BANDEIRA BRANCA

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ANTHONY

A bebida te ajuda a esquecer muita coisa, mas logo depois te humilha

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A bebida te ajuda a esquecer muita coisa, mas logo depois te humilha.
Acordei com a cabeça pesando uma tonelada, eu nem lembro direito como cheguei nessa cama, estava com a cueca úmida. O que diabos aconteceu?
Fui até o banheiro e encontrei minhas roupas molhadas no cesto e então comecei a lembrar de algumas cenas do que aconteceu ali.
Meu Deus! Agora eu com certeza terminei de expulsar Sophia dessa casa.
Tomei um banho gelado pra ajudar a despertar e depois fui pra cozinha.

- Bom dia, Ana!

- Bom dia Anthony! De ressaca?

- Exatamente! Me lembre de nunca mais beber na vida. Preciso de uma xícara bem forte de café, por favor.

- É pra já! - ela foi até a garrafa no balcão e encheu uma xícara com o líquido preto e me deu.

- Cecília ainda está dormindo?

- Está sim, vi Sophia sair do quarto dela de manhã, acho que dormiu com ela. É bom ter uma mulher nessa casa pra ajudar com nossa menina.

- E onde ela tá agora? No quarto?

- Ah não, o rapaz de ontem tá com ela lá fora. Começaram a fisioterapia.

Por algum motivo estranho aquela informação me deixou desconfortável. Fui até a porta e de lá vi os dois na área externa fazendo algum tipo de exercito. Porque ele estava com as mãos na perna dela? Precisava de tanto contato?

- Bom dia! - falei indo em direção a eles.

- Bom dia - responderam em uníssono. Mas ele não tirou as mãos do corpo dela.

Sentei num pequeno sofá que tinha lá e fiquei observando enquanto fingia estar no celular. Nem sei porque fiz isso.
Ela fazia umas caretas de dor as vezes, depois ria com ele. Eu nem devia estar incomodado.

- Papai! Tia Sophia! - Ceci gritou aparecendo na porta ainda de pijama e logo depois veio até mim.

- Oi meu amor, bom dia! Dormiu bem? - perguntei sentando ela ao meu lado.

- Bom dia princesa! - Sophia respondeu enquanto fazia uma careta de dor.

- Dormi bem depois que a tia Sophia foi dormir comigo. Ela tem um abraço quentinho!

- E porque ela foi dormir com você?

- Porque tava muito barulho e aí eu não tava conseguindo mais dormir, pai.

- Barulho?

- É, parece que o gato do vizinho entrou em casa e derrubou umas coisas, né tia?

- Isso mesmo! O gato bebeu leite demais e veio pra cá cambaleando, sabe? Ai acabou fazendo barulho demais. - ela respondeu com um sorriso debochado.

Se tivesse um buraco eu me enfiaria nele nesse momento. Nunca mais eu bebo.
Meu celular tocou e foi minha deixa pra sair daquela conversa.

- Oi mãe! A benção.

- Deus te abençoe meu filho, to indo aí com seu pai, vamos almoçar com vocês hoje.

- Vocês estão se convidando?

- Já que você não convida, sim. - Ri de sua resposta.

- Tudo bem mãe, vou pedir pra Ana preparar o almoço, beijos.

Desliguei e fui até a cozinha contra minha vontade, não queria deixá-los sozinhos lá fora.
Pedi que Ana preparasse a comida contando com eles. Minha filha entrou e pedi que fosse tomar banho pra esperar meus pais. Meia hora depois e nada de Sophia entrar. 40 minutos, 1 hora. Que sessão demorada é essa? Fui até lá fora outra vez e os encontrei sentados conversando e rindo. Como tinham tanto assunto se mal tinham se conhecido?
Assim que cheguei perto ele se levantou junto com ela, ela depositou um beijo no rosto dele e se despediram.

- Meus pais virão almoçar com a gente hoje, tudo bem pra você?

- A casa é sua, não precisa da minha aprovação. Mas por mim tudo bem. - ela tentou passar por mim mas segurei seu braço impedindo.

- Sophia, espera por favor. - ela parou e ficamos de frente um pro outro. - Não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente. Me desculpa.

- Tá tudo bem, Anthony.

- Obrigado por ontem, por cuidar de mim e por cuidar da Ceci também.

- Só estou retribuindo o que já fez por mim. Mas da próxima vez pede pra sua loira ficar pra dormir porque foi bem difícil dar banho em você viu - ela deu um sorriso de canto.

- Isso definitivamente não vai acontecer, eu não durmo com mulher nenhuma.

- Não? Não foi o que pareceu quando você me pediu pra dormir com você ontem. - ela falou levantando a sobrancelha.

- Eu pedi isso? Acho que foi a bebida.

- Tanto faz, eu não dormiria com você mesmo.

Que bom que ela não lembrava do dia que teve febre alta e ficamos abraçados até pegar no sono na cama dela. Foi tão bom.

- Vou tomar um banho agora, to bem suada por conta da fisioterapia, vejo você na hora do almoço.

- Estamos bem?

- Estamos bem!

Ela entrou e fiquei ali pensando nela. Era incrível o poder que a presença dela me causava.

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