VERDADES

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ANTHONY

As lágrimas desciam pelo meu rosto e eu mal conseguia respirar

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As lágrimas desciam pelo meu rosto e eu mal conseguia respirar. A chuva caía lá fora e eu não tinha forças pra sair de dentro daquele carro.
Ela não podia ter feito isso. Porque ela escondeu isso de mim?
Não, minha Sophia não. Minha Sophia era feliz, era sorridente, ela era cheia de vida.
Reli sua carta mais 3x tentando assimilar suas palavras.
Eu não a atropelei, não foi culpa minha, foi dela. Ela quis, ela se jogou na frente do meu carro. Ela me fez reviver um passado doloroso, ela fez eu me sentir culpado e nem mesmo teve coragem de me contar.
Me senti traído ao mesmo tempo que fiquei triste por ela. Como ela pôde tentar tirar a própria vida?

Limpei as lágrimas e saí do carro correndo até entrar em casa. Estava tudo silencioso, andei devagar até chegar próximo a porta do quarto da minha filha e pude ouvir Sophia lendo uma histórias pra ela baixinho. Não consegui entrar, fui em direção ao meu banheiro e entrei debaixo do chuveiro. Demorei mais do que imaginei, coloquei um moletom e assim que voltei para o quarto ela estava sentada na cama. Eu paralisei.

- Ela deu uma trabalheira pra tomar banho, mas deu tudo certo! Está dormindo como um anjo agora - ela se levantou vindo em minha direção com um sorriso no rosto e eu permaneci imóvel - Ta tudo bem? Você demorou. - Ela colocou as mãos na cintura me encarando - Não vai me dizer que comeu meus churros!

Eu não sabia o que dizer, nem o que fazer. Permaneci parado apenas a encarando. Ela tinha um olhar tão sereno, como pode ter sido a mesma pessoa que escreveu aquelas coisas?

- Anthony? Está tudo bem meu amor? - ela colocou as mãos nos meus braços e me trouxe de volta a realidade. - Está sentindo alguma coisa?

Tirei o envelope azul do bolso do moletom sem tirar o olhos dos seus e estendi a ela.

- Sophia, eu encontrei.

Ela abriu a boca pra falar algo mas logo a fechou. Ela tirou as mãos do meus braço e pegou o envelope da minha mão, ficou encarando o envelope azul de forma séria.

- Onde estava? Você leu? - ela perguntou e vi uma lágrima rolar pelo seu rosto quando me encarou.

- Estava no meu carro. Deve ter caído da sua jaqueta ou da sua bolsa no dia do acidente, que acabei de descobrir que não foi um acidente. Como você teve coragem de se jogar na frente de um carro? Meu Deus, Sophia!

- Me desculpa. - ela baixou a cabeça e colocou uma das mãos na boca.

- Como você pôde esconder isso de mim? Porque fez isso comigo? Eu abri as portas da minha casa pra você.

- Eu quis te contar, eu juro. Mas quando percebi já estava envolvida demais e fiquei com medo da sua reação.

- Você sempre perguntou se meus sentimentos eram porque eu me sentia culpado, mas agora eu te pergunto, Sophia. Você ficou comigo por se sentir culpada por mentir pra mim?

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