrigada por isso, tem muito significado pra mim! - a beijei novamente, mas dessa vez de forma mais lenta, aproveitando o contato das nossas bocas. - Eu ficaria a noite toda aqui só te beijando, mas preciso tomar um banho, tá bem?
- Claro. Mas posso te pedir uma coisa antes?
- Pode sim.
- Dorme comigo hoje? Na minha cama. Não vamos fazer nada de mais, prometo! Quero apenas poder acordar e ter você do lado.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Ok. Me espera lá. - ela me deu um selinho e saiu.
Era real, eu estava perdidamente apaixonado por aquela mulher!
VOCÊ ESTÁ LENDO
QUERIDO DESCONHECIDO
RomanceUm acidente numa noite chuvosa muda a vida de dois desconhecidos. Mas será se foi mesmo um acidente? Vem descobrir a história de Antony e Sophia.