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A semana passou rápido, estava começando a me acostumar com a casa e com a rotina, minha recuperação estava indo muito bem. Já nem sentia mais nada no local da cirurgia, só muita irritação por causa do gesso que não via a hora de tirar. Antony era sempre gentil e atencioso, Ana se tornou uma grande amiga e eu passava bastante tempo com Cecília, me ofereci pra ajudar com ela enquanto ficasse na casa já que a babá precisou se demitir. Tinha me apegado tanto a ela que meu coração doía sempre que lembrava que precisava ir embora dali. Voltei ao hospital pra refazer alguns exames e quase todos estavam bons, tive sinal de infecção, o que explicava a febre alta do outro dia, mas um novo antibiótico já estava fazendo efeito. Minha amiga Julie insistia em me ver depois que contei sobre o atropelamento. Nos conhecemos no trabalho há 4 anos e desde então ela era uma escudeira fiel. Era uma ótima ouvinte e conselheira, era alegre, divertida, sua presença era marcante aonde passava. Ofereci meu apartamento pra ela morar enquanto não voltava pra lá e depois poderíamos dividir, ja que ela queria mudar pra um lugar maior que o flat que morava. Combinei de recebê-la no domingo, com a permissão de Antony, claro. Depois que ele se abriu comigo sobre sua esposa, o senti mais a vontade, jantávamos juntos toda noite, ele, Ceci e eu. Domingo chegou e acordei com umas mãozinhas tocando meu rosto.
- Tia Sophia? - ela me olhava com um sorrisinho no rosto
- Oi, princesa. Bom dia!
- Bom dia! Você não quer tomar café comigo e com o papai?
- Será um prazer. Espera só um pouquinho e já vou, tá bem? - sentei na cama
Olhei pra porta e vi Antony encostado de braços cruzados.
- Juro que pedi pra ela não te acordar, mas ela insistiu. Desculpa! - ele falou rindo e desviou o olhar de mim pra ela - não é mesmo?
- É que não tem graça quando ela não tá, pai! - Ceci tentou se justificar tirando risadas de nós.
- Nossa, filha! Até outro dia eu era a pessoa mais legal e engraçada do mundo, perdi meu posto?
- Você dividiu com ela, preciso dos dois na mesa pra ser legal!
- Então vocês podem me esperar lá na cozinha, prometo que não demoro pra você ter um ótimo café da manhã, mocinha. - respondi me levantando
Eles saíram e fui ao banheiro escovar os dentes, deixaria o banho pra depois, ja que precisaria da ajuda de Antony novamente e Cecília não aguentaria esperar tanto. Apenas troquei de roupa e fui pra cozinha, eles já estavam sentados a mesa apenas me esperando.
- Finalmente, tia! A gente tá quase morrendo, a barriga do papai já roncou duas vezes.
- Eiii! Não me entrega. - ele falou nos fazendo rir.
- Já cheguei, vamos comer porque não quero ser responsável por ninguém morrer de fome.
Tinha panquecas com mel, salada de frutas, ovos mexidos e um bom café preto. Estava muito bom, comemos quase tudo.
