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Billie

Eu entro no restaurante que sei que S/n costuma almoçar. Eu olho em volta na esperança de encontrar a mulher, o que não demora muito. Ela estava em uma mesa mais isolada, com Ayla ao seu lado. A mulher estava alimentando a pequena, enquanto dividia sua atenção em comer e ajudar a pequenina. Eu respiro fundo antes de me dirigir a mesa ao lado. S/n me olha brevemente, mas sua atenção é completamente roubada quando Ayla tenta pegar o copo de suco sobre a mesa.

-- posso ajudar?-- uma das atendentes se aproxima de mim, sorrindo de lado

-- vou quer uma lasanha vegana por favor -- peço e ela concorda se afastando. -- quer ajuda? Esta parece uma missão complicada: comer e alimentar ela...-- ofereço a S/n que me encara, e nem percebe Ayla colocando a mão dentro do prato.

S/n levanta os olhos para mim, um misto de surpresa e cautela passando por seu olhar. Ayla, alheia à tensão, ri feliz com a mão cheia de comida, espalhando algumas gotas pelo ar. S/n suspira, limpando gentilmente a mãozinha de Ayla antes de responder.

-- Acho que já estamos nos acostumando com a rotina. Mas obrigada pela oferta, Billie. -- Sua voz é calma, mas ainda posso notar uma certa reserva em sua postura.

Decido me sentar na ponta da cadeira, mantendo uma distância respeitosa, enquanto observo a interação entre mãe e filha. Há uma facilidade e um amor incondicional em cada gesto de S/n que me faz questionar como pude estar ausente de momentos como esse.

-- Eu realmente quero tentar fazer isso direito, S/n. Quero fazer parte da vida dela... da vida de vocês. -- Deixo escapar, meus olhos fixos em Ayla, que agora tenta alcançar a colher com pequenas mãos determinadas.

S/n me observa por um momento, avaliando a sinceridade nas minhas palavras antes de responder.

-- Billie, nós vamos precisar de mais do que palavras para fazer isso funcionar. Vai ser um processo, com erros e acertos. -- Ela fala, sua voz carregada de uma esperança cautelosa. -- e por mais que eu ache que seria algo bom Ayla ter essa conexão, porém eu nunca vou deixar que você machuque ela! Se você realmente quer isso, mostra que realmente quer. Agora se você for simplesmente fazer como fez quando soube que eu estava grávida dela, por favor, não se aproxime, não quero que Ayla se machuque...

-- Eu sei, e eu estou pronta para isso. Para aprender, para errar, para fazer parte de tudo isso. Eu só... eu sinto muito por tudo. -- Minha voz falha um pouco no final, a magnitude do que perdi e do que ainda tenho a perder pesando sobre mim.

S/n assente levemente, um sinal de que, talvez, estamos prontas para começar a construir algo novo, algo melhor. Enquanto eu penso sobre o futuro, a atendente retorna com minha lasanha, e eu percebo que esse é apenas o primeiro de muitos almoços e momentos que espero compartilhar com elas.

-- Vamos tentar, então. Por Ayla. -- S/n diz, e eu sinto uma onda de gratidão por ela estar disposta a me dar essa chance.

Assistindo Ayla tentar falar entre as garfadas, percebo o tamanho da responsabilidade que tenho agora. Eu quero ser alguém em quem elas possam confiar e amar, alguém que mereça estar presente em suas vidas. Eu sei que não vai ser fácil, mas olhando para elas, eu sei que vai valer a pena.

-- bóba nom -- Ayla se recusa a comer a abóbora. Aparentemente ela esta na fase de introdução alimentar, e ela sabe o nome de alguns alimentos. Mesmo não entendendo um terço do que ela fala, acho fofa a maneira de se expressar

-- Ah, é? Você não gosta de abóbora, Ayla? -- pergunto, divertida com a expressão decidida da pequena. Ela balança a cabeça, uma expressão séria em seu rostinho, e isso me faz rir suavemente. S/n me lança um olhar, um leve sorriso brincando em seus lábios, mostrando que ela também acha graça na situação.

-- Tudo bem, vamos tentar algo que você goste, então. O que acha de... -- S/n começa a sugerir outro alimento, mas eu me adianto, querendo participar desse momento.

-- Que tal tentarmos um pouquinho de... maçã? Você gosta de maçã, Ayla? -- Eu olho em volta, procurando algo no prato que possa ser mais do agrado dela.

Ayla parece considerar minha sugestão, seus olhinhos brilhando ao ouvir a palavra "maçã". Ela acena com a cabeça, mais animada, e S/n me passa um pedacinho de maçã cortado em cubos pequenos e seguros para a pequena.

-- Aqui, princesa. -- Eu ofereço o pedacinho de maçã para Ayla, que o pega com suas mãozinhas e leva à boca com um entusiasmo renovado.

-- Má! -- Ayla exclama, claramente mais satisfeita com a escolha.

Observo a cena, uma sensação de alegria preenchendo meu peito. É um momento simples, mas significativo. A interação com Ayla, a comunicação mesmo nas pequenas coisas, começa a construir pontes entre nós, mostrando-me o quanto tenho a aprender e a amar sobre essa nova fase da minha vida.

S/n me lança um olhar grato, e eu percebo o quanto esses pequenos passos significam para nós duas, para nos tornarmos uma família. Esse almoço pode ser apenas o começo, mas é um começo cheio de esperança. Eu sei que ainda tenho muito a provar, muito a melhorar, mas estou pronta para cada desafio se isso significar estar presente na vida de Ayla e de S/n.

Quando voltamos para a empresa, Ayla aprecia sonolenta. S/n segurava a pequena em seus braços como se fosse o maior tesouro do universo, e realmente é.

-- o que acha de fazer um pequeno espaço para ela em meu escritório ou no de Finneas?-- pergunto atraindo sua atenção

-- eu não sei Billie, Ayla passa pouco tempo na empresa e geralmente ela fica brincando no escritório do seu irmão ou dormindo no bebê conforto -- ela responde dando de ombros

-- É verdade, mas eu estava pensando... talvez seja bom ter um espaço dela também no meu escritório. Assim, eu poderia passar mais tempo com ela, mesmo quando estiver trabalhando. Não sei, acho que seria bom para nós duas -- eu explico, tentando transmitir minha vontade de estar mais presente na vida de Ayla, de participar de cada momento, mesmo os mais simples. S/n me olha, avaliando a sinceridade nas minhas palavras.

-- Você realmente quer isso, Billie? Quer participar mais ativamente da vida da Ayla?-- ela pergunta, com um tom de voz que mistura surpresa e cautela.

-- Sim, eu quero. Eu sei que tenho muito pelo que me desculpar, muitas coisas para consertar, mas eu quero fazer parte da vida dela. Quero que ela cresça sabendo que pode contar comigo -- respondo com convicção, esperando que ela possa ver a verdade nas minhas palavras.

S/n suspira levemente, parecendo ponderar minhas palavras.

-- Tudo bem, podemos tentar. Mas, Billie, isso não é apenas sobre ter um espaço para ela brincar. Isso significa que você vai ter que realmente se envolver, saber das coisas de que ela gosta, o que ela precisa... estar presente -- ela diz, enfatizando a última palavra.

-- Eu entendo, e eu vou estar presente. Eu quero aprender tudo sobre ela, quero estar lá para o que ela precisar -- afirmo, sentindo um peso sendo retirado dos meus ombros com a aceitação de S/n.

-- Mas saiba: se eu perceber que não tem intenção alguma de estar presente para ela, e que vai machuca-la, eu não vou pensar duas vezes antes de voltar a manter aquela distância segura entre você e minha filha -- ela diz firme, olhando em meus olhos, ainda mantendo todo aquele ressentimento

-- você tem todo o direito... -- respondo e ela concorda com a cabeça

Vê-la ali, com Ayla dormindo tranquilamente em seus braços, me faz perceber o quanto eu tenho a aprender sobre ser mãe, mas também me mostra o quanto isso pode ser recompensador. Decido naquele momento que vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para ser a mãe que Ayla merece, e talvez, com o tempo, a mulher que S/n possa confiar novamente.

Echoes of a Lost Loop (Billie Eilish/You)G!POnde histórias criam vida. Descubra agora